Diggin’ with: Traffic Jam | Manual de boas maneiras durante um B2B

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Por em 10 de novembro, 2021 - 10/11/2021

Vocês gostam de um B2B? Eu particularmente adoro, tanto tocando, quanto na pista. Observar a mistura de 2 artistas é algo interessante, pois sempre sairá algo diferente do que ambos tocariam sozinhos. É como se ali estivesse um novo artista. Não à toa existem diversos projetos de DJs que são duplas ou até mesmo trio, como o Apollonia, que alcançou um sucesso enorme na cena global.

B2B é uma tarefa à parte na discotecagem e geralmente você já é posto à prova no começo da sua carreira, pois em muitos line ups, para conseguir encaixar os artistas, é necessário agrupar DJs de alguma label, por exemplo, como B2B. Começa aí a prova. Muitas vezes é algo tranquilo, pois você estará tocando com alguém que conhece bem, mas nem sempre pode ser assim.

Outra forma de muito aprendizado em B2B é o ‘free style’ em after parties, onde você acaba tocando com quem estiver e muitas vezes com alguém que não conhece tanto ou tem sonoridades diferentes — e aí pode sair algo muito legal.

Mas vamos lá, começando pelo nome B2B, que significa back to back, um termo em inglês que se refere a duas coisas acontecendo simultaneamente, no caso dos DJs, tem ainda mais um significado. Na época onde só se tinha vinil, os DJs quando tocavam em dupla, um estava mixando e o outro procurando discos, muitas vezes ficando sempre um de costas para o outro, que seria a tradução literal do termo. 

Outra parte da história do B2B que eu gosto de frisar é que pode ser chamado de Vs/versus, que na minha interpretação, é como se fosse uma “batalha”, quem coloca a melhor música, não se “importando” com uma sequência mais lógica. O que em alguns estilos é legal, como no House, mas que não funcionaria no House Progressivo, por exemplo, onde demanda uma continuidade de ambas as partes.

Agora ao ponto principal: minhas dicas para um B2B. Deixo claro que é algo mais pessoal e não regras, é como eu geralmente me acerto. Primeiro de tudo: gosto de fazer duas tracks cada um. Assim posso arriscar em uma primeira track diferente e ajeitar a segunda para o meu parceiro no B2B. Se possível, ouvir umas tracks juntos, antes da gig para alinhar legal as ideias é importante, esse ponto muitas vezes não é necessário, mas se existe a possibilidade, é válida, pois o trabalho pré-gig nunca é demais, quanto mais dedicação tiver, melhor vai ficar. 

Com minha residência com a Radiola, creio que já fiz B2B com todos os outros artistas, isso variando de House mais garage com Haustuff, com a finesse do Kaká Franco e com a energia e envolvência do Albuquerque, e para cada um, me preparo de acordo com o gênero/gosto do outro, claro, sem deixar o meu próprio gosto de lado, pois basicamente eu amo House, então adoro todos os sub-gêneros e amo muito desse desafio. Creio que me agregou muito nas apresentações solo ter feito diversos B2Bs, então meu respeito por essa modalidade é imenso.

Para finalizar, não há muito certo e errado, pois você pode ir na onda do outro, fazer sua propria onde e o outro seguir, criarem uma onda juntos ou irem variando entre essas opções, pois é muito legal quando o parceiro joga uma coisa “nova” que funcionou e você vai atras desse momento parecido pois está funcionando. 

Então, se jogue, pesquise, estude a si mesmo e ao outro, mas o principal: se divirta, tocando em dois você tem mais tempo “off”, use o para se sentir a vontade, estar no presente e pesquisar as próximas músicas com muita empatia com seu parceiro e com a pista.

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