Como é a pesquisa de um DJ com a agenda lotada de gigs? Fran Bortolossi compartilha algumas dicas

Tags: , , , , , ,
Por em 12 de janeiro, 2022 - 12/01/2022

Agenda lotada é lugar comum para o DJ Fran Bortolossi, especialmente com a chegada do final do ano. Depois de uma pandemia intensa, voltar a tocar com a presença do público, a sua vibe, a sua energia, não poderia ter forma melhor de iniciar 2022. Com quase 15 anos de pista, Bortolossi, residente do Warung Beach Club, está acostumado a fazer malabares entre a análise das festas e de seus respectivos públicos, a pesquisa e o projeto para a singularidade de cada evento.

Só para se ter uma ideia da agenda de Fran Bortolossi, do dia 1º de dezembro ao 31, o artista se apresentou em 7 estados brasileiros, sendo que no dia 30 ele saiu da balada onde é residente para tocar em Trancoso (BA), no dia 31. Como o próprio disse: “foi tocando em diversas pistas, estados brasileiros e países que me moldaram como o DJ que sou atualmente”. 

Dessa forma, todo o trabalho de um produtor com essa agenda tem de ser feito a todo o momento, em todos os lugares. O corpo pode até descansar, mas será que a mente consegue fazer o mesmo? Nós fomos atrás de algumas dicas com ele: 

Como e quando você se programa para fazer a pesquisa de cada evento que vai tocar?

Eu pesquiso música de várias formas diferentes. Atualmente, com a agenda lotada e diversos compromissos, a forma que mais tenho utilizado é baixar diversos playlists no Spotify de estilos e bons artistas, e nos horários vagos da semana e entre as logísticas de um evento para o outro, fico escutando esses sons e batendo print screen das músicas que gosto. Depois, quando paro, começo a comprar e baixar todos os sons que encontro.

Também recebo muitas músicas de amigos, demos para a Otherwise Records, então tento dar um jeito de estar sempre organizado e ouvir tudo isso que chega até mim. Também gosto de ouvir sets dos meus DJs favoritos, sempre acabo tirando algumas boas músicas dali.

A sua pesquisa e o seu set se adapta de acordo com o público, com o evento, e também com a região brasileira?

Sim, meus sets se adaptam para as ocasiões que sou convocado. Mas acho que nem tanto pela região do país, e sim mais pelo horário que estou me apresentando e pelos artistas que estou tocando junto.

Se vou tocar depois ou antes de um artista que toca um som mais comercial, e num evento mais desse estilo, posso flexibilizar um pouco e me adaptar. Se vou tocar antes de um big name que tem um som específico, também vou ajustar a minha pesquisa e músicas para ficar de acordo com a noite. Geralmente essas pesquisas são constantes, eu escuto e baixo muito som e tento estar sempre pronto para essas diversas situações.

Qual carta da manga você tira quando percebe que a sua pesquisa não vai ser a melhor para o momento e o lugar em que se encontra?

Eu acho que após esses vários anos de pistas e eventos diferentes, as minhas avaliações estão mais precisas do que fazer e tocar previamente ao evento. Porém, se por acaso eu sentir que não está funcionando muito, eu tento ir mudando e acertando o som para o evento rolar da melhor forma.

Tento não ser um DJ vaidoso ao ponto de tocar somente o que quero, acho que o meio termo entre o que gostaria de tocar e o que o público quer ouvir é o equilíbrio perfeito.

Qual a dica mais valiosa você pode dar para um DJ com a agenda lotada como a sua, ou que aspira a ter uma?

Ficar de olho na logística para não perder nenhum compromisso, acho que é a principal dica. Me orgulho de nunca ter dado um w.o por problemas de logística. Até já tive um ou outro, porém, sempre consegui contornar e chegar no horário e no local marcado. Sobre a pesquisa musical: tente ouvir e observar os principais DJs e artistas e criar um arquivo musical rico e com muita diversidade. Acho que as pistas brasileiras exigem bastante dos artistas essa versatilidade musical. 

Tags: , , , , , ,