O dicionário vai dizer que “contraste” é o que sinaliza a oposição ou a distinção entre coisas ou pessoas, quando comparadas: contraste entre a sombra e a luz. Faz sentido também para a música, quando, assim como luz e sombra estão conectados (uma ocorre com ou por causa da outra), diversas facetas entram no todo. Assim é Ted Troll, codinome artístico de Arthur Alfradique.
“Ao mesmo tempo em que demonstro um lado muito engraçado e extrovertido quando estou no palco, quem me conhece pessoalmente sabe, que eu sou um cara muito sentimental e muitas vezes introspectivo no cotidiano”.
Sabendo quem é e o que veio mostrar, de forma alguma, portanto, Ted Troll confunde seu público. Pelo contrário, mostra que é possível sim não se levar tão a sério, ser fiel à sua personalidade e, ao mesmo tempo, gerar emoções das mais profundas às mais primitivas, em sets que vão longe – Organic House, Afro House, Deep House, Progressive, Disco e Melodic Techno são só algumas das vertentes que entram nesse redemoinho.
“Por ter começado minha carreira como DJ, meu foco maior foi sempre tentar entender o que a pista a minha frente precisava, mesmo que isso me custasse muitas vezes sair da minha zona de conforto, me adaptando ao terreno, como um camaleão. Com isso fui adquirindo experiência nas diversas variedades da House Music, criando afeto por algumas vertentes. Hoje, quando vou montar um set, o mais difícil é saber a dosagem certa de variedade musical sem tirar a coesão do set, sempre diagramando uma sequência temporal adequada”.
Niteroiense, Ted Troll está por trás da label party Ritmo Del Mare e do selo Faith & Science – olha aí de novo o contraste: “fé” e “ciência”. E quando ele entra no estúdio, geralmente saem dessas experiências suportes de artistas gigantes, como Alok, Nora En Pure, Cosmic Gate, EDX e Ferry Corsten. E ele seguirá assim, criando e fazendo dançar, com o sorriso sempre no rosto.
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