Entrevista: O groove de Prunk novamente vai ecoar pelo Brasil

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Por em 9 de fevereiro, 2024 - 09/02/2024

Quando eu estava fazendo uma pesquisa sobre o histórico e a carreira do holandês Prunk, uma frase me chamou muita atenção: “Se tiver groove, soul e pulsar com um ritmo suave e hipnótico, há uma boa chance de Prunk estar por perto”, uma definição certeira do som que ele propaga na pista de dança, sempre pra frente, com muito groove e revisitando sons clássicos da era de ouro da House Music, mas ainda assim com muita delicadeza e elegância… poucos fazem isso tão bem quanto ele. 

Prunk consolidou seu nome na indústria musical também por conta de sua gravadora, a PIV, fundada em 2015, que cresceu exponencialmente e hoje tem até o seu próprio festival… a gravadora tornou-se uma grande comunidade global enraizada no amor pela House Music, “acredito que ajudamos muitos artistas em suas carreiras, mas esses artistas também ajudaram nosso selo a crescer”, destacou ele durante nosso bate-papo.

Foi pela PIV que ele lançou o mais recente álbum, Le Funk, no início de 2023, e que teve uma grande aceitação do público e da crítica em geral. Mas sua novidade do momento é a tour pela América Latina, que irá passar, é claro, pelo Brasil, país que ele conheceu pela primeira vez há 10 anos, em 2014. Na agenda estão duas festas de carnaval: D-Rete, no domingo, dia 11, e Surreal Park, na segunda, dia 12. 

Tivemos a honra de trocar uma ideia com ele alguns dias antes do seu retorno, acompanhe:

GRVE: Olá, Prunk! Saiba que para nós é sempre muito gratificante conversar com um artista cujo amor pelas raízes da house music é tão verdadeira. Gostaríamos de começar perguntando sobre sua relação com o Brasil, já que em breve você estará por aqui novamente. Há alguma experiência específica ou memória marcante que gostaria de compartilhar com a gente de suas passagens anteriores por aqui? 

Prunk: Olá! Tenho um vínculo especial com o Brasil, pois este foi um dos primeiros países onde eu pude me apresentar na América do Sul. Raphael Carneiro era então co-organizador da Apenkooi e me trouxe ao Brasil pela primeira vez há 10 anos. A partir desse momento, nos tornamos bons amigos. Foi uma grande aventura e passei 6 horas tocando no D-Edge, quase perdendo meu voo. Em seguida, embarquei no avião direto da balada, sem dormir. Desde então, visitei o Brasil muitas vezes e realmente o considero como um segundo lar.

Apenkooi 2014

Desta vez você tem um debut pela frente, no Surreal Park, club de Renato Ratier, que imaginamos que você o conheça. Já ouviu algo a respeito deste espaço? Por acaso você estuda o local e a atmosfera antes de se apresentar em um novo venue?

Conheço o Renato há algum tempo e em breve estaremos juntos no estúdio! Ele também pagou um táxi para mim uma vez quando perdi minha carteira em um festival, claro que nunca vou esquecer isso. Nesse meio tempo, estamos trabalhando juntos e recentemente fiz uma apresentação junto com o D-Edge no ADE. Só ouço coisas boas sobre o Surreal e, claro, pesquisei sobre o local, estou ansioso para esse momento!

Falando sobre estudar, vimos que em setembro você fez uma apresentação de 10 horas seguidas na Thuishaven, com ingressos sold out. Como foi essa preparação? O que passava na sua cabeça dias ou horas antes dessa apresentação? Houve algum desafio maior ao longo da construção do set? 

Para mim, foi um dia muito especial porque rolou em Amsterdã, a cidade onde cresci musicalmente, e muitos amigos, familiares e fãs estavam presentes. Foi uma grande honra fazer isso e foi especialmente ótimo ver que as pessoas compareceram tão cedo. No final, só fui ao banheiro uma ou duas vezes porque estava completamente concentrado na minha apresentação. Foi uma ótima experiência e com certeza faremos novamente neste verão.

Não podemos negar que além da parte de produção e discotecagem, seu nome é muito conhecido por conta da PIV, label que você idealizou em 2015. Como essa ideia surgiu inicialmente? Naquela época você esperava que o reconhecimento da label chegaria a um patamar tão alto em tão pouco tempo? Seja sincero…

Obrigado pelas palavras gentis! Claro que é um sonho que tenha se tornado tão grande e que recebemos tanto reconhecimento do resto do mundo. Sempre quis começar um selo com música house de qualidade, mas honestamente não esperava que crescesse tanto com eventos e o próprio selo.

Gosto especialmente de descobrir novos talentos e ver que eles muitas vezes se tornam artistas ainda maiores depois de lançarem conosco. Acredito que ajudamos muitos artistas em suas carreiras, mas esses artistas também ajudaram nosso selo a crescer. Sempre acredito em colaboração, e é por isso que o PIV é para todos.

Você se recorda se já lançou algum brasileiro pela label? Pelo que procuramos aqui, acreditamos que não… ainda assim, tem algum produtor ou DJ que você mantém no radar e acompanha mais de perto? Ou mesmo alguém da velha escolha que você admira?

Costumava tocar muito Jackin House/Chicago e lembro de ter muitas faixas do Anhanguera, duas lendas de São Paulo. Mas talvez a gente realize isso logo, a presença de um artista brasileiro no selo!

Falando um pouco mais sobre seu ímpeto criativo como produtor, acabamos de ouvir por completo o Le Funk, álbum que você lançou no início de 2023, uma obra e tanto, versátil, com músicas que encaixam em diferentes momentos. Na sua opinião, o que ele difere se comparado ao Journey, de 2018? 

Acredito que consegui mostrar minha versatilidade com o álbum ‘Le Funk’, que soa muito mais maduro do que ‘Journey’. Se eu também considerar o tempo que dediquei ao último álbum em comparação com o primeiro, isso pode ter me poupado uns dois anos. Também trabalhei com vários artistas em Le Funk e realmente gostei da experiência.

E no momento você está trabalhando em algo novo? Algum remix? Alguma collab? O que você irá trazer de novidade para apresentar ao público brasileiro? 

Tem muita coisa acontecendo no momento, incluindo lançamentos na Defected, Shall Not Fade, Tamango e, claro, PIV. Estou trabalhando em um remix para a lendária faixa do SoulSearcher ‘Can’t Get Enough’, um desafio e tanto, mas estou convencido de que será um remix muito legal. Além disso, vou tocar muita música nova durante o Carnaval no Brasil!

Por fim, se você pudesse dar uma dica a produtores mais jovens que vislumbram lançar pela PIV em algum momento, qual conselho seria esse? Obrigado e te esperamos na pista muito em breve!

Recebi muitas demos boas, mas muitas vezes são faixas de remakes de lançamentos passados. Estamos sempre em busca de algo original e refrescante. Faça o seu próprio estilo e produza o que você gosta, e não envie algo muito rapidamente, mas compartilhe com amigos DJs para obter feedback e, em seguida, envie para o selo. E sim, muito obrigado pela entrevista, estou ansioso para a próxima semana e mal posso esperar para mostrar meu som a vocês.

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