GRVE Entrevista: Felipe Barros aka Have Control

Por em 10 de maio, 2022 - 10/05/2022

Iniciando em um universo que lhe é familiar, Felipe Barros promete trazer ao cenário da música eletrônica a alegria e o alto astral do Tech House e do Techno, compartilhando faixas originais que nos remetem as suas principais referências. Com o objetivo de iniciar este projeto com o controle em mãos, o cuiabano de 39 anos lançou seu primeiro mix no Soundcloud através da série Talento, do Alaplay, dando “abertura oficial” ao seu projeto Have Control.

Em um bate papo com a GRVE, Felipe compartilhou um pouco mais sobre esse seu início e como surgiu esse projeto que tem tudo para ser um sucesso. Vem conferir:

GRVE: Seja bem-vindo a GRVE, Felipe. Acredito que para darmos início a esse bate papo, seria interessante você nos contar um pouco sobre sua trajetória pessoal e profissional.

Have Control: Nasci e cresci em Cuiabá, Mato Grosso, sou fotógrafo de profissão desde os 19 anos, atuo na fotografia para decoração, publicitária, institucional, documental… sempre em busca do belo, como digo, fotografando a vida! Quanto à música, ela sempre fez parte da minha vida, seja fotografando, pedalando, escutando samba e sertanejo com a família, rock com os amigos, reggae em momentos mais relax, um forrozinho cozinhando… gosto de músicas boas, ouço de tudo… 

A música eletrônica é paixão antiga também, se não me engano a data, lá pelos anos 2000 tive meus primeiros contatos com a e-music, nas primeiras raves em Cuiabá, festas, em clubs como E-Club, Floor e o famoso Garage Club, foi paixão desde o início, recebemos lá os principais nome da música, foi um período quente da HellCtiy (nome que chamam Cuiabá), temos grandes clubs la ainda, como a Vozz e a Nuun Garden, e grandes festivais que levam grandes nomes pra tocarem lá, o povo de Cuiabá gosta muito, só que naquela época conheci a fotografia e me joguei nela de vez como profissão, mas sempre acompanhando a cena da música eletrônica, brincando em casa, batendo cabeça com alguns segredos e técnicas de mixagens.

Mas foi em uma temporada 2021 na cidade de Curitiba, Paraná, durante um tratamento de saúde com minha filha conheci a Yellow Dj Academy, foi um escape no período da pandemia e por tudo que estávamos passando,  fiz o DJ Experience com o Nassur, aprendi muita coisa e passei a tocar mais sério, pesquisando mais a fundo minhas principais referências, técnicas de mixagens e efeitos, que gosto muito… os efeitos trazem as pessoas pra dentro do som, sou muito fã dos efeitos, e agora estou entrando na produção, desvendando o Ableton e ferramentas usadas na construção da música, da harmonia.

GRVE: O que lhe atraiu nesse universo e como começou a construir sua identidade sonora?

Have Control: Sempre gostei muito desse universo, acompanho a anos, gosto das festas e da energia surreal da música eletrônica. Ainda no início, passei a construir minha identidade musical me identificando com o Tech House, gosto do ápice da festa, do som mais intenso, bpms mais altos, grooves, chegando ali no Techno. Minha vida deu uma mudada também depois que vi o Paco Osuna, Tarter e Renato Ratier tocarem na Surreal, espaço incrível do Ratier em Balneário Camboriú, ele está fazendo um trabalho incrível lá, unindo mais a ainda arte e música… às vezes parava até dançar pra observar eles tocando com setup híbrido, no famoso Model 1, usando efeitos e batidas criadas ali na hora, levando a pista ao ápice mesmo, incrível, só vivenciando pra descrever como é a parada.

GRVE: O que você acredita que são habilidades/técnicas importantes para conseguir evoluir como profissional?

Have Control: Acredito que muita pesquisa musical é essencial, estar sempre ligado nos novos sons, muita gente foda produzindo coisas otimas. Tentar sugar e tirar tudo de bom e partir para as primeiras produções autorais. Lapidar as mixagens é fundamental também, podem surgir muitas surpresas na mistura de boas músicas, usando ali o que cada som tem de melhor.

GRVE: Quais são seus próximos objetivos musicais/profissionais?

Have Control: Estou sem pressa… lapidando minhas técnicas, conhecendo mais artistas através das minhas pesquisas, conhecendo alguns equipamentos que são fundamentais e nos dão várias possibilidades de criação, estou entrando no universo da produção também, fico besta de ver algumas tracks muito bem feitas, complexas, outras mais minimalistas que creio serem as mais difíceis de serem produzidas.

GRVE: Como foi a criação do set que você gravou recentemente?

Have Control: Para este set pesquisei bem os artistas da MindShake Records, já que tem uma pegada do Paco Osuna por ali, viajando pelo Tech House e pelo Techno, brincando bastante com efeitos.

GRVE: Como surgiu o projeto intitulado Have Control?

Have Control: Nessa correria do dia a dia, se não mantermos o controle, o trem descarrilha, tentar manter o controle em todos os aspectos da vida é essencial… como na música, se perdemos o time, sambamos… mas faz parte “sambar”,  é bom tbem haha.

GRVE: Em relação ao desenvolvimento dele, logo logo poderemos curtir um primeiro lançamento ou set?

Have Control: Sets teremos sempre, estou tocando a galera que curto e conhecendo nomes também que nunca ouvi falar, quando o som é bom, é bom… quanto à produções minhas, no momento estou desvendando e estudando, conhecendo um pouco esse mundo de criação em estúdio, não é fácil.

GRVE: No que diz respeito às suas faixas, quais são suas inspirações e seus critérios de criação? Há algum “ritual” pessoal de criação ou tudo flui naturalmente?

Have Control: Não planejo ordem de músicas, planejo a pegada que estou no dia, como não toquei pra galera ainda vou imaginando um set para um warm up, ou imagino como sendo atração principal, mais pegado, agressivo… vou na minha biblioteca musical e junto o que me agrada pro momento, às vezes também não sigo a harmonia das tracks, é cada surpresa que aparece, muitas vezes erros também… e vamos tentando manter o controle do barco.

GRVE: Pra finalizar: como surgiu a ideia de profissionalizar o som que você produzia como um hobbie? Valeu, Felipe!

Have Control: Quero que seja sempre hobbie, mas sempre tentando fazer o melhor possível, estar lançando com frequência novos sets, melhorar técnicas, logo começar a produzir e quem sabe tocar em festivais pelo Brasil e pelo mundo.