Timeless tem o intuito de resgatar músicas perdidas nas cases e Hds de DJs nacionais e colocá-las em evidência novamente. Cada convidado recebe a missão de trazer 3 músicas que poderiam estar atualmente em seus sets. Sons que possuem características atuais em seus timbres e arranjos.
Nosso convidado da semana é Marttinez
Host do podcast Tapa no Jog, e um dos organizadores do Unik Id e do InProgress, coletivo que além de podcast com mais de 200 episódios, já realizou showcases em clubes como River Clube D-Edge.
Um dos principais defensores da cena progressive house no Brasil, que preza pela técnica e sets paramétricos buscando sempre em algum momento alta carga emocional, que vem de uma pesquisa vasta que não se limita a estilos.
‘’Sempre que lia as colunas da Timeless de outras edições anteriores ficava maravilhado com verdadeiras pérolas que passavam por aqui. Fico muito honrado com o convite e confesso que às vezes esbarrava em algumas músicas e me pegava pensando se cairiam bem na coluna. A parte mais difícil foi escolher quais ia deixar de fora da lista, por conta disso escolhi músicas que ainda não vi serem tocadas ao vivo por nenhum DJ exceto por mim. Muitas vezes, quando vou buscar no “fundo do baú” alguma track, é que quero uma assinatura de som um pouco diferente daquilo que está ecoando no mercado atual mas que soe bem; Fiz essa lista pensando nisso.’’
Gui Boratto – Mr. Decay – 2007
Há não muito tempo atrás, Gui Boratto fez um post em seu instagram revisitando o projeto de “Mr. Decay”, que é uma música do Álbum Chromophobia, que conta com Beautiful life, talvez isso seja um dos motivos (além do clima mais escuro) pelo qual eu sinta que essa música ficou um pouco escondida dentre os sucessos do álbum. Há mais de 15 anos do lançamento, suspeito que o Gui já usava algumas técnicas bem populares hoje em dia, como usar White Noise para fazer hats. O Stereo dessa música é sensacional, assim como o kick aveludado.
Josh Wink – Higher State Of Consciousness (Tweekin Acid Funk) – 1995
Aquele breakbeat para literalmente elevar seu estado de consciência. Josh Wink define sua identidade musical como “construída em torno da tensão”. Com Higher State Of Consciousness é a pura definição de tensão; Ele usa e abusa da ressonância e das modulações malucas da 303, que não a toa, soa bem até hoje. Apesar disso, é uma track que escolho com cautela, nem todo momento, nem todo soundsystem.
Wippenberg – Chakalaka (Original Mix) – 2008
Em 2008, eu ainda um adolescente descobrindo a música eletrônica me esbarrei com os sets do Armin Van Buuren e achava que tudo era trance. Olhando pra trás, tenho a impressão de que o trance, progressive house e até o big room podiam andar lado a lado, e para mim, essa música é a interseção desses gêneros. Só anos depois eu adquiri mais conhecimento e percebi que o que eu mais gostava, na verdade se classificaria melhor como “progressive house” e inclusive algumas músicas já estavam nos tracklists dos artistas que viriam a se tornar meus ídolos. De qualquer forma, esse kick ainda bate bem, e mesmo com timbres mais fortes, com mais harmônicos, eu consigo encaixar no meu set quando estou tocando com bpms um pouco acima dos meus padrões.
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