Um dos 50 melhores clubs do mundo não adquiriu essa posição à toa. Em seus mais de 15 anos de atividade, são incontáveis os atributos que rendem ao El Fortin um posicionamento sempre bom entre os principais rankings de clubs do mundo.
Entre os atributos, certamente destaca-se a curadoria, que já levou os mais variados nomes da música eletrônica global para Porto Belo, em Santa Catarina. Mas afinal de contas: como o El Fortin faz para sempre incluir grandes nomes da cena em seus line-ups? Até porque, só no último evento, o club foi o primeiro do Brasil a trazer um dos DJs mais falados do momento, Acraze, além, é claro, do retorno de Mochakk, que bombou após uma apresentação por lá.
Para tentar responder essa pergunta, conversamos com a mesa de curadoria artística do El Fortin. Confira:
Olá pessoal, sejam bem-vindos a GRVE! São mais de 15 anos de atividade, o que já rendeu uma boa média de artistas que passaram pelo El Fortin. Algo mudou nas diretrizes da curadoria ao longo desse tempo? Como foram se adaptando às transformações da cena?
Nossa curadoria se adapta com a tendência, o que o público está consumindo é o que trouxemos à tona. Nosso mainstage já teve várias características sonoras, do house ao trance. Antigamente, nossa pista principal era segmentada aos artistas high bpm, passamos pela fase do techno e também do brazilian bass, e hoje estamos em uma era bem forte do tech house. Com essas passagens sonoras foi criada a Black Tarj, pista que ficou representada pelo trance que mantém seu gênero firme e forte dentro do club desde quando abriu suas portas a 15 anos atrás.
GRVE: Quais são os pilares que sustentam a curadoria do El Fortin hoje?
O El Fortin é um club com características muito similares a um festival, a cada noite que abrimos trouxemos artistas do low bpm até o high bpm, divididos em três palcos. O relacionamento com nossos clientes sempre foi muito próximo, a todo o momento escutamos o que eles têm a pedir e assim mesclamos nossos line up com os clássicos da casa, mas sempre inovando e trazendo atrações inéditas, a “pesquisa em campo” é uma estratégia muito válida e faz parte da rotina do setor de marketing.
GRVE: Vocês apostam em nomes bem expressivos, mas não deixam de lado as novas figuras que surgem na cena local, tanto que possuem um palco dedicado a eles… essa combinação é o que consolida e mantém o El Fortin ativo de forma tão respeitada?
Com certeza, a Origins nasceu porque observamos que temos muitos artistas regionais com muito talento e grandes sonhos em ser djs/produtores reconhecidos, mas com pouca oportunidade. Com essa visão decidimos criar uma pista onde essa galera pudesse mostrar seu trabalho dentro do El Fortin para o público e também conseguisse produzir seu material seja um aftermovie, ou um set gravado ao vivo para investir no seu trabalho e espelhar ele para fora e alcançar mais oportunidades. Isso realmente torna o club respeitado por esses.
GRVE: E afinal de contas, como vocês conseguem bookar nomes tão expressivos mundialmente? Como é a negociação para trazer tantos nomes fortes com recorrência ao club?
Acredito que o mérito por conseguir bookar nomes tão expressivos é da nossa pista, da energia intensa que nosso público transmite. Então quando um nome com reconhecimento mundial toca aqui e posta seus conteúdos mostrando a nossa vibe e até mesmo em conversas entre seu círculo de amizade, eles já têm o interesse de vir experimentar essa experiência, aí quando o artista cai no nosso radar, cai no gosto do nosso público e começa ser mencionado em nossas pesquisas em campo, assim fica fácil de finalizar os contratos. Um ótimo atendimento ao artista, cumprir seus rider de luz, som, efeitos, camarim, entregar toda essa parte técnica com qualidade também soma nesse aspecto. (o que eu quis dizer aqui é que o “boca a boca” entre os gringos ajuda muito, e isso acontece porque nossa pista pega fogo de uma forma diferenciada dos outros clubs)
GRVE: Na maioria das vezes o público não conhece os pormenores de todo o processo de negociação com os DJs. Eentão, quais são as principais dificuldades que vocês enfrentam para conseguirem “fazer acontecer”?
O que dificulta mais fazer acontecer é que moramos em uma praça com muitos clubs grandes e de qualidade. Com isso, às vezes, não conseguimos trazer quem gostaríamos pelo fato de o artista X tocar no club Y.
GRVE: Apesar disso, vocês também estão sempre de olho no que o público está pedindo, não é? Essa análise é feita para todas as festas?
Não, essa análise é feita de 2 a 3 vezes por ano.
GRVE: E para finalizarmos: de que forma o El Fortin busca conduzir suas relações com os artistas? Muito obrigada pelo papo!
Como sempre, conduzimos com muito respeito ao seu trabalho, nos esforçando ao máximo para entregar o melhor show deles para que a evolução deles sejam constantes como a nossa também, isso para todos. Por isso, nosso slogan representa: sem rótulos, sem preconceito, apenas amor à boa música. Fazendo tudo com muito amor todos ganham e gerimos um relacionamento saudável.
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