Class Sick já vinha causando identificação com o público de música eletrônica logo em suas primeiras produções, em 2021. Mas o ano seguinte, nosso finado 2022, representou um grande salto para o DJ e produtor de 26 anos, natural do Espírito Santo e atual residente do Toro Club (Vitória-ES) e da label party Cat City (Cuiabá-MT). Apoiado por Michael Bibi, Marco Carola, Mochakk e mais, vem crescendo o prestígio dele por aqui.
As faixas do artista foram parar na Rawthentic, label do Carlo Lio e Nathan Barato, e na CUFF, comandada por Amine Edge & DANCE. Enquanto celebrava essas conquistas, Class Sick ainda pôde fazer os últimos ajustes de seu novo EP, “Chronos“, com quatro original mixes para a Toro Rec que você já pode ouvir logo embaixo. Conversamos com ele para entender os seus focos neste ano que começou.
Oi! Como você se sente agora sobre a sua carreira, passadas as suas conquistas recentes? Tá sentindo uma motivação fora da curva?
Com certeza, olhar pra trás e ver o caminho que trilhei até aqui só me dá mais gás para continuar. Me sinto mais livre pra criar agora, ainda mais com a validação de artistas gigantescos da cena internacional. O Dennis Cruz tocou uma track minha como uma das principais no set dele no Caos! Me disseram que foi fora de série… quando ele virou a “Freak Like Me”, a pista veio abaixo. Dito isso, começar o ano com esse EP mais conceitual mostra muito do que está por vir esse ano, é como uma introdução do meu estilo, que considero algo totalmente único na cena.
“Chronos EP” é um trabalho super bem feito, mais para o lado do Minimal. O que você pretendia dizer com este projeto?
Acho que chamar atenção do público desse gênero, não só do Minimal, mas do Acid House e do Deep Tech. Sempre me identifiquei muito com essa pegada e, analisando minhas faixas anteriores, não tinha muito material nesse sentido. Nesse EP resolvi mostrar de fato o que eu pretendo seguir nos próximos meses pelo menos. Eu sempre produzi muito esse estilo, mas acabava que as tracks que eram aprovadas pelas labels eram faixas que seguiam uma outra linha. Me considero um produtor bem versátil, mas esse EP é uma introdução de uma identidade mais planejada. Agradeço à Toro pela oportunidade e pela liberdade que me deram de criar algo, acho que o resultado foi bem satisfatório.
A parte visual do lançamento também chamou a atenção. Como foi essa idealização? E pretende fazer mais essa integração visual aos seus sons nos próximos lançamentos?
Eu sempre valorizo muito a parte visual do projeto. No começo, eu pintava a capa da minhas tracks à mão. E na parte de vídeo, no ano passado eu havia criado também um material bem interessante pra minha primeira track na CUFF. Essas duas campanhas conversam entre si e têm uma conexão tanto estética quanto cronológica. Na campanha da CUFF criamos uma série de posts no Instagram como introdução dessa minha persona, ali eu expliquei sobre o conceito do projeto, falando sobre o lado “Class” mais elegante e o lado “Sick” mais irreverente, e sobre a conexão dos dois. Entenda quase como a simbologia do “yin-yang”. E nessa última campanha, eu trabalhei isso também, com o figurino mais elegante contrastando com o cenário urbano. Claro, quero deixar meu agradecimento ao meu filmmaker, Evandro Rabbi, por viabilizar isso e me ajudar a traduzir minhas ideias em vídeo, acho que se fosse outro profissional não ficaria tão bacana.
Você já tem na sua lista de suportes nomes como Michael Bibi, Marco Carola, e Dennis Cruz, gigantes da cena. Quais são os outros artistas-referência com quem você ainda quer criar conexão daqui em diante?
Tenho muita admiração pelos caras da Solid Grooves, e esses suportes me fizeram evoluir muito. Mas quem eu mais me identifico é com o PAWSA. As tracks dele pra mim sempre foram minhas inspirações. Me identifico bastante com a persona artística dele e tenho certeza que a gente teria muita coisa pra conversar (risos). Outra pessoa por quem tenho muita admiração é o Jamie Jones. Agora voltando ao lado mais de identidade sonora, acredito que Rich NxT, Niteplan e os caras do Prok & Fitch, com certeza, são pessoas com quem eu queria ter uma troca de experiências.
Conte-nos sobre 2023, tem novidades de estúdio para lançar?
Bastante! Já fechei 5 EPs. A maioria ainda não posso divulgar, mas estou bastante focado em criar conexões com labels brasileiras. Então, a maioria vou lançar aqui mesmo no Brasil, mas tenho um remix para o próximo mês numa label de Israel, a Jamaha, que também é label party. É bastante nova e tem feito ótimos eventos. Além disso, posso dizer sobre o release da Delicious, que ainda não tem data, e um outro EP pra Jamaha também, que deve sair nos próximos meses.
Recentemente a festa Cat City recebeu o Classmatic em Cuiabá. Como foi para você esta edição?
Foi fantástico receber Classmatic, com certeza um dos maiores DJs que temos. Ele é uma referência pra mim, um dos meus mentores, hoje posso dizer que um amigo. Sobre a festa, todos os artistas fizeram uma apresentação impecável. Foi um dos maiores públicos que eu e o BMAGE, um dos idealizadores do evento, tivemos oportunidade de tocar para mais de 700 pessoas. Tudo isso graças ao trabalho duro de toda a equipe, em especial os idealizadores do evento (não vou listar nomes pra não correr o risco de esquecer ninguém), mas que trabalho fantástico!
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