Sempre batemos na tecla de que para alcançar grandes sonhos e conquistas na música eletrônica, é preciso trabalhar muito, manter a consistência, não desistir e seguir acreditando no trabalho que você (artista) realiza. O ideal é levar isso como regra, mas em alguns casos, há exceções e as coisas podem acontecer muito antes do que você esperava.
Este é o caso de Maycon Baptista, conhecido como Lomike, DJ e produtor de Florianópolis/SC que se lançou profissionalmente em meados do ano passado e em apenas alguns meses viu sua música ir parar no case de Jamie Jones, que a levou para diversos lugares icônicos como Circoloco, elrow e Amnesia Ibiza. Além dele, Detlef, Amine Edge & Dance e Eddy M são outros gringos que vem tocando as músicas do artista pelo mundo. Veja abaixo os vídeos dos suportes:
Com apenas dois lançamentos oficiais até aqui — You Might Like This, pela Smiley Fingers, e Right To The Top, pela Manga Records — Lomike vem mostrando uma linha de som bem definida em torno do Minimal Deep Tech, mas com uma pegada mais minimalista e groovada, com bastante referência do G House que ouvíamos há alguns anos atrás, mesclando com toques contemporâneos do Tech House britânico.
Essa identidade está presente e se confirma através do seu novo EP, TGDM, pela Gritty Records, que chegou nesta quinta-feira (05) em formato free download no Soundcloud e também já conta com suportes de peso de Wheats e Detlef. Quer entender como isso tudo aconteceu? Nós falamos com ele:
Lomike, obrigado por nos receber! Gostaríamos que você nos contasse como você iniciou na cena, o que te motivou a dar o start, quem te incentivou, etc. Como sua história começou a ser escrita?
Lomike: Olá, pessoal! Eu que agradeço. Então, sempre fui fascinado por música, encontrar músicas novas, diferentes, que poucas pessoas conheciam/entendiam/gostavam… Há alguns anos atrás produzi alguns outros estilos mas acabei abandonando… retomei com esse sonho em meados de junho do ano passado, após começar a frequentar alguns clubes e ficar extasiado com aquela energia, tendo a sensação de que queria aquilo pra minha vida.
Você é de Florianópolis e aproveitou a House Mag Academy para se aprofundar nos estudos, certo? Como foi essa experiência por lá?
Lomike: Sim! Foi um bom start para o projeto… Os primeiros contatos com a ferramenta e equipamentos, mas sinto que evolui muito na prática e com a constância (costumo dizer que esses dois são essenciais para chegar no resultado desejado).
Mas agora nos conte: como foi que você fez a sua música chegar até o Jamie Jones e qual foi a sensação ao saber que ele estava tocando sua track em vários lugares icônicos da Europa?
Lomike: Acho que até agora a ficha não caiu (risos). Jamie Jones é simplesmente uma lenda da música, chegar nele tão cedo foi um marco histórico pra mim e confirmou que eu estava seguindo o caminho certo! E chegou nele através do envio de algumas promos e demos pelo TrackStack.
Isso era algo que você já imaginava alcançar tão cedo? Ou te pegou de surpresa também?
Lomike: Totalmente inesperado, de primeiro momento foi difícil acreditar, com certeza uma realização como artista e algo que eu não vou esquecer jamais. É muito gratificante ver todo o esforço do projeto voltando em suportes como esse.
Agora nos fale sobre o seu EP que saiu recentemente pela Gritty Records. O que te levou a escolher essa gravadora em específico? Foi um tiro certeiro?
Lomike: Sinceramente, sim! Nas minhas pesquisas e sets sempre tinham algumas tracks dessa gravadora e estava ouvindo muito esse estilo mais puxado para o Minimal Tech. Quando finalizei as três tracks, na mesma semana enviei para a Gritty e fechamos na sequência.
A faixa principal carrega bastante as suas bases musicais que giram em torno do Tech House mais minimalista com um toque do G House, não é? Nos conte um pouco mais dos detalhes por trás dela e das outras duas do EP…
Lomike: Exatamente! A TGDM veio para firmar e mostrar a minha estética para quem me acompanha e para quem ainda não me conhece. Quando comecei ouvia muito G-House, Amine Edge (uma das minhas maiores referências até hoje) e com certeza essa track vem mostrando toda minha essência e minhas influências! Já a F&T e a NNN puxam muito mais as minhas referências atuais, um lado bem mais minimal introspectivo (Wheats, Niteplan, Detlef). O EP foi uma verdadeira fusão das minhas maiores referências e acho que isso fez ele ser tão único!
Pensando no futuro, o que você almeja alcançar pela frente e o que pretende fazer para isso acontecer?
Lomike: Na produção, estou focando minhas energias em algumas grandes gravadoras que quero fechar lançamentos ainda em 2024. E, no geral, estou buscando mais datas para mostrar o meu trabalho de DJ Set para o público. Toda a energia, técnicas de mixagens e principalmente a pesquisa musical que venho fazendo… de surpreender qualquer um!
Sabemos que ainda este ano tem novos lançamentos para sair… quais são as novidades que você pode nos adiantar? Obrigado!
Lomike: Esse mês ainda sai uma track, ‘Work That Body’, pela Aparenzza (muito renomada na cena europeia) em um VA especial da ADE 2023, que inclusive já conta com downloads de Jamie Jones, Joseph Capriati e mais. Em novembro tem a track ‘Hate on Me’, sai em um outro VA, pela Parrots Records (label de Gabss). Em dezembro sai mais um EP, pela Kappa Music Recordings e também uma collab com um grande amigo. Ano que vem já temos mais 3 releases confirmados em importantes labels. Vem muito mais coisa por aí!
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