A festa Sangra Muta comemora três anos no dia 25 de outubro com evento no Teatro Mars (Bela Vista). Das 23h às 10h, o projeto idealizado pelo DJ e produtor Gezender apresenta para o público uma programação com shows, DJ sets, performances e artes visuais com 24 artistas independentes da cena eletrônica como MC Dellacroix, o coletivo Animalia e a banda punk carioca Tantão e os Fita.
“Em meio às limitações sofridas por quem produz cultura em um ambiente criado, produzido e freqüentado por LGBTs, essa realmente é uma comemoração. É sobre existir e abraçar a potência artística de nossa comunidade de um jeito contemporâneo, sem nos entregar a um sistema ou estética pré estabelecida. Orgulho é uma palavra que enaltece essa bolha de resistência, transformamos os tempos difíceis que vivemos em arte. E olha, a gente ta só começando”, fala Gezender.
Com ingressos gratuitos limitados para serem retirados antecipadamente através do Sympla, lista livre para trans, travestis e drags, a Sangra Muta tem como uma das principais características a inclusão. A curadoria e cenografia também são as marcas da festa. Tanto que chamou a atenção do respeitável site WGSN, especializado em previsão de tendências. Considerado um dos seis principais influenciadores no quesito “Comunidades e Coletivos”.
“O paulista @gezendermusic, também conhecido como DJ Gezender, é um DJ, produtor e organizador da festa Sangra Muta. Esse DJ construiu uma sólida reputação na cena noturna brasileira ao criar festas e eventos radicalmente inclusivos com iluminação e som de alto nível”, diz a publicação.
PROGRAMAÇÃO
LINE UP DJS/SHOWS
Eram (dj set)
Tantão e Os Fita (show)
MC Dellacroix (show)
Gezender (dj set)
Ānanda (dj set)
forNazier (dj set)
LINE UP PERFORMANCES
Animalia
Dudx
AunHelden
Carmen Laveau
Ecto
Iarno
Mauad
Okofá Sabino
VISUAIS
Felipe Caprestano (instalação)
Luscofusc] (iluminação)
Bernoch (fotografia)
A Sangra Muta surgiu em outubro de 2016 e, em um ano e meio, foi criando identidade e se encontrou na noite de São Paulo. Com as instalações visuais e iluminação assinada por Elsiane e os djs residentes Gezender, V Almeida e Mari Herzer, a noite foi tomando forma e hoje sabe o espaço que ocupa e a que deve seu sucesso. A noite sempre tem performers convidadas, geralmente com curadoria assinada pela Coletividade Namíbia, encabeçada por Euvira. O público foi se formando aos poucos e hoje cativa habitués que frequentam todas as edições da festa, por onde já passaram grande parte dos nomes mais importantes do underground eletrônico paulistano, como Cashu, Amanda Mussi, Badsista, Tati Pimont, L_cio, Tessuto, Zopelar, Akin, Márcio Vermelho, Ivana Wonder, Linda Green, além de artistas internacionais como os DJs Pareja, Projekt Gestalten, Sean Dixon, Aerea Negrot e na próxima edição, se prepara pro Festival Raio. Em poucas edições, a Sangra conseguiu encontrar seu entendimento e começou a trabalhar com a política de contratar somente artistas da comunidade LGBT e mulheres. Parece uma decisão que restringe a curadoria, mas atuar diretamente em ações que promovem a inclusão acabou se tornando um meio de promover a visibilidade pra esses artistas de um modo muito saudável e cheio de arte e diversidade. Aos poucos, outras causas foram entrando na política de curadoria da festa e hoje, inclusive o staff e produção do evento é inteiro formado por esses grupos. Edições da festa aconteceram também no Rio de Janeiro e Florianópolis e em breve, ela estenderá o conceito da festa pra fora de São Paulo.