Trallez é um dos nomes que tem se destacado na cena da música eletrônica nos últimos tempos. Considerado um prodígio, com apenas quatro anos de carreira, o artista já esteve ao lado de artistas renomados e lançou composições por grandes gravadoras, como Basement Leak, Sola e recentemente pela Nervous e Revival New York, labels norte-americanas conceituadas.
Nascido no Maranhão e criado no interior de São Paulo, Talles Costa sempre teve grande apreço pela música. Seus pais tiveram uma boa parcela de influência nisto, levando o garoto, ainda pequeno, a ouvir diversos estilos, de Forró ao Dance Music. Aos 13 anos, Talles percebeu, através de clipes na MTV e Multishow, que era a música eletrônica que fazia seu coração bater mais forte. A princípio se apaixonou pelo mainstream, mas em pouco tempo, o underground o conquistou.
Daí para as pistas foi um pulo. Entrou na cena como clubber, depois virou fotógrafo e filmmaker de artistas e eventos. E hoje, quem comanda as pistas é ele. E adivinha quem tá no front curtindo o som? Isso mesmo, aqueles que iniciaram toda essa trajetória: seus pais!
Não é muito comum esse apoio familiar quando se é artista. Sempre rola aqueles questionamentos “mas isso dá dinheiro?”, “que futuro isso vai te dar?” e “é só pelas festas, né?”. Então, quando a gente encontra casos como este, é bonito de ver! Por isso, chamamos o Talles para contar um pouco sobre como é esse envolvimento da família em seu caminho profissional.
Olá, Trallez! Tudo bem? Obrigado por estar aqui conversando conosco. Para começar esse papo familiar, vamos voltar lá para a sua infância. A gente sabe que seus pais sempre gostaram muito de ouvir música e que você curtia bastante esse envolvimento. Quais foram os artistas que você lembra que marcaram a sua criação e que estavam presentes nesses momentos em família?
Trallez: Meu pai é do Piauí e minha mãe é do Maranhão, eles faziam altos forrozão em casa hahaha, ouvia muito forró, mas eles sempre compravam também cjs do summer eletrohits, ouvíamos em viagens, isso me marcou bastante, Bob Sinclair foi um dos caras que mais marcaram minha infância.
Você vê a influência desses artistas em sua sonoridade, atualmente? Como eles agregaram o seu projeto?
Trallez: 100%, um dos meus fortes é a bateria, forró é puro rítimo e percussão hahaha, tenho uma playlist no spotfy com o nome “forró moderno” até.
Lembro claramente de quando ouvi “Shake in pop” do Green Velvet, eu chegava na lan house, deixava ela tocando e mexia no meu orkut, msn, caramba, da até saudade dessa época…
Com o tempo fui passando a pesquisar mais, consequentemente ir em festas e cada vez mais fui me inserindo na cena, quando fui ver tava la atras dos decks, rolou tudo de forma muito natural
Hoje em dia, a gente vê que os seus pais super apoiam a sua carreira na música. Sempre foi assim? Desde o início? Como foi contar para eles que você estava investindo nessa área?
Trallez: Eu demorei um pouco para decidir o que eu queria da vida kkkk (como muito gente, e está tudo bem, todos tem seu tempo)
Em tudo que decidi fazer eles sempre me apoiaram, tive muito sorte de ter pais como eles, minha primeira carreira foi como fotógrafo e foi eles que financiaram minha primeira câmera dlsr full frame, durante a pandemia quando quebrei um fone e não tinha condição de comprar um novo eles também financiaram um novo, em resumo, não sou nada seu meus velhotes.
Esse apoio familiar é bem incomum na música eletrônica. Não é sempre que os DJs e produtores recebem esse suporte. Como você ganhou a confiança deles e conseguiu mostrar que era algo sério e profissional?
Trallez: Foi o tempo, eles foram vendo a minha dedicação, no começo não entendiam muito, mas sempre apoiaram pois sabiam que eu amava isso
Pais: Marilene (mãe) – Bom, como pessoa sempre gostei muito de música e de dançar, já participei até de um grupo de dança na adolescência .
Tenho um gosto musical muito eclético, gosto do clássico ao popular .
Como mãe sempre fiz questão de procurar estar junto de vc e daqueles que te acompanham .
Francisco (Pai) – Quanto ao apoio, sempre o apoiaremos sem restrições ou cobranças, só vamos
Agora eles até te acompanham nas pistas, né?! Explica um pouco para a gente como é esse envolvimento deles. Aparecem bastante? Viraram clubbers mesmo ou vão mais pra te ver?
Trallez: No começo iam para me ver, como eles sempre foram super festeiros e também desenrolados, minutos após chegarmos já estavam em algum canto fazendo amizade kkkk, hoje em dia quando vão em um role comigo eles são a atração, muita gente pede pra tirar foto, dança com eles, ja teve festa que o contratante chamou eles para ficar no palco, é incrível.
No início era por mim, hoje eles entendem o quanto a cena é bela, de todos se reunirem para ouvir música e dançar, tanto que todos rolê eles querem levar algum amigo ou parente para mostrar como é bom.
Pais: Marilene (mãe) – Hoje vejo todos os DJs como uma grande família, que sempre nos receberam desde o primeiro som de braços abertos …então nos coube apenas retribuir o carinho dado , tratando a todos como filhos tbm .
Quanto ao público faço questão de também trata- lós com muita amorosidade…afinal se não fosse pelo público nem teria som , não teria pra quem o meu filho ou os outros meninos tocarem
Então a gente cai na pista e sobe no palco pra agradecer ao público e prestígio os meninos que sempre nos recebe com tanta amorosidade !
Francisco (Pai) – Nossa prioridade é se divertir, e na cia do filhote, fica mais fácil
Para finalizar, estamos curiosos para saber: tem alguma música sua que é a preferida deles? Aquela que sempre que eles vão ver as apresentações, eles pedem para você tocar ? Ou quem sabe até de algum outro artista…
Trallez: Eles pedem para eu sempre avisar quando for tocar, pois eles sobem no palco e dançam la comigo, tenho ate uns videos muito bons desses momentos
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