Diggin’ with: Tarter | Como conhecer a história e as origens da música eletrônica pode agregar ao seu perfil artístico?

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Por em 14 de fevereiro, 2022 - 14/02/2022

A nossa coluna Diggin’ with chega ao seu terceiro tema. Até aqui, Traffic Jam já abordou sobre tocar em vinil ser um artigo de luxo ou sonho acessível e um manual de boas maneiras durante um B2B. A novidade para a sequência dessa coluna é que agora temos um novo colaborador: o DJ e produtor Tarter, que chega para somar com toda a sua experiência e conhecimento. Assim, a Diggin’ with, passa a contar com temas abordados por Traffic Jam e Tarter.

Ficamos felizes em ter o artista catarinense colaborando novamente com a Groove, nossa relação de amizade já vem de tempos, Tarter foi um dos headlines em nossa primeira festa, realizada em 2015, no Zeitgeist (Curitiba) e que ainda contou com o alemão Andreas Henneberg. 

Desde então, Tarter se consolidou com um dos melhores produtores de techno do Brasil, sendo reconhecido internacionalmente pelo seu talento, colecionando suportes de ninguém menos que Ritchie Hawtin e com lançamentos em importantes gravadoras, além de ser presença nos melhores clubs brasileiros como D-Edge, Warung, Club Vibe, Surreal, entre outros. Com mais de uma década de experiência, ele resolveu compartilhar todo o seu conhecimento com mentorias personalizadas para novos artistas e para aqueles que querem elevar sua carreira a um novo nível. 

Por aqui, Tarter também vai trazer um pouco de todos esses conhecimentos que acumulou nessa sua trajetória e o primeiro debate que ele traz é: Como conhecer a história e as origens da música eletrônica pode agregar ao seu perfil artístico?

Tarter:

Esse é um ponto muito importante na caminhada de um artista que quer continuar crescendo e agregando na cena da sua região ou país. Conhecer da onde viemos, a história da música no contexto geral e também as raízes do seu género em específico, cria vínculos com a sua base de fãs e faz você entender o ciclo de cada momento, a evolução de BPMs, a inclusão de elementos ou a exclusão dos mesmos no decorrer dos anos, o que é muito normal. Inclusive o uso de novas tecnologias e o avanço da discotecagem são coisas naturais que, quando entendemos a evolução, além de estarmos preparados para qualquer bate-papo em uma roda de artistas em um backstage, por exemplo, teremos mais propriedades para ensinar nossos seguidores.

Outro ponto positivo é saber que nem sempre o seu estilo predileto estará em alta e cabe ao artista refletir quais pontos podem agregar para que, mesmo assim, você continue crescendo. Um exemplo bom para esse caso é o próprio Techno, onde, nos anos 90, o estilo mais reto e sem respiro com altos BPMs era predominante na Alemanha, enquanto o House, mais groovado e com mais elementos de bateria, predominava nos Estados Unidos.

Quando a música começou a se popularizar, a junção dos dois criou o Tech House, linhas de baixo do Techno com elementos de bateria e melodia do House; na sequência, nos anos 2000, o Minimal Techno surgiu, tirando muito dos elementos e deixando algo mais crus e groovados. O ciclo se repete a cada temporada, a cada década, e quem consegue entender isso vai se adaptando, sem perder sua identidade, conquistando mais espaço e base de fãs.

Respeitar a história dos artistas é outro ponto muito importante. Muitas pessoas julgam tal artista hoje porque ouviram um set em um clube que não foi muito legal — todo mundo tem o direito de estar cansado ou em um mau dia — mas não vai atrás para saber tudo que esse cara já fez pela cena, quais clubes fundou, gravadoras, além de artistas que hoje são hypados por influência dos mesmos.

Então, a dica principal é: pesquisar música, produzir e saber tocar bem são coisas importantíssimas, mas conhecer a fundo e detalhadamente a história do seu gênero e dos principais nomes do circuito talvez seja o ponto fundamental dessa dica de hoje.

Its All About Groove!

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