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A revolução cabe no bolso: Chris Lake, Beyoncé e o uso do microfone do iPhone na produção musical

A produção musical de ponta costuma evocar imagens de estúdios luxuosos e equipamentos analógicos caríssimos. Mas o DJ e produtor Chris Lake revelou em uma recente entrevista, um segredo de bastidores que humaniza o processo criativo dos grandes artistas: a valorização do microfone do iPhone. Lake e seu amigo Skrillex (nada menos) têm essa ferramenta em comum. Para ele, trata-se de “uma das melhores coisas que aconteceu na música”, transformando o humilde gravador de Notas de Voz em peça essencial para registrar ideias geniais.

A lógica por trás dessa preferência é surpreendentemente simples: o microfone do iPhone é considerado o melhor porque é o que está mais próximo. Essa proximidade permite capturar pensamentos, melodias e letras no instante exato em que surgem. Chris Lake usou o recurso extensivamente em seu último álbum, revelando que há várias faixas que utilizaram trechos gravados a partir do microfone do celular. Para os produtores contemporâneos, essa capacidade de “viajar essencialmente com meu estúdio na mala” é decisiva. O poder criativo agora cabe em um pequeno quadrado no bolso.

A flexibilidade dessa tecnologia é tamanha que já alimenta até mitos da indústria. Circulam rumores — que o próprio Chris Lake espera que sejam verdadeiros — de que Beyoncé teria gravado trechos vocais adicionais, os famosos overdubs, diretamente no celular, a bordo de um avião, horas antes do lançamento de Renaissance. A cena resume bem o maior trunfo desse recurso portátil: permitir que a criação continue até o último segundo. Para Lake, essa portabilidade é uma ferramenta “maciça” que permite compor em qualquer lugar, garantindo que a música não pare, mesmo com agendas apertadas e voos a caminho.

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