Vintage do Melódico ou Tech House?

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Por em 26 de agosto, 2024 - 26/08/2024

Texto por Sofia Moretti

Na semana passada a BE ON ENTERTAINMENT confirmou Vintage Culture como special guest da Music On, tradicional festa de Marco Carola, que rola em São Paulo no mês de Novembro. Não foi exatamente uma surpresa, visto que já se falava sobre o nome do brasileiro em grupos de whatsapp e o anúncio era esperado também por Lukas tocar em outros eventos da marca pelo mundo. Ainda assim, há uma certa surpresa em torno do anúncio. Entenda abaixo: 

Desde a pandemia, Vintage Culture tem movido sua carreira em uma reconfiguração completa que o permite atender com eficiência o mercado global. Essa mudança aconteceu em diversos níveis, mas principalmente no seu som, que deixou de ter uma assinatura mais comercial conectada às tendências do que funcionam no Brasil. Neste processo, ele experimentou com diversos movimentos e estilos. Teve House pela Defected, remix de um dos maiores clássicos do Trance, Tech House chiclete com a Tudo Bem Tudo Bom e até Afro House. Mas foi no Melódico que aconteceu uma maior identificação de forma geral, tanto nos lançamentos, quanto em apresentações. 

A cereja do bolo disso tudo foi o lançamento do álbum Promised Land (16 faixas), em Maio deste ano. O projeto teve dimensões dignas de um lançamento de grande banda. Features, material audiovisual de ponta, sessão de pré-lançamento para os fãs. Parecia o casamento definitivo da estrela brasileira com os sons melódicos. Mas, não é bem assim. Com parcerias como essa com a Music On e um tracklist que constantemente conta com muitas faixas de Tech House, ao que tudo indica Lukas prefere continuar sem uma identificação de posicionamento mais clara e absoluta com algum estilo musical. 

Tal posicionamento não é uma grande novidade para quem acompanha sua ascensão desde os primeiros anos. Embora o projeto Vintage Culture tenha sim traços de identidade reconhecíveis, o artista por trás da marca sempre se mostrou aberto para uma variedade ampla de sons e tendências, sem se preocupar muito com uma definição do que ele seria. Muito mais do que estar conectado com um gênero ou outro, Lukas parece sempre estar taticamente próximo de estilos que são tendências do momento e, dentro disso, mostrar a sua própria visão e interpretação disso. 

O caminho é um tanto quanto arriscado, visto que os fãs de cada movimento tem suas preferências e seus preconceitos com outros estilos. Além disso, pouquíssimos nomes da cena global mantêm a mesma estratégia em um nível de performance de carreira tão alto como a do brasileiro. O número é menor ainda se analisarmos no longo prazo. Mas, isso também o difere dos demais, aumenta consideravelmente o tamanho de público que pode estar interessado pelo som e traz muito dinamismo às suas apresentações. Se Vintage é do Tech House ou Melódico? Melhor dizer que ele é da pista. 

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