Por em 18 de abril, 2022 - 18/04/2022

Pedro Poyart é um típico artista de alma pulsante que conduz a própria carreira de maneira dinâmica dentro da esfera musical. DJ, produtor, engenheiro de som, tecladista, professor, co-fundador de projetos como o live Mumbaata, Pedro dedicou parte da vida para estudar e envolver-se profundamente com esta arte fascinante que é a música.

Formado em engenharia de som pelo SAE institute Barcelona e IATEC, e música e tecnologia pelo Conservatório Brasileiro de Música (CBM), o artista conduz seus projetos, buscando manter cada linha devidamente ativa, sendo uma peça importante no fomento e manutenção da cultura eletrônica no Rio de Janeiro. 

Aliás, nutrido pela multicultura carioca, o próprio artista desprende-se de rótulos estilísticos para criar uma própria gravura. Balanço, como ele mesmo chama, seria um tipo de som com muito groove e swing com bastante influência Africana e Latina. Em seu projeto solo, Pedro já teve passagens em selos como Dantze (Alemanha), Omeni (Alemanha), Miami Underground Records, Jesus Was Black (Espanha). Como Mumbaata, Get Physical Music, D-Edge Records, Warung Recordings, Timeless Moment são alguns dos super selos que assinaram suas tracks ao lado de Lennox Hortale.

Agora, ele prepara-se para um mês de abril cheio de novidades com dois lançamentos musicais, gigs, uma apresentação no Alataj Lab e ainda workshops da Aimec pelo Brasil, o que reforça esse dinamismo dentro da própria carreira. Conversamos com ele para saber mais detalhes.

GRVE: Olá Pedro, tudo bem? Obrigada por esta entrevista. Bom, antes de saber as novidades, temos curiosidade em saber um pouco mais sobre sua história com a música eletrônica. Como foi que isso aconteceu?

Pedro Poyart: Tudo bem. Minha história na música eletrônica começou nas raves por volta do ano 2000.Nessa época a música eletrônica ainda era pouco desbravada pelo grande público aqui no Rio de Janeiro. Festas como Fundição Club(na fundição progresso) e na Bunker (copacabana) foi onde comecei a ouvir um pouco mais o estilo fora da Dance music mais comercial que rolava nas rádios.Em 2001 conheci a rave (principalmente o Psy) e daí em diante passei a escutar bastante o estilo.Com o passar dos anos fui conhecendo mais a fundo as diferentes estéticas e vertentes (Electro, Minimal, Tech House, Deep House, Techno, Disco e por aí vai…)

GRVE: Pelo que consta na sua bio dá pra notar que você leva as coisas de forma dinâmica, atuando em várias pontas. É importante para você se manter ativo em diversos projetos? Ajuda no processo criativo esse tipo de imersão?

Isso foi uma coisa que busquei desde o princípio. Conseguir ter uma percepção por diferentes perspectivas. Busquei estudar as diferentes áreas da produção musical, tanto a parte musical (estudei bastante Harmonia e me formei no curso de Música & Tecnologia no Conservatório Brasileiro de Música) como a parte mais técnica do Áudio (sou Engenheiro de Som formado pelo SAE INSTITUTE Barcelona (www.sae.edu) e IATEC. Isso me proporcionou trabalhar como DJ, músico, Técnico de Som(P.A. e monitor), Produtor Musical, Engenheiro de som e atualmente também na parte de produção de eventos (direção de palco). Essas visões de diferentes perspectivas me permite entender o que acontece nas diferentes funções e tomar melhores e mais embasadas decisões em certas situações.

GRVE: Você tem dois lançamentos para o mês de abril. Um pela Ekord da Alemanha e outro pela Me gusta Records. Além da sua estreia no Alataj Lab. Conte-nos um pouco sobre estes lançamentos e o que esperar do seu set, haverá bastante “balanço”?

Hahaha isso aí! #Balanço é o que eu busco no som. Como um bom brasileiro os ritmos e grooves mais quebrados me emocionam. Vem da nossa origem africana e indígena né…São 2 sons com estéticas um pouco diferentes. O Release pela EKORD vai ser o meu segundo pela label depois de termos conseguido uma repercussão legal no primeiro e tem uma sonoridade mais puxada para o Melodic Techno. Já o release pela ME GUSTA tem uma pegada mais Tech house mas sem fugir das minhas características que é um groove com bastante groove e melodias. Para o set do Alataj Lab vai ter bastante Afro House , Melodic Techno, Deep house , Organic house sempre com a minha principal característica que é o BALANÇO.

GRVE: Hoje, além da parte de engenharia de som, você também está envolvido na Aimec. Como é levar a profissão para o patamar de professor? E como você enxerga o impacto positivo de escolas voltadas para a música eletrônica em nosso país.

Sim tenho feito bastante trabalhos de mixagem e masterização para artistas e labels bem legais como Fabio Santanna (Live Motel), Nu Azeite, Get Physical Music dentre outros. Na questão do ensino Sempre gostei e acho muito importante a gente aprender e passar conhecimento. Aprendemos ensinando e ensinamos aprendendo. Tenho muita preocupação principalmente com a parte mais fundamental da música e da produção. Devido a facilidade da internet vejo infelizmente muita gente no youtube passando informações sem o devido cuidado e não muito bem fundamentada, e que algumas vezes tem mais relevância que gente que trabalha um pouco mais sério.

Hoje em dia as pessoas querem as coisas muito rápido e sem o devido esforço e acabam se deixando levar por macetes e facilidades, o que faz com que elas não tenham muito controle sobre o que estão fazendo e acho que eu posso ajudar nesse sentido. Acredito que minha missão como professor é tentar esclarecer que nenhum conhecimento vem sem esforço e trabalho e que uma vez que você tem os conceitos bem fundamentados depois fica muito mais fácil você caminhar e evoluir com mais consistência.

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GRVE: Além das novidades em abril, o que mais podemos esperar para 2022 na carreira de Pedro Poyart?

Desde Janeiro estou em um estúdio novo, A Casa33 em botafogo, RJ. É um estúdio de ensaio e gravação, Selo, Cafeteria e agora também produtora de vídeo em que estou como responsável pela Engenharia de áudio. Lá estamos desenvolvendo encontros quinzenais de produtores musicais de diversos estilos visando uma integração legal entre a classe. Estou trabalhando também em novas músicas que serão lançadas em breve. E com a volta dos eventos pretendo tocar bastante e espalhar o “BALANÇO” por todo o Brasil e por que não fora dele também né?

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