Pitros é um jovem talento de São João del-Rei, no interior de Minas Gerais, que vem levantando a bandeira do House e Tech House em sua região. Com diversos projetos encaminhados, como sua festa Lean On, é também responsável pela noite eletrônica no Hangar Club, em São João del Rei, o artista impulsiona os gêneros derivantes do House por sua região, construindo também uma sólida ascensão com potentes lançamentos musicais.
Conversamos com Pitros sobre seus quase sete anos de trajetória, os projetos aos quais está envolvido, a cena de São João e a receptividade do público aos sons com grave, confira:
GRVE: Olá Pitros! Seja bem-vindo à GRVE! Como você despertou pra música eletrônica underground?
Pitros: Primeiramente gostaria de agradecer pelo convite. Assim como qualquer outro conheci a música eletrônica pelo mainstream, frequentando eventos de eletro-house em 2014/2015, e com o passar dos anos foram se passando vários “ciclos” que em determinado momento eu ia parando de me identificar tanto com certos gêneros, vivi uma fase de curtir muito o Eletro, depois curti muito o Brazilian-Bass, que eram sons mais acessíveis aqui em MG.
Depois, meio cansado de ouvir muitas vezes os mesmos artistas e já estar procurando novos sons na internet, por volta de 2018 comecei a frequentar São Paulo algumas vezes no ano para aspirar House e Techno e que são os gêneros que me identifico até hoje. Eu produzo atualmente Tech-House, não diria 100% underground pois hoje a minha estética dá muita abertura pra tentar ser acessível e ainda manter o conceito e conseguir agradar as pistas aqui no interior com um som “diferente”.
GRVE: E como é a cena na sua região? Comente os pontos positivos e negativos.
Se tem uma palavra que pra mim resume a cena de São João seria aconchegante! Com quase 7 anos trabalhando aqui, o que mais ouço dos artistas de fora quando vem tocar aqui é sobre a receptividade do público em relação a diversos tipos de som que gera uma surpresa muito grande pra eles, pois apesar de ser uma cidade com 90 mil habitantes, tem um público grande aqui com um gosto mais “maduro” que com certeza é fruto do trabalho de bons artistas locais.
O público também é bem hospitaleiro, a cidade recebeu um prêmio pelo Airbnb de cidade mais hospitaleira do Brasil. Além de ser um público bem animado, sem frescura e inimigos do fim! Pontos negativos é que a cena tem um certo “limite” de crescimento pois é muito difícil conseguir expandir mais o público dos eventos devido ao número de habitantes e a capacidade dos locais de eventos, além da dificuldade de organizar a logística e rider técnico dos artistas, por carecer de aeroporto e equipamentos mais atuais!
GRVE: Como é fazer parte de um grupo de artistas que atua para inserir sua cidade e cena no radar global da música eletrônica? É um objetivo muito importante e nobre!
Eu vejo a música eletrônica de forma muito democrática e acessível, portanto acho muito importante levantar a bandeira e tentar sempre trazer referências da sua cidade/estado/país. Comecei a trabalhar com eventos para tocar na minha cidade na condição que gostaria e ter liberdade de aplicar novos sons e é um privilégio enorme estar cercado de amigos artistas que contribuem de forma séria para a cena local e para o seu legado. Gostaria de mandar um salve especial para os artistas que sempre estiveram envolvidos nos meus projetos comigo desde o início: Otto; Avidd e Cazz.
GRVE: Conte-nos mais sobre os projetos da sua região que você está envolvido.
Atualmente estou envolvido em menos projetos, pois estou mais focado em consolidar o Pitros! E também porque o legado criado ao longo desses anos já faz com que a cena tenha eventos de música eletrônica com qualidade numa certa frequência, já temos novas “gerações” e muitos colegas neste nicho. Atualmente trabalho fazendo a curadoria artística para o Hangar Club nos eventos de música eletrônica e nos eventos open air fora da casa também, acabo sendo uma espécie de anfitrião nos eventos que estou envolvido.
GRVE: E como o público recepciona as batidas com graves suntuosos por aí?
No começo foi bem difícil entrar com uma “nova linha de som”; mas hoje em dia já é maravilhoso a entrega e a recepção do público até em eventos “open format” que consigo já entregar um tech house mais sério. As apresentações aqui costumam ser as melhores, é muito bom jogar em casa em clima amistoso e poder sempre entregar um pouco além do convencional.
GRVE: E para finalizarmos, como estão suas projeções para os próximos meses do ano? Valeu pelo papo, Pitros!
Estou num momento de aspirar e realizar muita coisa positiva! As projeções para os próximos meses são lançamentos melhores e mais consistentes, mais shows em outras cidades e estreia em outros estados e posicionar bem o Pitros nas redes por meio de uma comunicação mais verdadeira. Mais uma vez, obrigado pelo papo. Grande abraço!
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