Com tech house, samba e clipe criado com IA, Bruna Strait mostra por que é um dos nomes mais criativos da cena eletrônica

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Por em 26 de junho, 2025 - 26/06/2025

Se existe um nome dentro da música eletrônica brasileira que vem chamando atenção pelo frescor criativo, versatilidade e capacidade de se reinventar, este nome é Bruna Strait. Carioca, preta e LGBTQIA+, a DJ e produtora de 27 anos tem construído uma trajetória sólida que vai muito além das cabines e atravessa diferentes camadas da indústria musical, sempre com uma identidade que mescla a potência do tech house com as suas raízes culturais e uma visão ousada de futuro.

Do samba ao tech house: as raízes que alimentam o som de Bruna Strait

Bruna nunca escondeu a forte influência da cultura brasileira em sua arte. Exemplo disso é “Samba”, single lançado pela Parade Records, gravadora dos irmãos Dubdogz. A faixa carrega uma história pessoal desde o nascimento: a mãe de Bruna desfilou grávida dela como passista de escola de samba. Não à toa, “Samba” é uma verdadeira celebração dessa herança, unindo percussões e grooves brasileiros com a pista de dança global, em um tech house vibrante, cheio de energia de carnaval e com vocais próprios da artista.

O lançamento veio acompanhado de um clipe com participação da própria mãe de Bruna e registros de bastidores que evidenciam o peso afetivo do projeto. O sucesso da track nas redes sociais foi tão expressivo que rapidamente chamou atenção da gravadora e até mesmo dos próprios Dubdogz, reforçando o poder de viralização que a artista já carrega.

Furando a bolha: da Rocinha ao GQ Popline

Se a música de Bruna é feita para as pistas, seu alcance não tem ficado restrito ao circuito eletrônico. Recentemente, a DJ foi um dos destaques do GQ Popline, evento de cobertura do histórico show da Lady Gaga no Rio de Janeiro. A apresentação reforçou sua capacidade de transitar entre universos, levando a música eletrônica para espaços de cultura pop, moda e lifestyle — algo ainda raro no cenário nacional.

Antes disso, Bruna também protagonizou momentos emocionantes em eventos de representatividade, como o projeto na Rocinha, em que levou música, dança e sua mensagem de diversidade para o maior morro do Brasil, além de se apresentar em grandes festivais como o Lollapalooza Brasil, o Rock in Rio (edições no Rio e em Lisboa), e o Prism Festival, na Tailândia.

“Never Know”: a fusão entre pista e tecnologia

Em maio, Bruna surpreendeu novamente ao lançar “Never Know”, seu primeiro lançamento pela HUB Records. Apostando em sonoridades mais densas e industriais, com influências de minimal deep tech e indie dance, a faixa trouxe uma nova faceta artística da DJ: ainda mais pista, mas com uma carga estética e conceitual elevada.

O clipe foi um capítulo à parte: produzido inteiramente em inteligência artificial, o vídeo apresenta uma narrativa futurista em que uma personagem inspirada nela própria é transportada para uma realidade alternativa, vivendo uma espécie de loop em que experimenta o auge da confiança, desejo e poder. Com referências visuais que vão de sci-fi a Daft Punk, o projeto audiovisual deu mais uma prova da inquietação criativa que move a artista.

Uma trajetória que só cresce

Ao mesmo tempo em que celebra suas conquistas recentes, Bruna Strait já sinaliza o que vem por aí: mais lançamentos com vocais próprios, novos projetos audiovisuais, e uma crescente presença em line-ups importantes — como as recentes gigs ao lado de Dubdogz, apresentações em Santa Catarina (incluindo o famoso Greenvalley), Maringá, Curitiba e sua participação na tour de despedida do icônico El Fortin.

Com coragem para inovar, talento para dialogar com diferentes públicos e uma forte mensagem de representatividade, Bruna Strait mostra por que seu nome hoje é uma das apostas mais quentes da música eletrônica nacional — e cada vez mais pronta para furar a bolha.

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