10 curiosidades que contam a história da TribalTech

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Por em 10 de maio, 2022 - 10/05/2022

Pergunta: onde você estava em 2004?

Bom, para muitos clubbers e ravers desta nação, a carreira de festas nem mesmo havia começado. Mas, para alguns poucos pioneiros que viram a coisa toda acontecer, já era hora de pensar em novos negócios e novas possibilidades para fomentar a música eletrônica para além dos clubes. Foi em 2004, que dois amigos uniram suas ideias à paixão por este movimento para dar início à TribalTech

Como o nome já sugere, desde que começou a dar seus primeiros passos, a célula central da “TT” (carinhosamente chamada), foi equalizar diferenças, unir povos e por que não dar uma nova cara ao termo “rave”. Quem viveu o “boom” delas nos anos 00, sabe que era comum segregar raves de Techno e de Trance, algo que perdura até hoje, mas para Jeje e Dudu Marcondes, fazia mais sentido criar uma festa em sua cidade cosmopolita – que já estava surfando nessa onda – que pudesse trazer mais estímulos musicais do que a cartilha ditava naquela época, além de gradativamente melhorar a experiência como um todo.

Assim nascia uma famigerada rave diferentona e veja só onde ela foi parar por ser assim.

O movimento pioneiro não só trouxe um refresh ao mercado local, mas foi, gradativamente criando uma mentalidade de evolução incessante para si próprio. Ano após ano, aquela que começava com uma energia de rave, foi se metamorfoseando para um festival mais estruturado e dinamizado até que chegou num patamar de evento educativo e de experiências.

Agora, a TT prepara-se para um retorno épico: a TribalTech Genesis, no próximo final de semana (sábado, 14). O tema representa a criação, concepção e origem de toda sua história, especialmente em capítulos muito marcantes em 2012 e 2014, com as edições The End e Reborn, respectivamente. E se peitar o diferente sempre foi um ponto, pode acreditar que agora, diante de toda a evolução social, teremos muita diversidade de tribos, estilos e estímulos artísticos variados. 

Além do inédito palco de Jazz, teremos na programação Rap, Black Music, Breakbeat, Drum & Bass, Soul, Samba, Pop, Rock, brasilidades e música eletrônica espalhados em nove palcos temáticos que promoverão uma verdadeira viagem pela música: Tribal Stage, Timetech, 3dttrip Stage, Supercool Stage, Organic Beat Stage, Covil Stage, Troop Stage, Freestyle Stage, Jazz Inahouse Stage que vão abarcar nomes importantes do cenário local, nacional e internacional.

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Para celebrar esse momentão, vamos fazer um apanhado com 10 curiosidades sobre esse baita legado e que será escrito por uma redatora que viveu essa história desde o seu primórdio. Vem ver!

1- O ode às raves e à versatilidade

Quem viveu os primeiros bons capítulos dessa história estava lá quando um dos ícones do Psytrance da época desceu na festa de helicóptero, enquanto lançava pirulitos e balões pelo ar. Este episódio já foi suficiente para cristalizar a marca na mente de muitos adoradores da música eletrônica e criar novos fãs.  O Psytrance vivia um momento glorioso e o foco era este estilo de som, mas, o mais incrível de frequentar este evento foi sempre poder ouvir sons diferentes no meio da programação, como o Progressive Trance. 

Em 2006, em uma das edições mais marcantes para os moldes da época, Claudinho Brasil e Orquestra de Maracaeté trouxeram um som ao palco principal que mexeu com a cabeça de todo mundo ali. Era muito diferente de tudo, e essa provocação musical era a resposta de seus criadores para uma evolução muito maior.

2- Versões Indoor

Poucos lembram, mas a TribalTech também teve algumas edições iniciais feitas no formato indoor, em galpões mais centrais da cidade, como o espaço Callas. O foco seguia os mesmos moldes do conceito: um pouco Tribal, um pouco Tech. Essa é uma curiosidade tão específica que a fonte dela sou eu mesma, por ter ido nestas festas. #eufui, #eutava.

3- Liberdade de expressão, diferenças e diversão: o Festival Multiculti 

Após algumas tantas edições, a TT já alcançava um patamar de marca bem forte, o que concedeu aos seus idealizadores a possibilidade de se renovar. Em 2009, a edição Multiculti representou a metamorfose mais marcante para o público. Um palco de música orgânica, com bandas de diversos estilos, um espaço de cinema, o Cinetech, que valorizava artistas audiovisuais, um lounge café & sushi bar, lan house, além do bungee jump e dos brinquedos de parque de diversão, algo que já fazia parte da sua programação.

4- Nem tudo são flores, mas evoluir é preciso

Esse item se faz importante, para mostrar como podemos ser resistentes às mudanças em um primeiro momento e como é importante o exercício da auto-observação para não cair neste golpe péssimo. Para os fundadores e toda a equipe da TT, a edição de 2009 foi a mais marcante em termos de dificuldade com o público. Houveram críticas e mais críticas para nova abordagem, que nada mais era do que uma ótima estratégia para fomentar a cultura e transformar aquela marca em um festival multidisciplinar, com mais estrutura, mais cultura, mais povos e maior apoio, já que sabemos que o termo “rave” causa faniquito nos órgãos públicos. O desafio ficou ainda mais latente, quando o projeto mudou a rota e, acompanhando os movimentos da Dance Music, colocando o Techno como protagonista, no lugar do Trance psicodélico.

5- O fim de uma era com chave de ouro

No marcante ano de 2012, o ano em que o mundo iria acabar segundo o calendário Maia, o público recebeu a triste notícia da edição “The End”. Era o fim de uma era, mas a promessa de uma nova história começava a circular. Foram cinco palcos que traziam diversas sonoridades da música eletrônica e também outras além delas. Foi um evento preparado com muito carinho, para um “até logo” necessário.

6- A tríade de milhões

Literalmente, risos!  Após um ano de descanso, a turma da TT anunciava uma nova fase e um re-branding que fez história: Reborn, Evolution & Escape. Foi nesta configuração de três etapas que seus idealizadores esmeraram-se em termos de inovação e curadoria. A Reborn foi um dos maiores eventos já vistos na região, com 14 palcos, muitos gringos sinistros e sonoridades diversas. E Evolution, por sua vez, trouxe as dificuldades climáticas como um dos maiores desafios já enfrentados em sua trajetória. Chuvas torrenciais, frio, lama e muito jogo de cintura para gestão de crise, algo que trouxe o desejo de novos moldes e mais qualidade ao público. A Escape então nasceria com uma nova configuração, que deu ainda mais a cara de festival urbano para o rolê.

7- Usina 5: a era dos galpões

Os últimos capítulos que temos na memória trazem as edições da Usina 5 como um refresh na mentalidade de todos. Com um aspecto urbano/underground, víamos a TT novamente dar um passo à frente no movimento contemporâneo. A Usina 5, um complexo de galpões abandonados, recebeu na Escape, a edição conclusiva da tríade, sete palcos, diversidade cultural, intervenções e um ambiente diferente. Uma renovação nos moldes, que acabou sendo bem aceita pelo público em sua maioria, já que as chuvas castigaram a experiência de sua antecessora. 

No ano seguinte, a edição Enlighten, também voltava com seus sete palcos dinâmicos, uma versão mais elaborada para os tranceiros.

8- Curadoria musical afiada

Este item nem mesmo pode ser chamado de curiosidade, é um fato de todas as edições. A TribalTech sempre teve um espírito ousado e inovador quando o assunto foi curadoria. Desde os artistas de Psytrance mais diferenciados, até os palcos de outras sonoridades. Tudo sempre foi escolhido visando trazer conhecimento, crescimento e valorização. Foi em seus tantos palcos que muitos dos frequentadores puderam cruzar com artistas internacionais renomados. O festival contribuiu para essa expansão de consciência e conseguiu, através da música, promover um movimento ainda mais plural.

9- Parte de um movimento maior

Após quatro anos de hiato, dois deles causados pela pandemia, podemos perceber um novo olhar diante do festival. Ao observar o lineup e as temáticas dos palcos, fica claro que a marca está acompanhando as evoluções sociais e presta atenção nas demandas do público. Um lineup de nove palcos bem mais brasileiro que os anteriores, o que traz a oportunidade de nomes locais mostrarem seus talentos e também valorizar os nossos, em tempos onde os mesmos precisam de suporte. Haverá também movimentos ainda mais disruptivos, além de uma distribuição mais diversificada. 

10- Da rave viemos, para rave retornaremos.

Última curiosidade, mas não menos importante: chegou a hora de vestir seu coturno, fazer aquela mochila esperta, levar jaquetão e partir para a rave. Agora, a Genesis honrará sua ancestralidade e voltará para o local que mais fez história nesta jornada: Sim, a Fazenda Heimari. Um mix de nostalgia e futurismo, trazendo referências de duas edições marcantes e equilibrando a energia da rave open air, com a dos festivais modernos.

Para concluir, o que podemos dizer é que a essência da TribalTech segue mais viva do que nunca. Aliás, talvez seja o momento em que estejamos mais abertos ao novo e temos como aliado, um festival que desde sempre buscou inovar. Se você está na cidade ou arredores não deixe de ir!

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