Nem toda trajetória artística é feita de grandes explosões ou sucesso instantâneo. Algumas acontecem no silêncio, no detalhe, no tempo certo. A de YOLA tem sido assim: feita com calma, construída na base da consistência, da sua própria verdade e da liberdade de ser quem se é — mesmo quando o mercado olha para outro lado. Longe do hype, mas próximo de quem escuta com o coração aberto, ele vem cultivando uma assinatura sonora difícil de ignorar, e “She Is Love” é o retrato mais recente dessa entrega.
Lançada pela Metaphysical, sublabel da icônica Get Physical Music, a faixa marca mais um passo relevante na caminhada do artista, reafirmando a consistência de um projeto que, mesmo independente, já soma passagens por três selos do mesmo grupo: Get Physical, Kindisch e agora Metaphysical. O single mistura grooves afro/latinos com vocais pop e harmonias emotivas, resultando em uma estética híbrida e atual. “She is Love tem esse contraste: é pra dançar, mas também carrega uma carga emotiva”, explica YOLA.
Mais do que apenas um novo single, a faixa representa um avanço importante na construção do projeto. “Está sendo a melhor resposta do público de todos meus lançamentos até agora. A música está recebendo cerca de 1000 plays por dia no Spotify… isso nunca tinha rolado comigo”, conta, revelando também que muita gente tem mandado feedbacks positivos: “a galera tem enviado mensagens falando sobre como gostaram do som”, respostas que reforçam a conexão próxima que ele vem criando com sua audiência desde sempre.
Diogo Siqueira, nome por trás do projeto, iniciou sua trajetória na música eletrônica em 2017, depois de mais de uma década imerso no universo das bandas. “Venho de um background de bandas autorais, e isso moldou meu jeito de fazer música: sempre como uma expressão sincera do momento que estou vivendo, sem seguir fórmulas ou tendências”, diz. É dessa raiz que nasce o que ele brinca de chamar de YOLA HOUSE, um estilo que escapa de classificações genéricas, mas carrega sempre a sua assinatura.
“Costumo dizer que faço YOLA HOUSE (risos), uma brincadeira pra explicar que não tento me encaixar em um estilo específico. Nunca parto de um gênero como ponto de partida, e sim de uma sensação, de um momento que quero traduzir em som”, reflete. O resultado são faixas com personalidade própria, que atravessam diferentes gêneros: “Já lancei faixas mais voltadas pra pista, com BPMs mais altos, outras mais introspectivas, e outras que misturam tudo isso.”
Essa abordagem tem rendido conquistas importantes, como reconhecimento editorial (com destaque em playlists da Apple Music como New in Electronic e New Music Daily) e apoio de nomes como Maxi Meraki. Ao mesmo tempo, ele vive um momento de carreira onde o foco é fazer lançamentos consistentes de faixas que funcionem na pista, mas que também despertem emoções e criem conexão em quem ouve. “São tracks dançantes, com identidade forte, que misturam groove e sentimento, provocando sensações como alegria, nostalgia e contemplação”, ele diz.
Ainda sem agência de bookings, management ou equipe por trás, YOLA segue trilhando seu caminho de forma independente — o que torna cada conquista ainda mais significativa. “Continuo sendo um artista independente que faz tudo sozinho… com a correria de trabalho do dia a dia, acaba ficando difícil conseguir datas pra me apresentar e alcançar novos ouvintes”, relata. Mas isso não o impede de sonhar mais alto: “Queria muito ouvir uns DJs tocando, vamos ver se vai rolar — ou eu mesmo tocar mais ela na pista.”
Enquanto esse momento não chega, ele segue fiel ao que acredita: uma música feita com verdade, sensibilidade e entrega total. E mesmo ainda fora dos holofotes da cena, é essa coerência que vai, pouco a pouco, pavimentando o caminho de um artista que escolheu crescer com consistência e sem pegar atalhos.
It’s all about groove