A coluna Timeless busca jogar luz sob um estoque de milhares de músicas que passaram de horas de estúdio, dedicação e expressão máxima de talento para o esquecimento completo poucos meses após serem lançadas.
Para nossos leitores, é uma oportunidade de aprender sobre a história da música eletrônica, percebendo que muitos conceitos de ritmo, arranjos, timbres e sound design, na verdade já eram utilizados a muito tempo atrás.
O objetivo é que ao escolher 3 músicas do passado que poderiam fazer parte de seus sets atualmente, também sirva como um incentivo aos artistas convidados mesclarem cada vez mais faixas novas e antigas.
Convidado: DJ e produtor a mais de 15 anos, Daniel Kuhnen é considerado uma referência nacional no quesito mixagem e construção de set. Foi residente do Warung Beach Club, onde ganhou reconhecimento por warm-ups extremamente bem elaborados para diversos expoentes. Atualmente, ele integra o projeto Elekfantz, ao lado de Leo Piovezani, onde já lançaram 2 álbuns e diversos EPs.
DJ Koze – Mariposa (2005)
A expressão “deep” é muito usada na música eletrônica, usada até para batizar alguns sub gêneros. Mas é impossível ir mais profundo do que o DJ Koze foi nessa incrível jornada que é Mariposa. Ouvir essa música em um bom sistema de som é uma experiência inesquecível e posso imaginar Damian Lazarus ou Solomun tocando ela em seus sets nos dias de hoje. Continua soando atual 17 anos depois do seu lançamento.
Julio Bashmore – Battle For Middle You (2011)
Quando ouvi e toquei essa música pela primeira vez, tinha a sensação que seria um clássico no futuro. Diferente de tudo que eu tocava naquela época, mas muito dançante, continua funcionando muito bem na pista até hoje. Foi um dos primeiros lançamentos do selo PMR, que alguns anos depois lançou o primeiro disco do Disclosure.
Andre Lodemann – Where Are You Now? (Ripperton V Remix) (2012)
Uma viagem épica com 13 minutos de duração, que toquei em diversos warmups desde o lançamento e posso continuar tocando por muitos anos.