Acrobata do Cirque du Soleil, Neco compartilha sua história como DJ e lançamento pela label de Vanilla Ace

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Por em 5 de junho, 2023 - 05/06/2023

Produtor musical, DJ e acrobata do Cirque du Soleil, o brasileiro Neco, radicado em Las Vegas, teve sua música lançada pela WyldCard Records. “Whatcha Gotta Do” foi selecionada por Vanilla Ace para sair em sua gravadora durante uma live que Grahame Farmer costuma fazer no Twitch, ensinando desde técnicas de produção até marketing digital para DJs. Ouça aqui.

A produção de Neco, projeto de João Paulo de Souza, traz a percussão e o groove do tech house, mas envelopada em uma roupagem houseira mais clássica, bem melódica e suingada.

Batemos um papo com Neco que contou mais da sua história com o Cirque du Soleil e sobre “Whatcha Gotta Do”, que é apenas a sua segunda música, confira.

Neco, você se mudou aos 18 anos para os EUA, em busca do sonho de ser acrobata, certo? Conta melhor pra gente essa história, por favor. Desde quando você tinha esse sonho, como foi que conseguiu a mudança e como foi que conseguiu se estabelecer no país, a ponto de virar acrobata de um grupo tão grande como o Cirque du Soleil?

Neco: Fui ginasta no Brasil desde os 6 anos de idade. Participei de competições nacionais e internacionais nos meus doze anos de carreira no esporte. Quando fiz 18 anos, decidi mandar um demo das minhas habilidades para o Cirque du Soleil, pois tinha amigos já trabalhando para a empresa dizendo como eram bem tratados e bem pagos para fazerem o que amam. Depois de duas semanas, o Cirque du Soleil entrou em contato, dizendo que eu tinha o perfil ideal para fazer parte da criação de um show sobre a vida do Elvis Presley, e 14 anos depois, aqui estamos! 

Já fiz parte de 3 produções diferentes para a empresa e hoje sou acrobata no show “Michael Jackson ONE”, um show sobre a carreira e hits do Michael Jackson.

E quando foi que a música eletrônica entrou na sua vida? Imagino que você já fosse fã, mas o que te levou a, já como um acrobata estabelecido, querer também arriscar uma carreira paralela como DJ e produtor?

Neco: Na verdade eu já saí do Brasil gostando de Psy Trance, pois já frequentava algumas raves em São Paulo. Depois de esperar por 3 anos para sair em Las Vegas, porque nos Estados Unidos eu ainda era menor de idade, fui ao Club XS no Wynn Casino. Quando cheguei lá, me decepcionei, pois o DJ só tocava hip hop e pop music. Quando comentei com um amigo de trabalho sobre a minha experiência no club, ele me disse que se eu quisesse escutar música eletrônica, eu deveria ir para o lado leste dos Estados Unidos, exatamente onde a House Music foi criada. 

Nas primeiras férias que tive, fui para Miami conhecer o Club Space. Marco Carola era o headliner e fiquei impressionado como ele fez um set de 8 horas tocando só Techno e Tech House e as pessoas ao meio-dia não queriam ir embora do club. Desde então virei fã do House/Tech House e nunca mais olhei para trás.

E hoje, como está sendo conciliar as duas carreiras? Como um bom acrobata, pretende equilibrar ambas, ou tem o plano de priorizar uma delas no longo prazo?

Neco: Hoje em dia ainda consigo conciliar as duas carreiras, mas o meu objetivo é mergulhar de cabeça no “nightlife”. Não só como DJ/Produtor, mas como empresário, dono de clube e produtor de eventos. Tenho também o sonho de juntar essas duas habilidades um dia. Imagine um DJ lá tocando e entre transições fazendo acrobacias… Sim, esse é meu sonho!

Você logo se tornou um DJ bem conceituado na cena de Las Vegas, conseguindo residências e bookings importantes. Como isso aconteceu tão rápido? Já está vislumbrando expandir seu nome para fora da cidade, ou mesmo do país?

Neco: Na pandemia eu estudei muito! Discotecagem e produção virou minha obsessão. Era o que eu fazia e pensava 24 horas por dia. Eu tive ali, durante a pandemia, um break da minha vida de acrobata e fui atrás do que sempre me trouxe prazer, a música. E a pandemia, querendo ou não, me ajudou a ter a minha primeira oportunidade para tocar, pois os contratantes não estavam trazendo DJs de fora da cidade para se apresentarem. Existiam várias restrições na época e eles não queriam perder dinheiro trazendo headliners. Daí foi quando a galera da cena local começou a ser mais exposta e deu certo de eu estar bem no meio dessa galera. 

Quanto a tocar fora da cidade, eu toquei na Danke em Juiz de Fora-MG em janeiro desse ano. Foi a primeira vez que me apresentei para o público brasileiro e foi sensacional! Mas meu objetivo é fazer turnê pelo mundo afora. Quero levar minha música para todos os cantos do mundo!

“Whatcha Gotta Do” é apenas a sua segunda música, e de cara, já conseguiu lançar pela gravadora do Vanilla Ace. Como você acha que conseguiu uma chancela tão expressiva tão cedo em sua promissora carreira?

Neco: A “Watcha Gotta Do” foi escolhida por Vanilla Ace em um livestream no Twitch. Grahame Farmer, o fundador da Data Transmission, faz toda segunda-feira uma live ensinando desde técnicas de produção a marketing para DJs e no começo do ano ele levou A&Rs de labels conhecidas para escutarem as demos de seus seguidores. Mandei a minha demo e o Sam (Vanilla Ace) gostou e assinou a track ali mesmo. Creio que dei sorte! 

Imagino que esse lançamento vai te dar muita visibilidade e abrir muitas portas. Já está sentindo essa repercussão? O que podemos esperar do Neco nas próximas semanas e meses?

Neco: Ainda não estou sentindo a repercussão do lançamento em si, mas sinto que o meu trabalho está ganhando mais visibilidade. Por isso, estou muito feliz! 

Quanto aos próximos meses, estarei me apresentando todas as segundas na pool party do Sahara Casino, Azilo Ultra Pool, onde consegui minha primeira residência. Minha festa, Rendezvous, acaba de completar um ano e acontece também todos os domingos em downtown Las Vegas. E para completar, tenho mais um release em julho, pela espanhola Relyt Records de Tyler Coey.

Mais sobre Neco

Neco é um brasileiro que sempre traz suas raízes para seus sons. Suas tracks e sets são conhecidos por serem cheios de groove e manterem a energia de qualquer pista fluindo. Parte da cena eletrônica de Las Vegas, tocou em clubes e pool parties como Discopussy, We All Scream, Area 15, Azilo Ultra Pool e Commonwealth. 

Já dividiu as CDJs com nomes como Justin Martin, Joeski, Walker & Royce, Illyus & Barrientos, Mat.Joe, Harvy Valencia, Breaking Beattz e Carol Favero, e levou a música eletrônica aos palcos dos espetáculos Mad Apple e Zumanity, do Cirque du Soleil (grupo em que também atua como acrobata há 14 anos).

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