MARCKENZO é o projeto musical de Diogo Marques, artista natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que entra no grupo da nova geração de talentos emergentes da cena eletrônica brasileira. DJ, produtor e multi-instrumentista, ele combina a energia do Tech House e do Minimal Deep Tech com influências latinas, criando uma sonoridade que se encaixa muito bem nos tempos atuais.
Seu início na cena foi há 7 anos, quando ainda no começo de sua carreira como produtor musical, fez parte do duo Enocks. Com esse projeto, ele lançou duas faixas pela Muzenga Records, mas a parceria foi interrompida, o que tempos depois culminaria na criação do seu projeto solo MARCKENZO.
Com seu mais recente lançamento, “Voices in My Head“, pela renomada Hub Records, o produtor entrega uma faixa que traduz perfeitamente sua visão artística, mesclando timbres marcantes e synths hipnotizantes com um groove infeccioso, o que lhe rendeu suportes antecipados de nomes como Vintage Culture, Wade e Gabriele Toma.
Para conhecer mais a fundo a trajetória de MARCKENZO, fizemos essa entrevista com ele explorando suas inspirações e adiantando que podemos esperar de sua carreira que está apenas começando:
Olá, Diogo! Obrigado por nos receber. Saber como foi o início da trajetória de um artista é sempre interessante. O que te inspirou a se tornar DJ e produtor?
Olá, equipe GRVE e leitores! É um prazer compartilhar um pouco da minha história com vocês. Minha trajetória musical começou muito cedo, aos 8 anos, quando participei de orquestras e bandas. Essas experiências me deram uma base sólida como multi-instrumentista, o que naturalmente me direcionou ao universo da Dance Music.
Na época em que o Summer EletroHits estava em alta, juntamente com o crescimento do EDM, comecei a explorar diferentes estilos musicais. Sempre fui fascinado por tecnologia e passava boa parte do meu tempo aprendendo sobre computadores e música. Foi nesse período que, aos 12 anos, tive minha primeira experiência como locutor em uma Web Rádio. É curioso lembrar que, na época, minha voz ainda não tinha amadurecido, então eu ajustava o pitch para soar como um adulto.
Alguns anos depois, comecei a me envolver com festas e eventos, acompanhando artistas como Martin Garrix, Tiesto, Above & Beyond, entre outros, que me inspiraram a explorar os palcos e me aprofundar na produção musical.
Você começou sua carreira com o duo Enocks. Como foi essa experiência em comandar um projeto ao lado de outra pessoa? Você traz aprendizados para o seu projeto solo atual?
Sim. Trabalhar ao lado de outro artista em um projeto foi uma experiência enriquecedora. Colaborar com alguém trouxe uma troca constante de ideias e aprendizados que ajudaram a ampliar minha visão artística. Aprendi a importância da comunicação, da flexibilidade e de como unir diferentes perspectivas pode levar a resultados incríveis. Esses aprendizados foram essenciais e continuam a influenciar meu trabalho solo. Hoje, aplico essas lições no meu processo criativo, na forma como gerencio meu tempo e até na maneira como me conecto com o público. Entender a dinâmica do trabalho em equipe me ajudou a fortalecer minha identidade como artista solo, valorizando tanto a individualidade quanto a colaboração.
Você diria que a sua sonoridade anterior com o Enocks é muito diferente da atual como MARCKENZO? Em quais aspectos você enxerga uma evolução e mudança maior?
Sim, a sonoridade que desenvolvi com o Enocks é bastante diferente da minha atual como MARCKENZO. Quando trabalhava no duo Enocks, explorávamos uma sonoridade que se baseava em influências mais específicas e, em muitos casos, mais focadas em determinados estilos dentro da cena eletrônica.
Com a minha evolução para MARCKENZO, busquei expandir meu repertório musical e incorporar novos elementos ao meu som. Minha atual abordagem mistura Tech House e Minimal Deep Tech, resultando em um estilo mais pessoal e distintivo. Essa mudança reflete minha busca constante por inovação e adaptação às tendências emergentes na cena eletrônica.
Acredito que, em si, a cena eletrônica está em constante evolução, e minha trajetória como artista reflete essa dinâmica. A capacidade de explorar novos caminhos e de se reinventar é essencial para se manter relevante e criativo. Essa evolução não apenas me permitiu desenvolver uma identidade musical mais clara, mas também me ajudou a me conectar com um público mais amplo e diversificado.
Você combina Tech House e Minimal Deep Tech com influências latinas. É uma combinação que está bem em alta nos dias atuais, algo que vemos em muitos artistas. Quais são as referências que você traz pro seu projeto?
Minha combinação de Tech House e Minimal Deep Tech com influências latinas certamente está em sintonia com as tendências atuais, mas o que diferencia o meu projeto é a forma como eu integro essas influências para criar um som único.
Minhas referências vêm de uma ampla gama de artistas internacionais que são conhecidos por sua habilidade em criar grooves inovadores e envolventes. Busco inspiração em artistas como Michael Bibi, Jamie Jones, Pawsa e diversos outros artistas que são renomados por suas produções criativas e pela capacidade de mesclar elementos diversos de forma coesa. Esses artistas têm uma abordagem que ressoa profundamente com meu estilo, e eu busco capturar a essência do groove e da energia que eles transmitem em suas músicas.
O diferencial do meu trabalho está na maneira como eu combino esses elementos internacionais com um toque pessoal, incorporando a vibração e a riqueza das influências latinas de maneira autêntica. Isso me permite criar um som que não só reflete as tendências atuais, mas também traz uma perspectiva fresca e original para o cenário da música eletrônica.
Você lançou sua primeira track em agosto e, um mês depois, já lançou a segunda através da HUB Records, uma conquista bem importante. Conta um pouco pra gente de cada uma dessas tracks em uma visão mais pessoal?
A faixa “My Eyes” possui um peso emocional significativo para mim. Em um momento delicado da minha vida, enfrentei uma situação que parecia não ter saída, mas consegui encontrar uma solução. Essa experiência de superação se tornou uma fonte profunda de inspiração para a criação da faixa. Através de “My Eyes,” expressei não apenas minha própria jornada e resiliência, mas também transformei essa vivência em uma motivação criativa. O resultado é uma faixa que reflete minha jornada pessoal e as emoções que experimentei durante esse período desafiador e que marca meu primeiro lançamento.
Já a faixa “Voices in My Head” nasceu de uma forma bem inesperada. Em um dia comum no meu estúdio, uma ideia espontânea surgiu, e eu resolvi gravar um vocal aleatório no meu celular, sem pensar muito no significado. As palavras que saíram soam como pensamentos desconexos — quase como verdadeiras “vozes na cabeça” — que acabaram se entrelaçando perfeitamente com timbres marcantes e synths hipnotizantes que estavam rolando naquele momento.
A faixa captura esse clima de energia e introspecção, criando uma atmosfera única que prende o ouvinte do começo ao fim. Acho que essa espontaneidade e a falta de um significado definido contribuíram para tornar a experiência auditiva ainda mais única, intensa e envolvente, transportando o público para um espaço onde as emoções falam mais alto que as palavras.
Quando você está no estúdio, tem alguma técnica ou abordagem especial para criar suas produções musicais? Essas duas músicas que você lançou tiveram início através da ideia de alguns vocais, não foi?
Sim, tenho uma abordagem bastante intuitiva quando estou no estúdio, e a forma como crio minhas produções varia bastante, mas muitas vezes elas começam de maneira espontânea, como aconteceu com “Voices in My Head.” Para mim, a inspiração surge nos momentos mais inesperados, e gosto de capturar essa energia imediata. As duas faixas foram gravadas com vocais de autoria própria, mas cada uma surgiu de um momento e inspiração distintos.
Você tem algum artista ou produtor com quem gostaria de colaborar no futuro? Alguém que na sua opinião daria um match perfeito com o seu som?
Acredito que todos os produtores têm o sonho de realizar uma colaboração marcante em sua carreira, e comigo não é diferente. Existem muitos artistas que admiro e que têm uma identidade musical forte, trazendo algo único para a cena, e com quem eu adoraria trabalhar no futuro. No entanto, não tenho um nome específico em mente; prefiro deixar as coisas acontecerem de forma natural.
Muitas vezes, quando estou produzindo, acabo criando sons que imagino se encaixarem perfeitamente com o estilo de alguns artistas, e essas possibilidades me mantêm motivado e inspirado. Estou sempre aberto a explorar colaborações que façam sentido artisticamente, e acredito que as melhores parcerias surgem quando há uma conexão genuína e espontânea entre os artistas.
Pra gente encerrar, quais são suas expectativas para o futuro e que novos projetos você está trabalhando? Já tem outras tracks finalizadas prontas para serem lançadas? Obrigado!
Minhas expectativas para o futuro é continuar evoluindo como artista e expandir minha música para alcançar um público ainda maior. Quero seguir explorando e refinando meu som, sempre buscando novas inspirações e referências que me permitam inovar. Além disso, meu objetivo é continuar construindo minha identidade musical e deixar uma marca única na cena eletrônica, respeitando minhas raízes e trazendo algo autêntico para cada produção.
O futuro está cheio de possibilidades, e estou animado para abraçar cada uma delas. Tenho várias tracks finalizadas e com datas de lançamento já agendadas. Inclusive, minha próxima faixa será uma colaboração com um artista que vem conquistando grandes suportes, e está prevista para novembro. Essa collab será lançada por uma gravadora de grande renome e representa um passo importante na minha trajetória musical. Estou empolgado para compartilhar o que vem por aí!
It’s all about groove.