Muito além dos lançamentos, a gravadora Not Another conversa sobre arte, de fato

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Por em 3 de maio, 2022 - 03/05/2022

Muito se ouve falar sobre o atual momento da comunicação, impulsionada pelo boom das redes sociais. De pouco menos de uma década para cá, as plataformas deixaram o mundo inteiro sobrecarregado de estímulos e informações, se você for consumidor de tais informações, ou, de certo modo, dependente de suas possibilidades de divulgação — se você for uma marca ou um artista, por exemplo. 

Independente do juízo de valor ou dos dados que você mostre para dar explicações sobre o poder enorme que as redes sociais ganharam em nossas vidas, o fato é que, com tanta gente consumindo tanto conteúdo, é necessária a sua horizontalização. Isto é, se uma marca quer se destacar ou mostrar seu trabalho, não basta mais que pura e simplesmente divulgue um conteúdo, nem mesmo aquele que é impulsionado com capital. É necessário que a marca converse com o consumidor e leve até ele conteúdo que agregue valor.

Neste contexto está o Not Another. Em atividade desde 2016, quando lançou suas primeiras faixas no Beatport, o selo pernambucano criado por Bernardo, Rodrigo, Fernando e George faz questão de investir em conteúdo que leve a atenção dos seguidores além de seus lançamentos. Neste caso, eles mantêm um formato que, para alguns, pode parecer teimosia, mas para outros, ainda é uma das melhores formas de se ampliar os debates sobre arte: o bom e velho blog

A label — cujos lançamentos já prestigiaram nomes como L_cio, Etyen, Vini Pistori, Andy Arias, Dub Recycle e Unknown Environment, para citar somente alguns — é feita por e para artistas apaixonados por trocar figurinhas sobre suas referências. Encontraram, portanto, no seu blog oficial o terreno mais propício para colocar em evidência algumas dessas influências, que podem ir do cinema aos clássicos da música, das tecnologias audiovisuais a curiosidades sobre a existência humana. 

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Uma publicação compartilhada por Not Another (@notanothermusic)

Em uma redoma específica da dance music atual, a Not Another abordou um pouco de muito. Por exemplo, a proposta de áudio e vídeo dos shows do Dubfire; uma entrevista com o multiartista Etyen; as inovações 4D do livestream ALIVE, do Alok; a importância do álbum Involver, do Sasha, e The Last Resort, do Trentemøller. Mas, além disso e, claro, sempre focando em como os membros da Not Another se relacionam intimamente com aquele material, vão um pouco mais longe. 

Em seus conteúdos, que foram divididos em colunas como “Not Another Visual” e “Not Another Album”, você pode conferir dissertações sobre a revolução que David Lynch causou na TV e na música através da premiada série Twin Peaks. Também a incrível contribuição que a banda Yes, com o álbum Fragile, ou “Tales From a Future Past”, do Underworld, entregaram ao mundo quando o tópico é storytelling. Até mesmo arte generativa foi um assunto contemplado por ali, quando conversaram sobre as tecnologias manipuladas pelo artista visual sul-coreano Minha Yang

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É neste esquema que só tende a criar resultados importantes, seja colocando para fora análises sobre o trabalho dos artistas envolvidos com o selo, seja dialogando com outras referências nacionais e internacionais de qualquer período da História, que a Not Another mantém seu compromisso em colocar a arte em primeiro lugar. A label, portanto, coloca-se à frente de si mesma em seus objetivos, entregando conteúdo de valor ao (por vezes) saturado mercado de música eletrônica como o conhecemos. 

Vida longa a Not Another! Acesse aqui e acompanhe no Instagram

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