A importância de Jeff Mills para a Dance Music

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Por em 27 de maio, 2022 - 27/05/2022

Para Jeff Mills genialidade é o que não falta, graças às suas habilidades técnicas ficou conhecido como The Wizard (O Mago), e ao longo dos seus 40 anos de carreira vem executando coisas que transcendem o seu tempo. Conhecer e entender a sua importância para a Dance Music é necessário para todos os amantes da música eletrônica.

Nascido em Detroit, Jeff Mills começou a deixar sua marca no cenário musical com 17 anos, onde já exibia sua maestria sonora nos seus enérgicos sets em rádios da cidade. Ele também usou esse espaço nas rádios para disseminar o nome dos seus amigos, nada mais que Derrick May, Kevin Saunderson e Juan Atkins (The Belleville Three). Mills aprendeu muito com os chamados ‘inventores’ do techno, mas também podemos afirmar que ele influenciou fortemente May, Saunderson e Atkins. Não só eles, mas como tantos outros que reconhecem sua genialidade.

Em 1989, Jeff Mills, Mike Banks e Robert Hood fundaram o coletivo de techno Underground Resistance (UR), marca conhecida por suas tendências políticas e estética futurista, além de ser um dos pilares da cena musical de Detroit. O trio lançou vários EPs e singles juntos pela UR, incluindo trabalhos como “Waveform” e “Sonic”, até Mills se mudar para Nova York em 1992 e dar mais foco em sua carreira solo. Foi nessa época também que ele fundou a Axis Records, junto com Robert Hood. A nova gravadora recebeu uma infinidade de produções atemporais de Mills e foi casa para outros “pesos-pesados” como Claude Young e, claro, Robert Hood. Confira o vídeo abaixo do excelente DVD “Exhibitionist”, no qual Mills gira alguns clássicos da Axis. Ele também é fundador dos selos Purpose Maker, Tomorrow e 6277.

Comentar sobre Mills como produtor é falar de “The Bells”, de longe, sua produção mais icônica e, sem dúvida, uma das principais faixas de techno de todos os tempos. Você não verá nenhuma pista parada ao som desta obra-prima lançada em 1996, pela Purpose Maker. Outros trabalhos sublimes de Mills foram lançados sob o pseudônimo Millsart como “Humana” e “Gamma Player”. O fato de ambas as faixas ainda soarem futuristas fala muito da produção impecável. Em cada pseudônimo usado por Mills, ele consegue surpreender a todos, o que faz com que fortaleça ainda mais a sua autenticidade.

Para dar vida a suas produções, muitas vezes, ele bebe de fontes inimagináveis como sua admiração pela ficção científica e o espaço sideral. Assim, foi criado trabalhos como Contact Special, Something in the Sky, ART/UFO, Alpha Centauri entre outros. Esta semana, Mills lançou seu mais novo álbum, “Mind Power Mind Control”, pela Axis Records. Conforme ele conta, o LP explora várias técnicas usadas para controlar a mente, a fisicalidade das pessoas e objetos inanimados. O objetivo deste projeto é examinar, revelar e demonstrar como os humanos criaram técnicas metafísicas e alucinantes para controlar as pessoas, suas mentes, sociedades e nossa visão da realidade e da vida”.  É através dessa habilidade especial em inovação que ele é dono de uma discografia que, de certa forma, conta a história e a evolução do Techno.

A autenticidade de Mills, também é possível ver em seus DJs sets, afinal, foi por isso que ele começou a ser reconhecido. Com sua precisa técnica, ele comumente reproduz mais de 70 músicas em suas performances, além de criar outros timbres com sua TR-909, este Drum machine é para Jeff Mills o que a guitarra foi para Jimi Hendrix. Na verdade, não sei se é Mills que precisa do TR-909 para criar sons insólitos ou se é o TR-909 que precisa de Mills para mostrar todo o potencial do equipamento. Assim, ele faz de suas apresentações uma verdadeira aula e experiência sonora transcendental para o público.

Contar todos os fatos de Mills é difícil em apenas um texto, talvez, nem mesmo uma série de 10 episódios da Netflix daria conta. Por toda sua trajetória, Jeff Mills se tornou uma referência e um personagem histórico para a Dance Music.

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