Diggin’ With: YOLA | Como construir um set versátil sem se prender a um único estilo

Tags: , , , , ,
Por em 14 de outubro, 2022 - 14/10/2022

A arte de discotecar reside em uma pesquisa aprofundada que forma uma identidade sonora com técnica e leitura de pista. Mas como saber construir um set que agrade a gregos e troianos? É uma pergunta difícil, pois independente do que se toque, sempre haverá uns e outros que curtiram mais essa ou aquela faixa no set. Apesar de falarmos o mesmo idioma, esses artistas têm suas peculiaridades na hora de contar suas histórias através de uma apresentação. 

Há de se praticar a flexibilidade para se adquirir versatilidade; manter a cabeça aberta é fundamental para aqueles que desejam verdadeiramente se conectar com a pista. O set, quando bem construído, se torna uma conversa fluída e cheia de significado — e é aí que a arte de discotecar entra — basicamente entregar água para quem tem sede, só que nesse caso, é uma sensação, uma vibe que pode ir da nostalgia ao caos, da tristeza a alegria em segundos. O público não precisa pedir, mas o artista sabe o que o público quer. 

YOLA carrega essa característica. O artista tem inúmeras referências musicais e deixa claro sua paixão pela música em si, não apenas o estilo musical, que aliás pode variar muito e não à toa temos tantos gêneros e subgêneros para tentar classificar uma vertente. Mas o que realmente importa é essa comunicação de vibe que pode ser sentida a cada novo set. Nada é permanente, então nas palavras de William Shakespeare “Não, tempo, não zombarás de minhas mudanças! As pirâmides que novamente construíste não me parecem novas, nem estranhas; Apenas as mesmas com novas vestimentas”.

Para a Diggin With’ de hoje, YOLA complementa o que falamos acima e vem deixar algumas dicas relacionadas à versatilidade de um set. 

YOLA

Sinceramente, construir sets de música eletrônica tem sido um aprendizado e um estudo novo. Como toco pouco, eu faço poucos testes do que penso na pista. Os sets que gravei, foram gravados no meu estúdio, tocando na minha controladora, mas uma coisa em comum entre todos eles foi a minha ideia de construir um show, com começo, meio e fim!

Acho que por ter um passado em bandas, onde a gente pensava no show com uma intro, uma primeira parte, descanso, auge, calmaria e um fim, quando vou construir um set, tento traduzir isso e construir um show, criando essas “seções”. Um show com dinâmica, onde há tensão, relaxamento, êxtase, tudo isso precisa estar presente. Um show recente que pirei demais foi o do Jamie XX no Coachella – showzão!

Por outro lado, acho que também temos que ter aquele set que vai de acordo com a pista, algo que pra mim ainda é bem difícil de fazer, mas que tenho estudado e aprimorado cada vez mais. O grande lance que fica é: pense sempre em aproximar o público através de um storytelling e crie momentos diferentes ao longo do seu set, não variando apenas o BPM, mas sim o estilo musical, isso fará com que quem esteja te assistindo perceba as transições, será mais fácil de ficar marcado na memória do público.
Yola está no Instagram, Soundcloud e YouTube.

Tags: , , , , ,