Suas criações brincam com as aparentes contradições de sentimentos rotineiros. Alegria e tristeza, intensidade e leveza, euforia e melancolia. Tudo isso traduzido em música, forma uma sonoridade repleta de melodias melancólicas e ambiências sublimes, marcadas por batidas suaves e vocais envolventes. Desde sua estreia oficial como duo em 2020, a cantora, compositora e pianista Clara Valente, ao lado do produtor musical e baterista Gui Gautreaux, tem construído uma assinatura genuína para seus trabalhos, levando rapidamente o nome do Claxy a holofotes internacionais.
Toda essa singularidade chamou a atenção da gigante italiana Natura Viva, label que possui em seu catálogo faixas de grandes talentos como Maceo Plex, Solomun e WhoMadeWho. Já são três EPs lançados pelo selo e é claro que a dupla não pretende parar por aí. Após uma intensa turnê pela Europa, Clara e Gui vivem momentos intensos na carreira e já estão com produções no forno para o final do ano.
Para não ficarmos de fora dessas novidades, conversamos com Claxy para saber mais sobre o que vem pela frente. Confira:
Olá, pessoal! Que prazer conversar com vocês, ainda mais nessa fase movimentada do duo. Contem pra gente, há quanto tempo vocês ficaram na estrada? Como rolou essa oportunidade de tocar em tantos lugares diferentes?
Claxy: Prazer é nosso! 🙂 Fizemos uma turnê intensa de quase dois meses indo do norte da Alemanha até o sul da Itália. Foram mais de 10 mil km de estrada em 2 meses. Tudo muito intenso e cansativo, mas foi incrível poder apresentar nosso show em contextos e regiões tão diferentes.
Quanto às oportunidades, 2022 foi o terceiro ano consecutivo que fizemos shows no norte da Alemanha. Em 2020 fizemos apenas 2 shows, em 2021, 7 shows e em 2022, 12 shows. A cada ano voltamos aos mesmos lugares e expandimos para mais alguns novos. É importante ser insistente e paciente nesse processo.
Quanto à Itália, recebemos um convite para tocar no Ellenic Music Festival e eles nos colocaram em contato com uma agência de booking local que organizou uma turnê pela Itália para o Claxy. Nesse caso, fica a dica de buscar uma data âncora que desdobre outras oportunidades de tocar e viabilizar a empreitada.
Atualmente vocês moram na Alemanha e tiveram a chance de tocar em vários lugares por aí. Como foi a receptividade do público com o som de vocês?
Foi incrível. Os alemães são abertos e interessados culturalmente. A nossa mistura de música eletrônica com música brasileira no nosso liveset desperta muito a curiosidade deles. Além disso, eles têm respeito e admiração quando veem que a música está tecnicamente sendo bem feita. Pode não ser o gênero deles, mas eles ficam interessados, assistem e aplaudem.
Diversas vezes alguém vem falar com a gente depois do show super interessado dizendo que não era o gênero dele, mas prestando vários elogios. Isso nos deixa muito satisfeitos, pois é sinal de trabalho objetivamente bem feito, que transcende preconcepções e abre canais.
E já que vocês comentaram da Itália antes… foi um país novo que entrou na rota de vocês, certo? O que de mais inspirador vocês tiraram dessa passagem?
O público italiano é bem caloroso e estávamos sentindo falta disso! Após anos pandêmicos, sentimos sempre um clima de descontração e gratidão por estar ali. Isso transparece nos shows e na troca com o público. Bom demais!
E agora saindo do assunto tour, recentemente vocês publicaram um live set super legal, o Inner Impressions. Podem nos contar mais detalhes de como foi produzir essa apresentação? Por que a ideia de um visual live set?
Obrigada!!! Todas as nossas músicas contêm histórias. Nossas processo de composição e produção orbita em torno delas. Quando fizemos alguns clipes, pudemos dar um pouco mais de vida a essas histórias, convidando o ouvinte a entrar mais no nosso universo.
Há anos queríamos trazer essa dimensão visual para os palcos, mas queríamos algo orgânico e espontâneo do que playback dos clipes. Testamos diversas plataformas e ficamos muito felizes quando achamos o Synesthesia. Esse programa de VJ nos permitiu adicionar camadas interativas aos nossos clipes, que reagem em tempo real ao som que estamos tocando no palco.
Entre as sete músicas do set, uma é inédita e parece que vai fazer parte de um novo EP, certo? Podem nos adiantar algo sobre esse novo projeto?
Sim!! A música é ‘Closer’. Faz parte de um EP de quatro músicas que será lançado pela Anjunadeep no primeiro semestre de 2023. Estamos muito felizes e empolgados com esse lançamento e de ter iniciado a relação com a Anjuna. Parece ser o início de uma grande parceria, um passo importante na nossa história 🙂
Pra finalizar, o que podemos esperar do Claxy nesse próximo semestre? Algum spoiler de próximas gigs e lançamentos?
Estamos há 3 meses produzindo o nosso primeiro álbum! São 11 faixas em inglês e português e, na nossa opinião, é o trabalho mais maduro e consistente que já fizemos. Estamos explorando mais as síncopes brasileiras com as percussões, arps e loops vocais. Ao mesmo tempo, estamos transferindo a experiência adquirida durante as turnês e direcionando pro dance floor. Continuamos na eletrônica, o gênero que a gente mais se identifica. Mas a volta às apresentações ao vivo deu aquele gás! Bom demais trocar essa ideia. Nos vemos em breve.