A música pode levar o ouvinte para lugares nunca antes visitados e é exatamente essa experiência que Fers deseja criar com o seu som. Através do Techno e suas ramificações, o jovem artista, natural de Porto Alegre/RS, se conectou com a música de pista exatamente assim, vivendo-a.
Deu início em sua carreira artística há poucos anos e mesmo com uma pandemia global no meio da história, não desistiu. Apoiado em suas ideias e sonhos, ele seguiu firme no propósito e aproveitou o momento de paralisação para aprofundar-se ainda mais nos estudos e práticas. Com mentores de peso como Andre Salata e Alex Stein, Fers deu saltos de alta angulação em sua evolução.
Hoje, com três EPs na conta, Lost Mirror, Oblivion Ghost e Horizon, o seu maior destaque via Dear Deer Records Black, o artista se prepara para um novo momento na carreira. Um nome da nova geração do Techno brasileiro que você precisa conhecer. Confira essa entrevista!
Oi Fers, tudo bem? Legal poder falar contigo e te conhecer. Você faz parte da nova geração do Techno nacional. Conte-nos como foi que você se encontrou com este estilo de som?
Fers: Me encontrei bem no início da mentoria com o Alex Stein, ele me sugeriu criar uma track de techno mais “pesada” e rápida, apenas para testar e exercitar certos lados da produção musical. No final do exercício eu tinha criado várias tracks de techno mais Peak Time e eu simplesmente amei, me senti livre criativamente pra explorar infinitas possibilidades, senti uma conexão emocional interna muito forte, como se tivesse me “achado” na música e no mundo.
E boa parte da sua carreira foi formatada durante o isolamento social, certo? Nem precisamos dizer os pontos negativos disso, mas por outro lado, estar no começo da carreira e ter tempo de estudar isso antes de iniciar parece ser positivo também… Como você enxerga?
Fers: Eu honestamente enxergo como muito positivo, tive tempo de estudar muito e pude abrir meus olhos para o mercado, passei a entender como funciona os mecanismos que giram a cena aqui no Brasil e no mundo, consegui estudar bastante principalmente pelas palestras que recebi na pandemia… foram pessoas do mundo inteiro e de várias áreas diferentes, foi muito produtivo e esclarecedor!
Como foi que você chegou na sua estética de som? Antes você flertava com o melódico, hoje evoluiu para um Techno reto, mas tem abordagens futuristas, certo? Como tem sido esse processo?
Fers: Foi basicamente no amadurecimento de técnicas e na constância produzindo tracks, nesse amadurecimento me dei conta que não quero ser um artista mega melódico como antes, quero passar a sensação do que tem de mais moderno e pesado nas minhas tracks, isso por si só pode levar a uma sensação futurista, mas o principal é: que escutando minhas próximas faixas, mesmo escutando elas em casa, você vai se imaginar numa festa com elas.
E além do Alex, sabemos que você teve outro mentor importante nessa jornada… o que de mais valioso você aprendeu com cada um que poderia destacar?
Fers: As principais mentorias que mudaram minha vida foi com o Salata, um dos caras que me transformou em um produtor de alto nível. Através dele conheci várias pessoas que me ensinaram muito, o Salata por si só alavancou meu conhecimento sobre produção e mercado de um jeito absurdo. E a minha mentoria com Alex, que continuo até hoje, também foi fundamental. Ele é o meu ‘sensei’, digamos assim (risos), ele me lapidou, me transformou no que sou hoje e vem me guiando pra me tornar o artista que sempre sonhei.
O Techno para muitos jovens vira uma filosofia, por conta do pertencimento. Por que você acha que isso acontece? E como você enxerga o momento do gênero em nosso país? Há espaço pra mais? Você pensa em ficar no país ou já imagina uma carreira lá fora?
Fers: Eu acredito pelo pessoal que curte techno ser bastante unido no mundo todo, pessoas que tiveram experiências incríveis indo em festas de techno ou escutando em outros lugares e se “encontraram” de certa forma nesse ambiente, eu acho isso muito legal no techno, não vejo essa união tão forte em outros estilos.
No nosso país a gente tem uma longa caminhada pra transformar isso numa cena de verdade como na europa, tem pouquíssimas festas de techno aqui, se vê bastante festa de house, deep, melodic, mas poucas de techno. É um assunto complexo, tem inúmeros problemas a serem resolvidos pra cena poder prosperar, não só o do Techno, mas da maioria das vertentes mais undergrounds. Vamos começar a ajudar núcleos pequenos que estão se formando e artistas novos que estão vindo aí! Tem uma safra nova de festas que está vindo e artistas que eu tenho certeza que vão chegar muito longe!
E por fim, o que tem preparado de especial para este ano? Quais são as novidades? Obrigada!
Fers: Por enquanto não posso falar muito por conta de contratos e outras coisas, mas podem esperar de mim alguns EPs bem sombrios, um Fers com uma produção muito madura e altura de grandes artistas, com uma vibe única e original. Agradeço o espaço, até uma próxima!
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