Mixando política na pista

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Por em 29 de setembro, 2022 - 29/09/2022

Dançar é preciso, posicionar-se politicamente é necessário. Estar na pista não é , necessariamente, o melhor espaço para discutirmos política em plena madrugada, mas fora toda aura hedonista, saiba que  boa parte de tudo que você já ouviu, bebeu da fonte de disco, house, techno e têm sim caráter revolucionário. Desde os primórdios da cultura das discotecas que clamaram hinos de liberdade a comunidade gay nos 1970 tendo seu ápice com os templos Studio 54 e o cultuado no Paradise Garage, que semeou o início da cultura house revelando DJS de origem afro/latina que não tinham voz no mainstream como o inesquecível Larry Levan.

Adiantando a máquina do tempo, se formos analisar a cultura das warehouse party e raves, tudo era feito com tom anárquico, anti sistema e a fim de ir contra as regras. Os produtores lançavam suas tracks de forma independente, as festas aconteciam sem conhecimento de qualquer subprefeitura, em locais abandonados e, se as autoridades dessem o ar da graça, todos tinham que vazar com ou sem os equipamentos. E esses eventos sempre visavam a inclusão. Antes do gênero fluído e todas as discussões mais abertas que temos atualmente. Eram espaços de liberdade num mundo tão hostil quanto os de hoje.

Se a gente escolher um lado, sempre vamos pensar no de nossos amigos, quem mais nos representa no canto da pista ou na “festa toda”. E sempre quem dança com amor, respeitando o colega ao lado. É sobre isso. Ninguém curte um nóia e um brigão no mesmo rolê. Digo por experiência própria. Estou na pista desde 1996. Fui em raves secretas, muitos clubes de música eletrônica , passeatas pra apoiar as amigues, apanhei de neo nazista e sobrevivi, fui nas primeiras Paradas do Amor do Brasil…que não tiveram muito tempo de vida, infelizmente. Não há dúvida que a Dance Music é sim, tão política e poderosa como outros gêneros musicais

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