Fim da lei do barulho livre em São Paulo reacende tensão sobre eventos de música eletrônica na cidade

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Por em 4 de setembro, 2025 - 04/09/2025



A recente decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reacendeu uma discussão para o futuro da cultura de eventos na cidade. O órgão declarou inconstitucional a lei aprovada em dezembro de 2024 que liberava ruído sem limite para shows e apresentações, trazendo de volta a restrição de até 65 decibéis. O descumprimento agora pode render multas que variam de R$ 12 mil a R$ 36 mil, valores capazes de inviabilizar financeiramente diversos eventos na cidade.

O impacto atinge em cheio a cena de música eletrônica, que em São Paulo encontrou no espaço do Vale do Anhangabaú um dos principais palcos para festas e festivais em formato open air. Os eventos representavam um marco de transformação cultural: a cidade se alinhava a movimentos internacionais que ocupam praças e parques como extensão natural da vida noturna. A volta da restrição coloca em risco o formato desses encontros junto a consolidação do Anhangabaú como polo destas grandes celebrações.

No entanto, o embate vai além do campo jurídico. De um lado, está a necessidade legítima de garantir o direito ao descanso dos moradores; de outro, a urgência de preservar e fomentar experiências culturais em uma metrópole que construiu sua identidade justamente na pulsação contínua, 24 horas por dia.

Afinal, como equilibrar o direito ao silêncio com a necessidade de manter viva a energia cultural de uma cidade que nunca dorme? É uma equação complexa, sem resposta simples e que, sem dúvidas, ainda dará muito o que falar

It’s all about groove

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