Nascido em uma família aficionada pela música clássica e eletrônica, PiNKE se viu incentivado à arte por seu pai e seu tio, que era DJ. Viveu de maneira mais incisiva a dance music durante e após uma viagem à Alemanha (país conhecido por ser uma meca mundial do Techno), e logo criou seu projeto artístico.
Atualmente PiNKE quer levar ao público uma experiência sonora imersiva através de suas produções e, ao mesmo tempo, desvencilhar-se de rótulos e BPMs. Isso lhe dá a liberdade para construir um set que conte uma história cheia de personalidade. Choose Life foi seu primeiro EP, em 2021, via Sorry Daddy Records. A parceria foi tão boa que atualmente ele é curador na label.
O selo, que também tem seu lado coletivo de ser, é uma novidade na capital paulista e preza pela originalidade de seus artistas. Já conta com vários EPs lançados, sendo o primeiro Radioactivity, por Drama.efx, CEO da label; o próximo EP, Transmute, será lançado por Perrone.
Decidimos saber de PiNKE mais detalhes sobre essa atuação.
Olá, PiNKE! Como foi a sintonia com a Sorry Daddy Records até virar curador? Sentia essa vontade de estar em um selo desde sempre?
PiNKE: Olá pessoal! Um prazer enorme bater esse papo com vocês! Minha conexão com a Sorry foi instantânea. Eu e o Bruno assim que nos conhecemos já criamos uma intimidade muito bacana, e senti o desejo de ajudar com o crescimento da – até então – apenas gravadora desde o início.
Acho que a nossa sintonia foi bem legal no começo, porque crescemos muito juntos! E no início a Sorry era um projeto para abrir espaço para nós mesmos, e acabou virando em muito pouco tempo um espaço coletivo para artistas que se identificavam com a nossa estética, sendo um dos selos nacionais pioneiros a se aprofundar nessa temática Break Beat/ Electro anos 90. Portas se abriram e fortaleceram elos importantíssimos a artistas dos quais já acompanhamos faz tempo. A minha introdução a curadoria surgiu de uma forma bem natural, onde a necessidade do CEO de ter um artista parceiro em quem confiava e acreditava era super importante, ainda mais um artista no qual já exercia o trabalho de curadoria de outras plataformas, e sabia como funcionava o sistema de administração e organização dentro de uma gravadora.
Quais são os principais (e mais gratificantes) aspectos de uma curadoria? Quais fatores você mais leva em consideração?
PiNKE: Sempre tive uma paixão pelo trabalho de curador. É algo instintivo para mim, e tenho inúmeros prazeres nesse processo, desde poder abrir espaço para um artista que esteja precisando, até o descobrimento de novos talentos! Muitas vezes passamos por momentos em que a quebra de expectativa é muito positiva – principalmente quando fazemos convites para artistas que não costumam explorar tanto as sonoridades mais old school, e eles nos entregam músicas maravilhosas. Acho que esse é o aspecto mais importante e gratificante: conhecer bem o convidado – mas não criar expectativas sobre a entrega dele. Costumo ser muito surpreendido, e é extremamente gratificante!
Quanto aos fatores que levamos em consideração, são muitos. Desde as coisas mais básicas, como da onde é o artista, quanto tempo produz, o que costuma produzir; até aspectos mais profundos, de quais são suas referências, quais os próximos releases, quais os objetivos e ideias por trás do artista. Eu gosto de conhecer bem o artista, costumo marcar uma reunião/ uma call para ele também nos conhecer, e rolar essa conexão de forma mais íntima.
E quais são os maiores desafios que você enfrenta ao selecionar projetos?
PiNKE: De início, o maior desafio era pesquisar artistas que se encaixavam na nossas estética sonora. Existem inúmeros talentos do old school no cenário nacional – mas pouquíssimos tem o destaque que merecem. Então, no início, tanto eu quanto o Bruno, buscamos aumentar nosso networking, conhecendo e tentando alcançar artistas que temos como referência, para construir uma identidade forte para a Sorry Daddy. O Bruno é extremamente bom nisso, e abriu inúmeras portas “na cara e na coragem”! Aos poucos, a identidade da Sorry foi ficando cada vez mais bem definida – e hoje em dia os desafios são um pouco diferentes. Além de termos um trabalho diário para edificar cada vez mais a identidade, busco sair um pouco da caixinha na curadoria. Gosto de propor desafios, de tentar achar artistas que estejam dispostos a ter algo no “lado B” deles que se encaixe com as sonoridades que trabalhamos na gravadora – ou seja, gosto de propor aos artistas que não estão acostumados a essas produções, a produzirem algo que chegue ao meio de campo entre seu estilo, e a Sorry Daddy.
Além disso, existem os desafios “padrões” de todas as gravadoras, em buscar sempre novas parcerias, cumprir prazos, buscar mais engajamento, estabelecer planejamentos a curto, médio e longo prazo -e é claro- mandar muita música boa para os ouvintes!
Como essa posição na label influencia o seu som do seu projeto e vice-versa?
PiNKE: Acredito que atualmente exista uma troca bem bacana entre a sonoridade da Sorry Daddy e do PiNKE. Primeiramente, que sou completamente apaixonado pela sonoridade trabalhada pela gravadora, e eu mesmo não consigo me apresentar sem tocar alguns breaks! Todos os releases da Sorry até hoje estão sempre na case, e prontos para qualquer situação. Os artistas são extremamente bons, e o resultado não tem como ser diferente. Além de tudo, é o melhor jeito de promover a gravadora, mostrando o resultado final dela, com muitas (mas muitas mesmo) bombas. Quanto ao caminho inverso, busco levar os outros lados do old school, para a gravadora, e aos poucos ir mostrando que não é apenas de Break, Funk, Garage, UK Bass e Eletro que vivemos por aqui rsrs! Aos poucos busco cada vez mais artistas do indie dance, dark disco, EBM, italo disco, nudisco e até mesmo do disco e house. Essa identidade sonora da Sorry Daddy é praticamente a mesma do meu projeto, e isso dá um gosto a mais para ambos seguirem cada vez mais fortes.
O que podemos esperar dos próximos lançamentos na Sorry Daddy?
Para dar essa resposta ninguém melhor que nosso CEO Bruno Melin! Pedi para ele nos contar como estão nossas novidades, se liguem!
Drama.efx: A cada lançamento pretendemos ter uma variedade artística e sonora cada vez maior sem perder nossa estética voltada para batidas quebradas e timbres “retrô”, com o foco nos artistas independentes do underground nacional, a Sorry promete um ano de grandes novidades em 2022.
O lançamento do primeiro V.A “Daddy Tapes Volume 1” com data para meados de agosto angariou artistas bem evoluídos, entregando um material abrangente e relevante a cena. Transitando entre o Techno, Break, DnB e outros, traz uma sonoridade agressiva e bem características das pistas brasileiras, agregando a influência regional de cada música da coletânea que conta com artistas do Brasil inteiro.
Com os lançamentos mensais de EPs, queremos trazer artistas originais e exponentes da cena, abrindo um espaço para se expressarem com liberdade. Em um futuro próximo, já podemos dizer que os lançamentos da Sorry vão ser diferentes de muitas gravadoras, tendo como foco a experimentação sonora e imersiva deixando um pouco de lado as músicas mainstream tocadas na maioria das pistas. A gravadora trará em seus seguintes lançamentos muitos sons que fogem da música eletrônica convencional focando em educar e quebrar padrões.
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