O objetivo é que esta coluna sirva como um incentivo aos artistas convidados a mesclarem cada vez mais faixas novas e antigas, sem perder originalidade e capacidade de surpreender, na verdade, criando uma personalidade musical ainda mais sofisticada. Para nossos leitores, será uma oportunidade de aprender sobre a história da música eletrônica, percebendo que muitos conceitos de ritmo, arranjos, timbres e sound design, na verdade já eram utilizados a muito tempo atrás. Quando se fala que na cena eletrônica tudo é cíclico, estamos na verdade traduzindo que as sonoridades são retiradas dos mesmos equipamentos, sejam eles analógicos ou em suas versões digitais, a pelo menos 30 anos!
Nosso convidado da semana: Danee
Um dos principais Djs do sul, com mais de 10 anos de carreira, incontáveis aberturas, irretocáveis para DJs de nomes globais, seja no Warung ou em festivais, Danee tem seu nome no gosto de públicos variados, o motivo? Sempre ser fiel a um estilo que flutua entre techno obscuro com progressivo, claro! à moda antiga.
1. Guy Gerber – Timing [Cocoon Recordings, 2008]
Um dos produtores mais versáteis que eu tenho conhecimento e que fez essa obra prima ser um dos maiores clássicos da música eletrônica na minha opinião. DJs de house a techno ainda hoje tocam essa música nos momentos de mais emoção nos seus sets. Um groove hipnótico que se estende por toda a faixa tendo seu ponto alto a entrada do synth principal onde faz com que a viagem fique completa.
2. Guy J – Lamur (Henry Saiz Remix) [Bedrock Records, 2009]
Isso é o que acontece quando dois gênios se juntam e trazem tudo de si para o mundo. A track original já é uma obra prima e dificilmente conseguimos lembrar de remixes que subam ainda a régua e foi o que aconteceu nesse caso. Henry Saiz traz tudo de si para Lamur e seja lá a pista que for, no tempo que for, sempre vai soar atual por conta da poesia que ambos trazem para nós.
3. Mathew Jonson – Learning To Fly (Original Mix) [Minus, 2011]
Lembro como se fosse hoje a vez que eu vi um vídeo do Richie Hawtin tocando essa música num Time Warp na Alemanha e tive certeza naquele momento que tratava-se de uma obra de arte. Mais tarde fui descobrir que era assinada por ninguém menos que Mathew Jonson, um dos maiores produtores da nossa geração. Nessa época ainda não rotulavam comercialmente as faixas com essas características de “Melodic Techno” mas com certeza foi onde o estilo foi afirmando cada vez mais identidade própria. Hoje ou daqui muitos anos, essa música ainda conseguirá se encaixar em qualquer set em que o techno converse com melodias.