Raízes árabes, influências mediterrâneas e linguagem profunda: a arte sensorial de Giovanna Zattar

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Por em 23 de setembro, 2025 - 23/09/2025

Existe uma dimensão além da dança onde a música eletrônica pode nos levar — e é nesse território que habita a arte de Giovanna Zattar. DJ, produtora, sound healer e empreendedora criativa, a artista nascida em Joinville/SC e atualmente baseada em São Paulo constrói uma obra que ultrapassa o entretenimento e se alinha com espiritualidade, ancestralidade e propósito.

Seu projeto é uma verdadeira experiência sensorial, em que som, moda e energia se entrelaçam. “Meu som é hipnótico, profundo e espiritual”, define. Em suas produções e sets — sempre conduzidos por ritmo, emoção e intenção — convivem a cadência do organic house, a força ritualística do afro house, a fluidez do deep house e o exotismo magnético do arabic house. Tudo isso permeado por influências do Flamenco, da estética baleárica e de elementos da música mediterrânea ancestral.

É essa fusão étnico-sonora que tem feito dela uma presença marcante tanto nas pistas quanto nos bastidores da cena eletrônica. Giovanna fundou a Yaraland Records, selo que reflete seu posicionamento artístico e amplia seu ecossistema criativo, conectando artistas com propostas semelhantes e explorando novas linguagens dentro do eletrônico global.

Lançamento pela George V Records

No dia 12 de setembro, Giovanna relançou “Jawanih Alhariha” — música originalmente lançada por ela através da Yaraland, em 2024 — pela George V Records, selo responsável pelas icônicas compilações da rede global Buddha-Bar. O som agora integra a coletânea “Buddha-Bar by Rich Vom Dorf & Ravin”.

Inspirada em e trazendo samples de “Asfour (Sparrow)”, composição de Marcel Khalife com interpretação de Oumaima Khalil criada durante a Guerra Civil do Líbano nos anos 1980, a faixa se tornou símbolo de liberdade e dignidade em tempos de opressão, e representa perfeitamente a essência de Zattar.

“Jawanih Alhariha”  foi concebida para mergulhar o ouvinte numa atmosfera profunda, onde drama e romance caminham juntos. Inspirada no símbolo de “Asfour”, a faixa reencena o encontro entre um homem ferido e uma voz feminina que o guia de volta à luz. É um tributo ao poder feminino — não apenas o poder de encantar, mas o poder de cuidar, acolher e salvar. Na pista, essa força aparece como melodia e pulso: um rito de libertação em que a mulher conduz, sustenta e devolve asas.

Presente e futuro

Com um histórico que inclui apresentações em Warung Tour, Réveillon Carneiros, Quartzo, Bonjour, Monolink SP e shows internacionais no Egito e em Nova Iorque, a artista também vem se destacando pela curadoria apurada e pela autenticidade estética. Seu figurino e acessórios — especialmente os chapéus da sua própria marca, YARA Hats — reforçam seu compromisso com identidade e propósito, carregando referências do universo árabe, do feminino sagrado e da moda boho contemporânea.

Não à toa, nomes como Monolink, WhoMadeWho, Bob Moses, Satori e MoBlack já receberam criações exclusivas da YARA — sinal de que a arte de Giovanna Zattar vai muito além da cabine. Ela cria narrativas em múltiplas camadas, nas quais o visual, o espiritual e o sonoro se alimentam mutuamente.

Para ela, produzir música é mais do que criar batidas dançantes: é tocar a alma. E isso se reflete nos feedbacks que recebe: “Dizem que minhas músicas têm alma, são envolventes e conseguem tanto fazer dançar quanto elevar. Uma viagem pelo Mediterrâneo, pela Espanha e pelo universo árabe”.

Com o lançamento do seu álbum autoral, “Welcome to Yaraland”, a criação do documentário “YaraLand – O Universo Espiritual e Sonoro de Giovanna Zattar”, que narra sua trajetória, e a estreia pela pela George V Records, a artista consolida-se como uma artista completa. 

Para os próximos anos, seu plano é claro: expandir internacionalmente, tocando em destinos como Ibiza, Mykonos, Dubai, Tulum e Líbano — onde diz se sentir em casa.

It’s all about groove

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