Um novo nome aparece no horizonte do Indie Dance nacional: Toma

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Por em 20 de dezembro, 2023 - 20/12/2023

Imagine no seu primeiro trabalho lançado como produtor musical já alcançar o top #1 do Beatport em um dos charts? Esse feito (nada comum) foi conquistado recentemente pelo catarinense Vinicius Santana Tomazoni, ou apenas Toma, como batiza seu projeto. O EP Future Scream, em parceria com Pietro (BR) foi lançado dia 20 de outubro pela Print ID e alcançou a mais alta posição dos releases de Indie Dance… nada mal para quem começou a produzir em julho, né?  

Nascido no oeste catarinense, na pequena cidade de Xanxerê, próximo a Chapecó, Toma vem firmando raízes em um som que tem como base principalmente o Indie Dance e o Dark Disco, mas com folga o suficiente para flutuar por outros estilos. Nesta curta jornada, tem recebido feedbacks de artistas importantes e até dicas de produtores globais e um suporte nada modesto de Joris Voorn no Tomorrowland Brasil.

Na agenda como próximos compromissos, algumas datas pelo Sul do país, como dia 27 de janeiro, em que está confirmado para tocar na Ecotronic Sunset ao lado de grandes artistas nacionais como Antdot e Carmee. O futuro promete para este artista de 25 anos, então nós aproveitamos para saber mais o que vem por aí.

Olá, Toma! Obrigado por nos conceder essa entrevista. Nos conte inicialmente qual foi o click para iniciar a carreira como DJ e como você caiu no Indie Dance logo de cara? 

Oi GRVE! Legal demais falar com vocês. Comecei a frequentar algumas festas com amigos que tocavam e esse gênero sempre foi muito comentado mas pouco tocado, ouvia muito que era “difícil de encaixar” e que “nessa pista não funciona”, não se via ninguém tocando na região mas quando me aproximei das pick-ups, me senti muito confortável em explorar um gênero diferente, fazendo com que realmente fosse uma estratégia para se diferenciar na cena. Além disso, acho um som que é altamente pista, como se fosse o “deep house da nova geração” e vejo que realmente funciona muito bem pelas gigs que venho conquistando.

A gente começou o texto destacando o seu ótimo lançamento com Pietro, que foi Top #1 do Beatport. Tem como nos falar como foi o processo criativo dessa track? A colaboração foi feita a distância mesmo? 

A collab aconteceu de uma maneira muito fluida, eu e o Pietro somos do oeste catarinense e sempre tivemos muita vontade de produzir nosso próprio som, com características e influências muito parecidas na época, então eu e ele vimos a oportunidade de fazer isso acontecer, sentamos em um estúdio improvisado na casa dele e a “Future Scream” nasceu. Com isso mandamos para algumas gravadoras e o Zim (IDID) abriu a porta da Print ID pra gente, sugerindo lançar um EP, então se reunimos mais algumas vezes pra fechar a Final Lap e de forma bem despretensiosa mandamos para ele, com alguns refinamentos conseguimos esse lançamento que foi bem especial.

E quem te incentivou a produzir? Como tem sido esses primeiros meses de estúdio? O que tem sido mais desafiador? 

Tive uma conversa com o L_cio sobre personalidade sonora em um club regional, menções honrosas a Lake Club <3, esse incentivo veio realmente dele, de ter propriedade e identidade, tomei  coragem de tirar a ideia do papel, sempre tive muita facilidade com software e graças ao pessoal da Fluxo (Zac, Kaka Mendes, Alex Diettrich, Carmee e Fuscarini) esse step foi muito fluido e rápido, acho que o ambiente que estamos inserido regionalmente ajuda muito nesse processo, referências por aqui de bons produtores a gente tem de sobra, então tudo isso deu um empurrão para as coisas acontecem. 

Quais são os artistas que mais te inspiram e te guiam hoje na carreira, seja tanto na parte de produção como na de mixagem? 

Tenho contado muito com o pessoal da Synce Records para feedbacks e direcionamentos, mas os artistas que com certeza tem me inspirado são: Far&High, Final Request, Sam Shure e Yet More. Cada um tem uma personalidade de som muito autêntica e é isso que quero chegar no meu projeto. Já na linha de mídia dos projetos e gestão de carreira, gosto muito do que o Zerb e o Zac seguem trabalhando, mídia real, on time, adaptadas para os formatos de consumo atuais. 

Vimos que você já conta com suportes de Joris Voorn, Nilu (DK), Mau Maioli, Memachine e Deer Jade. Pode nos falar mais sobre como sua música chegou até eles? Como você tem feito a promoção do seu som?

Realmente foi uma surpresa receber suporte de tantos nomes logo no primeiro lançamento, isso tudo foi graças ao networking monstro que a gravadora tem, na época não tinha noção de como funcionava e acabei mandando algumas faixas por e-mails que perambulam a internet mas realmente o mailing da gravadora é algo fundamental, afinal, já existe um filtro para os artistas o que fica muito mais fácil o acesso a eles. Com isso, recebemos feedbacks e apoios desses artistas que fazem muito na cena global e isso é muito gratificante.

Você também comentou que recebeu até mesmo algumas dicas do Nilu (DK) para as suas produções. Como isso aconteceu? Ele abriu um espaço para feedbacks? 

Nilu foi uma grata surpresa na minha trajetória, ele já lançou em várias gravadoras de renomes mundiais como Einmusika, Zaatar entre outras e recentemente ele tocou em um clube local e nos demos bem de cara, conversando sobre a afinidade com o Indie Dance, ele levou meus sons para as outras gigs aqui no Brasil e estamos conversando para estreitar os laços para o ano que vem. Ele é realmente um produtor incrível e suas produções tem uma identidade cativante. Nesse período dele aqui no Brasil, criamos uma amizade e tenho certeza que vai nos render grandes frutos.

Soubemos que você tem se aproximado e reforçado laços com a label Time To Dance, que é bastante forte na cena do oeste de Santa Catarina. Como tem sido esse trabalho ao lado deles? 

A Time to Dance foi o primeiro lugar que abriu as portas para o meu trabalho que realmente tinha um peso e renome na cena eletrônica regional, tenho um carinho enorme por todo mundo que passa por lá e o Gabi (Doctor Jack) sempre tem me aproximado do elenco, e eu sigo auxiliando na curadoria, ouvindo novos lançamentos e fazendo com que essa soma nossa gere frutos com uma característica ímpar. 

O projeto tem como característica a House Music, mas mesmo eu tocando um som mais alternativo faz com que a gente se diversifique ainda mais. A Time to Dance tem muito a crescer como gravadora e também como uma label de festas, acredito que nossa parceria e estreitamento vai ser fruto de orgulho para muita gente nos próximos anos.

E quais são os planos para 2024? Você já tem mais trabalhos de estúdio assinados? Tem como nos adiantar alguma coisa? Valeu!

Estou com um planejamento intensivo de estúdio para 2024, quero liberar pro mundo ainda mais a minha identidade e lado criativo. O spoiler que posso dar é que em breve sai um EP pela Dear Deer Music Label focado em um indie dance mais experimental e dois singles que estão programados para março, a meta é chegar em Dezembro de 2024 com um lançamento pelo menos, todo mês. Estamos alinhando também uma linguagem mais visual para as entregas das faixas, afinal, todo mundo sabe que isso é tendência, assim podendo somar a bagagem do meu passado como diretor de arte para ver o que acontece! 

Valeu GRVE! Feliz de bater esse papo com vocês <3

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