Da Bahia para o mundo, Victor Alc se faz uma das pérolas do cenário nacional. O jovem talento conquistou uma posição admirável no campo da música eletrônica como um produtor versátil, criativo e inovador.
Tendo conquistado suportes de medalhões da indústria como Keinemusik, Adam Port, Pablo Fierro, Pete Tong, Black Coffee, Vintage Culture e outros, o artista segue redesenhando os contornos do que a música eletrônica pode e deve ser em toda sua amplitude.
Entregar o que o público espera quando o assunto é música eletrônica não é tarefa fácil, mas entregá-la em forma de aula, com riqueza de detalhes, informação e cultura parece simples nas mão do produtor que já soma mais de 200k streamings no Spotify, fundindo vibrações contemporâneas a sua sólida identidade sonora.
Victor Alc acaba de lançar o single “Forma De Querer“, produzido em parceria com Murilo Tronco, obra abraçada pelo catálogo do selo Tortuga Tribes comandado pelo duo Sparrow & Barbossa e alcançou o Top #24 do Afro Latin Brazilian pela Traxsource. Tendo como musa sua cidade natal, Salvador, o artista segue infundindo em sua música a profundidade da paisagem social e cultural baiana, que é profundamente enriquecida pela tradição familiar musical de Victor.
Conversamos com Victor Alc para entender um pouco mais sobre seu momento.
Olá, Victor! Primeiramente, obrigado por nos conceder esta entrevista! Visto que Salvador e a cultura baiana são grandes fontes de inspiração nas suas produções, queremos começar por aí: qual foi o grande estalo que te puxou para a música eletrônica?
Eu sempre tive um feeling que esse seria o caminho que ia seguir na vida, mas não fazia ideia como. Por volta dos meus 12-13 anos, comecei a ter mais contato com a música eletrônica e me apaixonei. Tive a curiosidade de saber como aquilo era feito. Depois de começar a produzir, o difícil foi me encontrar naquele mundo, e saber o que era realmente autêntico e verdadeiro pra mim. Acho que as referências que tive desde criança me guiaram nesse caminho.
Você acabou de lançar a faixa “Forma De Querer” em parceria com Murilo Tronco e lançada pelo selo de Sparrow & Barbossa. Nos conte um pouco sobre seu processo criativo e a relação com os envolvidos.
Eu e o Murilo sempre nos encontramos para tentar criar algo, até que um desses dias chegamos com o esboço do que seria ‘Forma de Querer’. Após alguns dias batemos o martelo nos instrumentos que acabamos usando, e no final curtimos muito o resultado. Pensamos imediatamente na Tortuga, por ter uma identidade muito forte dentro do mercado.
O resto foi bem rápido, cerca de pouco mais de um mês depois, a track viria a ser lançada.
Keinemusik, Adam Port, Pablo Fierro, Black Coffee, são nomes que a grande maioria dos artistas apenas sonham em ter suporte ou trabalhar em parceria. Como foi a primeira vez que você recebeu um suporte desse calibre? O que passou pela sua cabeça?
Eu não acreditei no início (risos). Depois de alguns dias foi caindo a ficha do que estava acontecendo. Foi tudo muito rápido, cerca de três meses depois comecei a ter procuras para tocar em vários países, algumas delas se concretizando e outras para acontecer. É muito louco isso que tá acontecendo.
Do lançamento do single “You Can Feel”, de 2020, para o seu mais recente, o que mudou na sua forma de enxergar o cenário eletrônico e de produzir?
Em 2020, eu estava nos meus primeiros passos na produção musical, a “You Can Feel”, foi minha segunda track que produzi na vida. Por mais que estivesse bem no início, vivia na dúvida entre fazer o que funcionava nas festas e o que eu gostava, por mais que fosse um som “estranho”, até que na pandemia me desvinculei desse pensamento e comecei a fazer os sons que eu gostaria de ouvir, a partir disso fui encontrando pouco a pouco quem eu era dentro desse mundo. Tem muito a ver com autoconhecimento, acredito que muitos dos resultados tem a ver com a sua mentalidade.
Ainda com o pé no passado e outro no futuro, como foi sua primeira gig e quais limitações você enxerga como superadas nas apresentações seguintes?
Quando comecei a tocar um estilo de som mais autêntico e parecido com o que faço hoje, as pessoas não entendiam muito bem, não estavam acostumadas, principalmente em Salvador, minha cidade natal. Tive uma mente forte em não deixar o braço a torcer e continuar tentando, e fomentando mais minhas redes sociais para dar a entender como seriam as gigs. Para o futuro, acredito que tentar sempre se manter fora da caixa é o segredo, vejo muitos produtores fazendo músicas bem parecidas e seguindo tendências, acho que pode ser um caminho, mas prefiro acreditar que o diferente é mais impactante.
Construir uma identidade sonora não é tarefa fácil. Como se dá esse processo no seu dia a dia? E qual seria seu conselho para os produtores que estão no início de carreira?
Que eles não tenham medo de serem diferentes, de fazer um som “estranho”. Foram as vezes que mais tive insights sobre identidade. Além do hábito de produzir sempre (todos os dias se possível), o hábito de cuidar da saúde mental e física é necessário. Acalmar a mente num mundo como o nosso não é uma tarefa fácil, mas é a melhor forma de se conectar com seu eu interior e despertar a criatividade. O resto é confiar no processo e curtir a jornada.
Victor, foi um prazer recebê-lo para esse bate-papo. Por último, o que você poderia nos adiantar sobre seus próximos passos?
O prazer é meu pessoal, obrigado! Além da ‘Forma de Querer’, ainda teve mais um lançamento esse mês, a faixa se chama “Alma”. Após ela, não posso contar muito, mas minhas tracks preferidas devem vir ainda esse ano, muito ansioso para compartilhar com todos.
It’s all about groove