Há um aspecto que parece simples e que pode separar definitivamente o joio do trigo, entre um bom e um mau promoter. E nada tem a ver com vendas, ao menos não em princípio; é o fator humano. Alguns pesquisadores do mercado do entretenimento, como o pessoal do ØCLB, vão bater nessa tecla sempre que puderem: entender um encontro, um evento, um rolê, é entender a fome de alguém por uma experiência social memorável, que vai além da música.
Se você é um promoter, curador, comissário ou tem qualquer função referente a produção de eventos, você está criando memórias e sentimento, não apenas emitindo QR Codes de ingresso. E para ser bem-sucedido nessa missão, você precisa estar bem ligado em relacionamento. Um dos profissionais desta área, Jeff Miranda, do El Fortin, é tão craque nisso que suas vendas para o club catarinense são até 5x maiores que a média. Como?
Jeff, ou Jeffinho, como carinhosamente é chamado pelos seus seguidores, eleva seu cargo de gerente de marketing e produtor do club a níveis de maior cuidado. Como pessoa pública, ele incorpora a história, o espírito clubber e a sua própria personalidade para manter um diálogo natural com o público. Para isso, tem que perder a timidez e se manter disponível.
“Realmente pra conseguir me destacar nas minhas vendas dentro das minhas promoções eu tive que sair um pouco dos compartilhamentos direto das redes das festas. Eu era muito tímido, continuo sendo, estudo e trabalho muito essa parte pra conseguir ser mais humano. Eu consegui entender que a melhor forma de você vender uma marca é relacionar ela ao seu dia a dia, dentro do reality show da sua vida que você mostra nos seus stories, isso deixa a conexão mais uma humana, mais amiga, mais próxima, então comecei a pôr mais a cara nos story, fazer mais vídeos de reels, fazer mais brincadeiras dentro das redes onde a galera participa e recebe prêmios, benefícios… esse mix todo de interação me trouxe mais do que clientes, hoje eu tenho realmente verdadeiros amigos que foram resultados dos meus gatilhos de marketing.”
Aqueles que se interessam pelo estilo de vida e pela música que toca no El Fortin acabam enxergando, portanto, Jeff Miranda como um resumo bípede da cultura. No meio de todo o cuidado mencionado, ele faz enquetes antes e depois dos eventos sobre o que o público acha; conecta-se, muitas vezes, individualmente com os dançantes, criando laços mais profundos; e principalmente, tem a mente sempre aberta e humilde.
“Acho que consigo me conectar bem com meus clientes porque eu sempre estou informando eles com atenção e paciência. Às vezes eles querem alguma informação privilegiada, como o horário que seu DJ preferido vai começar a tocar, ou quando seu DJ preferido está confirmado dentro da agenda… Quando o cliente é fiel e compra comigo em todas as festas as vezes ele perde o 1º lote , 2º lote, e lá no terceiro ele vem dar uma chorada e eu consigo reverter a situação e fazer ele pagar do primeiro, mas sempre avisando que isso não vai acontecer sempre, enfim, ser humano, escutar o problema deles, muitos deles fazem aniversário e o club não libera a cortesia mas quando são meus clientes fiéis eu faço questão de presentear eles com 1 ingresso de aniversário, isso ajuda o club também, porque ele vai acabar convidando os amigos para irem e de fato que vai indicar para os amigos comprarem comigo, e essa batida e interações, conversas, ajudas e sempre muito humilde e educado eu crio meu relacionamento e converto em venda.”
No fim das contas, Jeff Miranda acaba por lembrar que as redes são sociais mesmo, e que faz mais sentido fazer parte da comunidade e estreitar um relacionamento prolífico com ela, ao invés de só cumprir transações.
“E sim, as redes sociais são feitas pra relacionamento, pra contar história, seja sua história da vida real, do dia a dia, ou seja contar uma história fictícia com humor, suspense etc. Enfim, a rede social funciona para socializar, como o nome já diz, e você precisa chamar seus leads para a conversa, saber o que eles querem, qual o desconforto que eles sentem pra você tentar trazer soluções. Por fim, a rede social vai funcionar super bem na venda se você trouxer o produto pra dentro do seu contexto de vida, se ficar só jogando flyer, flyer, flyer, vídeo promocional, vídeo promocional, você não cria desejo, você não conta sobre seu produto. Então, meu recado final é: INTERAJA com os conteúdos que você se identifica, só assim o processo de compra e venda se torna mais divertido e humano.”