Um altar à luz de velas, berlinenses com roupas All black dançam ao som de um bom Techno, em meio a festa e dança todas as pessoas se ajoelham em uma igreja do século 19 no estilo neo-gótico, uma cena que destoa do normal. Esse é o cenário que Robert Hood nos proporcionou na igreja de St Thomas no dia 9 de novembro de 2018.
Além de ser um verdadeiro gênio do Techno e do House, co-fundador da Underground Resistance, Robert Hood é um pastor ordenado, uma curiosidade inusitada dentro da música.
Visto como um homem profundamente religioso, entre 2002 e 2006 ele saiu da cena eletrônica e foi ordenado ministro da igreja, hoje tendo autoridade para ministrar missas em todo mundo.
O artista nunca escondeu sua maneira de ver a vida e sempre declarou que vê uma conexão direta entre música eletrônica e religião, já que para ele o House vem do evangelho e ele carrega essa visão em todas as suas produções e apresentações.
“Vejo qualquer forma de música como ministério. Depende apenas do que você está pregando. Quando estou atrás das plataformas giratórias, estou em um púlpito. Estou pregando uma mensagem de amor – só vem por meio de fios elétricos e alto-falantes”, afirmou Robert Hood para RollingStone.
Sua música é alma. Hood foi criado dentro dos preceitos da igreja e levou isso para sua vida. Sua carreira na música começou com o lançamento de Internal Empire em 1994 pela Tresor, levando sua música de Detroit para cidades como Nova York e Chicago onde ele também teve uma grande marca na House Music. Um dos mais emblemáticos feitos de sua carreira é sua participação e fundação no grupo Underground Resistance, que deu start no Techno de Detroit.
Experimentando outras áreas, ele lançou o projeto Floorplan, conhecido por uma experimentação sonora amplificada, e, não menos importante, sua gravadora, a M-Plant, com um perfil sonoro marcante e dançante.
A adoção da linguagem religiosa em seu trabalho é seu diferencial, fazendo dele um gênio com uma postura exemplar dentro e fora dos palcos, quando questionado sobre seu histórico na música ele apenas diz:
“Há uma resposta mínima: é Jesus.”