Diggin With: Kaká Franco | A evolução dos CDJs tornou os DJs mais preguiçosos?

Tags: , , , , , , ,
Por em 22 de dezembro, 2022 - 22/12/2022

Tudo começou com vinil ou com as bolachas para os mais familiarizados, iniciando um movimento que segue vivo dentre inovações, atualizações e melhora contínua na vida dos que dão o sangue pela música. Há de se admirar a intensa pesquisa que compõe os melhores sets de vinil. E para além dos precursores do mundo das pick ups, devemos reconhecer que o lançamento de novos equipamentos e softwares habilitaram uma nova geração igualmente talentosa a apresentar formatos diferentes de performances.

Apesar de já terem se passado mais de 30 anos desde que os vinis foram substituídos pelos CDs — e os mesmos substituídos por pendrives e arquivos digitais — há uma beleza em assistir os veteranos mantendo a história viva, dando uma verdadeira aula para os amantes da música quando tocam em vinil. Kaká Franco, DJ Mau Mau, Renato Cohen, e DJ Magal são alguns dos nomes que ainda mantêm a cultura viva e dão aula quando o assunto é vinil.

Quem já ouviu falar do Traktor, Ableton, Rekordbox, CDJs e controladoras nos mais variados formatos e tamanhos, sabe a gama de opções possibilitadas. Estamos em um nível importante da história da música eletrônica, é um lançamento atrás do outro ou uma atualização que por vezes gera polêmica, como por exemplo o botão “sync” nas CDJs mais atuais, que fazem os olhos mais atentos duvidar das capacidades de mixagem de um DJ, mas que pode facilitar para que o artista use até 4 decks interferindo na seleção de forma a criar uma identidade única para suas apresentações. Há vários pontos de vista sobre o quanto essas facilitações interferem na qualidade ou na capacidade das apresentações dos artistas, será que facilitou a tal ponto que certos artistas nem se preocupem mais tanto com a técnica?

Kaká Franco mantém a arte do vinil viva para encher os olhos com apresentações fenomenais e hoje vem elucidar os leitores sobre a sua trajetória e a sua visão perante a evolução dos equipamentos tão queridos pelos artistas e pelo público, que se antena a cada novo lançamento. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Kaká Franco (@djkakafranco)

Kaká Franco

Olá GRVE e todos os leitores, é sempre um grande prazer estar aqui comentando e podendo compartilhar um pouco da minha opinião com vocês. O assunto de hoje realmente é fácil de polemizar, pode haver muitas interpretações e justificativas. 


Os CDJs, os softwares, os mixers, os computadores, os hardwares, etc.. realmente tem trazido uma nova gama de possibilidades para os DJs em geral, nada mais é padrão, cada DJ pode personalizar a sua forma de se apresentar, no final de tudo o que realmente vai prevalecer, é a conexão do DJ com o público. Para construir essa relação e que ela seja duradoura, é preciso impressionar, apresentar bem o seu diferencial ao tocar, pois ao mesmo tempo que você DJ acessa as novidades, logo logo seus seguidores e público em geral também descobrirão as suas ferramentas e aí que o jogo – ou encanto – pode mudar ou potencializar. O que quero dizer é que se você usa “atalhos” ou apenas as facilidades da tecnologia, isso automatiza quase tudo na sua apresentação, rapidinho, ela perderá valor, principalmente quando a platéia olhar pra você e pensar, “ah, isso eu também sei fazer”. 

Uma frase que não consigo concordar é essa: “O que importa é o que sai da caixa”, pois não podemos esquecer que o ser humano tem outros sentidos além da audição, ver o que o DJ está fazendo é de extrema relevância, tanto é que vídeos, luzes, movimentos, temperatura, layout, dança, olhar, técnica, etc.. são quesitos que não há o porque desconsiderar.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Kaká Franco (@djkakafranco)

A relação entre o equipamento utilizado pelo DJ, tem que ser um caso de amor, temos que amar utilizá-los, esqueça a reação dos outros, mas seja louco pelo seu setup, essa loucura contagia, pois no meu caso essa ligação com os discos de vinil, já é além do explicável, e de alguma forma isso transparece e causa exclusividade. Já vi muitos DJs tentando utilizar os toca discos sem ter essa ligação, e o efeito não é o mesmo, por mais que tecnicamente seja superior, a entrega fica debilitada.

Vamos então para a polêmica do botão sync, pode ou não pode? A resposta é, pode sim, não é o usar ou não usar, é como você usa, não justifique o seu uso com base em outro DJ, “ah o Ritchie Hawtin usa, então eu uso também”, use por ser inexplicável e mostre na sua apresentação o diferencial e a sua exclusividade.

Siga acompanhando Kaká Franco no Instagram. 

Tags: , , , , , , ,