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Chris Stussy: talento geracional

O mundo da música eletrónica conhece como Chris Stussy, mas por trás deste nome está Neil Christian Steenbergen. O nome artístico nasceu há 15 anos: “Chris” vem de Christian, seu segundo nome, e “Stussy” deriva de Steenbergen, com uma pitada de “Jus Christ”, expressão sugerida por um amigo.

Aos 15 anos, sua paixão pela música começou a tomar forma. Queria ser jogador de futebol profissional, mas aos 16, optou por um festival ao invés de um jogo decisivo. “Acho que é a melhor decisão que tomei: ir atrás do que o teu coração está dizendo.

Começou como DJ aos 15 e por anos trabalhou para comprar seus próprios equipamentos, com uma residência numa praia em Nordwijk. 

“Eu tinha 15 anos quando comecei a tocar… estava literalmente trabalhando para comprar os equipamentos.”

Em casa, ouvia trance com os pais. A verdadeira imersão veio com os amigos, em festas como Fault e Slep Funk, onde passou a colecionar vinis e se inspirar em DJs como Prunk, Sam Deep e Benny Rodriguez. Prunk virou mentor, o levando para shows e ensinando sobre a vida neste cenário. 

Durante uma festa, Prunk o convidou para a cabine e o deixou sozinho para tocar. Stussy aproveitou a oportunidade para avançar a parceria. Mais tarde, tornou-se A&R do selo PIV, conectando artistas ao selo e escolhendo músicas com o feeling de Prunk. Uma de suas primeiras produções, lançada pela PIV Limited, vendeu mil cópias, após um acidente de prensagem.

“Porque você tem a responsabilidade de conectar outros artistas ao selo em que trabalha.”

Seu som evoluiu organicamente. Ele ainda toca deep house clássico, mas foca mais em suas próprias faixas, do seu selo e de amigos. De DJ de abertura a headliner, passou a produzir músicas mais enérgicas e com potencial de hits, sem deixar seu estilo de lado. 

“Para mim, é mais importante ter alguém com conhecimento também, não apenas redes sociais ou coisas assim.”

Muitas faixas nascem da espontaneidade. “All Night Long”, por exemplo, foi feita em meia hora num hotel, com vocal gravado no iPhone. Outro sucesso, “Breather”, feito com SAM durante a  pandemia, é um deep house com cordas e melodias marcantes.

Nos últimos meses, Stussy lançou sua própria série de eventos, Up The Stuss, conceito planejado há anos. Após tocar em palcos como Creamfields e Coachella, sentiu que era o momento certo.

Na produção musical, Stussy valoriza o equilíbrio entre turnês e momentos em casa. Relaxa, cozinha, lida com e-mails e produz em sua mesa da sala, sem pressão. Não lança com frequência marcada e acredita que imperfeições podem gerar grandes faixas.

“Nada é perfeito, mas essa é a beleza da nossa música, às vezes os erros geram as melhores faixas.”

Em novembro, Stussy retorna ao país para integrar o line-up do Circoloco Brasil, que acontece no dia 15 de novembro, no Autódromo Capuava, em São Paulo. O evento marca a volta de uma das marcas mais emblemáticas da cultura club global, nascida no lendário DC-10, em Ibiza, e reconhecida por transformar o underground em uma experiência que dialoga com vários públicos.

Nesse cenário, Chris Stussy surge como nome que representa a síntese entre o rigor técnico e a emoção orgânica da House Music. Sua apresentação promete trazer o refinamento europeu para pulsar na pista brasileira.

Em cada retorno, Stussy reafirma o que sempre moveu sua trajetória: a busca pelo essencial, onde o som e a pista se encontram no mesmo sentido.

It’s all about groove