A nova geração de produtores de dance music no Brasil tem sido cada vez mais ágil em seus rumos. Do alto dos seus 20 aninhos, o DJ e produtor Vicius, que começou a soltar seus beats em 2020, já ostenta apresentações em clubs como D-Edge, lançamentos nos selos Prisma Techno e Prototype, remix para o super duo Binaryh e participação no primeiro VA da Ciccada.
A quantificação dos lançamentos pouco importa, portanto, diante da substância dos projetos de Vicius. L_cio entregou uma versão fora da curva, de batidas quebradas, para o single “Acrux”, do EP de mesmo nome lançado pela Prototype em 2020 – selo por onde Vicius também lançou, no ano seguinte, o EP de quatro faixas “Tammuz”. Decidimos conversar com o artista sobre esse período interessante que vem cursando na carreira.
Oi, Vicius tudo bem? Estamos nos falando com você em um período de construção contínua de carreira. Quais são os maiores desafios, ansiedades deste ponto que você está? Como você define sua assinatura sonora no momento?
Vicius: Acredito que o maior desafio hoje seja expandir a minha marca cada vez mais e levar minha música para diferentes cantos do mundo e conseguir suporte de artistas grandes. Venho tentando criar uma assinatura sonora única, diferente da de outros artistas, um Melodic Techno hipnótico, introspectivo mas também cheio de energia em alguns momentos.
Conte-nos como foi que o Melodic Techno te fisgou de vez a ponto de você entender o estilo como o que levaria como carreira.
Eu transitei muito em vários estilos diferentes antes de me encontrar, mas nenhum deles me definia. Foi quando comecei a frequentar festas que encontrei o Melodic Techno e vi um estilo com muita flexibilidade, que me permitia expressar quem eu sou através da música e a partir daí, fazer música ficou muito mais natural.
Suas faixas são intituladas com base em coisas diversas, desde nomes de deuses mitológicos até assuntos de astronomia. O que mais você costuma pesquisar na web pra se inspirar?
As inspirações das minhas músicas vêm de sentimentos, cenários e muitas vezes, do momento que estou passando na minha vida. Sendo assim, eu costumo pesquisar nomes que condizem com esses aspectos e com a história que eu conto através da música.
E essas colaborações musicais com L_cio, Binaryh? Como isso rolou?
Ao longo do tempo, desenvolvi uma relação próxima ao Binaryh, a Icarus foi uma música que eu e Renê começamos juntos um dia no estúdio deles, mas alguns dias depois ele a terminou sozinho, por isso quando ele fechou um lançamento com a Prisma Techno veio o convite para que eu fizesse a minha versão da faixa. Já o L_cio é um artista que sempre me inspirou muito também, mas quem fez o convite foi a própria Prototype, e o sentimento de quando ele que me ligou para discutir sobre o remix da Acrux foi indescritível e ele entregou uma versão que conseguiu superar minhas expectativas.
Você tem um lançamento em breve pela italiana Natura Viva, né? Conte-nos o que esperar disto.
A ansiedade para esse lançamento está muito grande, vai ser meu primeiro release por uma label estrangeira. As faixas representam muito bem minha assinatura sonora atual, são músicas que falam justamente sobre essa mudança que minha assinatura sonora sofreu ao longo dos últimos anos.
E onde você se vê daqui a três anos? Quais clubs, selos, experiências estão nos seus sonhos?
Olha, três anos é bastante tempo, mas quero ter lançamentos em grandes selos e buscar notoriedade como artista. Ainda tem muitos clubs brasileiros que quero tocar, como Caos, Warung, Âme Club, Surreal, etc… Mas até lá espero já ter feito a minha estréia internacional.
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