Por em 26 de julho, 2022 - 26/07/2022

A idealização da coluna Timeless busca jogar luz sob um estoque de milhares de músicas que passaram de horas de estúdio, dedicação e expressão máxima de talento para o esquecimento completo poucos meses após serem lançadas.

Sabe quando o set preparado para próxima gig parece que não vai alcançar o efeito desejado?  Porque não revirar pastas de 2, 5, 10 anos atrás a fim de encontrar pérolas que muitas vezes passaram despercebidas ou que naquele momento pareciam não fazer sentido? É provável que muitas músicas irão cair como uma luva em um conjunto de lançamentos do ano.

‘’Nem sempre as últimas promos vão criar o melhor set possível’’

O objetivo é que esta coluna sirva como um incentivo aos artistas convidados a mesclarem cada vez mais faixas novas e antigas, sem perder originalidade e capacidade de surpreender, na verdade, criando uma personalidade musical ainda mais sofisticada. Para nossos leitores, será uma oportunidade de aprender sobre a história da música eletrônica, percebendo que muitos conceitos de ritmo, arranjos, timbres e sound design, na verdade já eram utilizados a muito tempo atrás. Quando se fala que na cena eletrônica tudo é cíclico, estamos na verdade traduzindo que as sonoridades são retiradas dos mesmos equipamentos, sejam eles analógicos ou em suas versões digitais, a pelo menos 30 anos!

Esse é o tipo de desafio que todo DJ com tempo de estrada adora encarar; encontrar no case ou no HD, três músicas antigas que poderiam entrar em seus sets atualmente, afinal, os elementos continuam contemporâneos. Toda semana, um artista convidado irá apresentar essas músicas que poderiam fazer qualquer pista pensar; ‘’só pode ser uma promo’’. 

Abrindo a coluna, separei as minhas pérolas retiradas do case para serem relembradas aqui na Timeless

Solomun – Deadman

Faixa lançada em fevereiro de 2008 pela label inglesa Four:twenty Recordings. Ela faz parte de um dos primeiros EPs da carreira do produtor alemão. Na época, esse tipo de música era considerada lenta para o bpm estabelecido nas pistas, porém fato é que Solomun estava produzindo faixas que nos anos seguintes fizeram o deep house emergir globalmente, além de formar as bases para o que se conhece hoje como Melodic house & Techno. Notamos em seu arranjo, timbres e pegada minimalista sem perder intensidade que ela poderia facilmente estar em sets do Patrice Baumel, Sasha e Adriatique atualmente.

Guy J – Easy As Can Be

Essa faixa faz parte do EP Heliscope, lançado em novembro de 2010 pela Bedrock Records. Classificada como Progressive House, ela tem uma combinação de elementos simples de ouvir, porém complexos de explicar. É aquele tipo de música que você não consegue dizer de que ano ou época ela vem, soa natural, atual e seu tom contemplativo funciona perfeitamente para um sunset, tipo de evento que está muito em alta atualmente.

Joris Voorn, Edwin Oosterwal – For the People

Lançada em fevereiro de 2007, essa faz parte do EP de mesmo nome e é o segundo lançamento da consagrada gravadora Rejected, de Joris e Oosterwal. Classificada como minimal, porém seus 131 bpm a fazem encaixar em sets de diversos artistas de techno atualmente. Em 2011, ela recebeu remixes de Ben Klock e DVS1. De fato, a faixa encaixa perfeitamente no estilo de Ben atualmente. Se fosse lançada em 2022, certamente iria estar no topo das paradas no beatport. 

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