Ser original em qualquer ramo não é uma coisa fácil, afinal, muitas vezes somos ensinados que o diferente é estranho, e ser igual, inclusivo. O desafio está em pegar o mesmo ensinamento dado a massa e transformar em algo diferente, que tenha personalidade e seja a sua cara. Essas características podem aflorar o medo em alguns, mas não em Felipe Igoa.
Não se engane, I-GOA não é um projeto de Goa Trance, o estilo único de Felipe passeia entre sons introvertidos de Melodic e Progressive House. O DJ e produtor encontra beleza no processo de se tornar artista e atribui muito do seu crescimento ao tempo que passou estudando música, frequentando festas e fazendo networking em Barcelona.
Com diplomas em Produção de Música Eletrônica e Engenharia de Som, conhecimento é o que não falta para I-GOA, que passou a publicar dicas sobre o universo da produção musical em seu Instagram. Com toda essa bagagem, ele nos conta o que torna uma produção única, em seu ponto de vista.
Oi Felipe, muito obrigado por colaborar com a gente neste conteúdo. Então, desde quando você produz? Que diferenças encontra entre tracks antigas e atuais? A que atribui as mudanças?
Eu que agradeço pela oportunidade! Para começarmos, eu produzo desde 2011 e com o passar do tempo, minhas músicas foram evoluindo, assim como fui evoluindo como pessoa e produtor. Eu percebo algumas diferenças entre músicas antigas e as mais atuais e quase sempre são a mixagem, a construção e timbragem, deixando cada vez mais o resultado mais profissional.
Por que decidiu começar o quadro de dicas de produção no seu Instagram? Qual a resposta da galera?
Porque na minha época existia muito pouco disso, não encontrei nada mais resumido e direto para a aplicação. Por enquanto a resposta da galera tem sido positiva com elogios, até mesmo de alguns produtores mais experientes.
A que não podia faltar: para você, o que torna uma produção única? Como encontrar seu próprio estilo e ser diferente da grande massa?
Para mim, uma produção ser única envolve alguns fatores: criatividade, ter qualidade sonora (timbragem + potência) e ter alguns elementos que são fora do comum, tais como um lead, synth ou uma melodia que ficam na cabeça, seja pela timbragem ou pelas notas. Na questão de encontrar seu estilo e ser o mais original possível, penso que depende de cada pessoa, no meu caso, peguei uma característica de cada estilo que gostava, assim como de alguns artistas que tinha como referência e fui lapidando da forma que mais me agradava quando produzia.
Por fim, depois de anos de carreira, que dica de originalidade você deixa para os novatos que trabalham com discotecagem e produção?
No caso da produção, meu conselho é sempre manter a essência do seu som mesmo com a evolução como profissional, assim o som terá sempre “sua”marca. Com relação a discotecagem meu conselho é sempre buscar criar diferentes histórias para cada apresentação e isso vai desde as escolhas das músicas até entender a caracteristica de cada festa/club e artistas que vão dividir a noite/dia com você.