Por Sofister
Partindo de um mesmo background alternativo, os gaúchos MeMachine e Knorst conservam um afinado gosto musical. Ambos trazem suas influências de dance na mais nova colaboração para a track “Vapour Machine”, assinada pela gravadora Levels Rec, de Porto Alegre, uma extensão da clássica festa homônima que rola por lá há mais de 5 anos. O som apresenta linhas inspiradoras, pegada danceability numa fusão do indie dance com aspectos harmônicos do melodic techno e será lançado no na próxima sexta, 22, com a presença também de Fran Bortolossi e The Freaks [confira o VA completo aqui]
Conversando com a GRVE, MeMachine e Knorst elucidaram pontos relevantes sobre a construção do single, a parceria com a gravadora e o que mais podemos esperar dos dois para este ano:
GRVE: Olá, dupla! Obrigada por falarem com a gente! Vamos começar falando sobre a nova track, “Vapour Machine”? Como partiu a ideia e a colaboração entre vocês dois?
MeMachine: Olá gente! Agradecendo desde já o convite da GRVE pra esse bate-papo! A track basicamente foi uma ideia inicial do Knorst, o qual já vinha trabalhando com elementos de bateria e bassline puxando para o indie, com elementos de melodic e synthwave! Houve uma troca de ideia após uma gig dele em Lajeado sobre a produção dessa música, me interessei e acabei “me metendo” (risos). Na outra semana já estava no estúdio trazendo os elementos melódicos dela e já praticamente finalizamos o arranjo! O processo foi muito fluido e acho que chegamos num resultado acima da média do que esperávamos!
Na construção dela para definir os elementos, quais referências musicais podemos encontrar? O que cada um trouxe do seu estilo pessoal?
MeMachine: Tenho um background de sonoridades dos anos 80: rock alternativo, synthpop e new wave, por trabalhar com esse tipo de sonoridade antes de ser DJ/Produtor como músico. New Order, Depeche Mode, Daft Punk são figurinhas carimbadas nas minhas playlists. Além dos novos nomes do indie dance como: Damon Jee, Darlyn Vlys, Marc DePulse, entre outros. Tenho trazido muito da sonoridades desses artistas para esse lançamento e os próximos.
Knorst: Eu trouxe linhas de rolling bass robustas, percussões marcantes e transições energéticas para o arranjo, que é uma identidade bastante presente em minha história. Com base em referências de indie, new wave, dark disco, melodic, progresive, e artistas como: Rafael Cerato, Greg Ignatovich, Tomy Wahl, Julian Wassermann, entre outros.
GRVE: Quais técnicas foram utilizadas para atingir os efeitos desta track? Ela possui uma intro estilo “headhunter” que empolga, além de detalhes muito persuasivos de indie dance…
Knorst: Iniciamos com um kick de break-beat dando um groove e um ar misterioso desde o começo, fazendo uma introdução na história que será contada a seguir. O rolling bass vem com força como protagonista, envolvendo a pista e se misturando com camadas de pad retrowave e um arpeggiator com estética italo disco, mostrando o lado indie dance. As baterias ficaram bem preenchidas com brincadeiras no contratempo, dando uma dinâmica na progressão do arranjo. Os efeitos apresentam noise com timbragem digital, deixando uma identidade moderna e diferente dentro da vertente.
GRVE: E como rolou essa conexão com a Levels Rec? Imagino que pra vocês seja uma conquista bem representativa…
Knorst: Logo quando finalizamos a música, a primeira pessoa que pensei em pedir um feedback foi o Mau Maioli, pelo envolvimento dele na vertente do indie dance. Ele gostou bastante do resultado e fez o convite para fazer parte do EP que estava montando dentro desse estilo.
A Levels em primeiro lugar é uma festa que espalha amor, música e conhecimento de forma ímpar para o nosso estado a muitos anos, lançar na gravadora é uma conquista porque leva toda essa mensagem e sonoridade a um nível nacional.
GRVE: Agora, falando mais individualmente, Knorst, sua interação com o público é notória, você é dono de um carisma ímpar… qual é a sensação de ver a pista curtindo as músicas que você produz?
Knorst: É uma sensação única ver uma pista (independente do tamanho) dançando e curtindo algo que criei expressando minha paixão em longas horas no estúdio. Essa sensação é um mix de emoções e euforias que me conectam com a energia de cada sorriso na pista, resultando em um sentimento de realização.
GRVE: E MeMachine, você gosta de construir sets que costumam transitar entre indie dance e melodic techno, como você tocaria e encaixaria essa track no seu set?
MeMachine: Gosto muito de tocar essa música nos momentos introdutórios, ou de quebra de estilo no set, pois ela traz uma mudança repentina com a entrada breakbeat e as melodias marcantes! O primeiro drop é muito convidativo à pista para uma viagem junto com o DJ!
GRVE: Depois dessa primeira colaboração, podemos esperar mais contribuições de vocês dois? Como estão os projetos para este ano?
MeMachine: Sim! Temos em Julho um lançamento pela LoveDogs, um EP de colaboração minha com o Vasconcellos, que vai contar com um remix do Knorst, e de mais um big name da cena brasileira! Além do lançamento de um evento capitaneado pelo Knorst aqui na nossa região, onde estaremos dividindo o lineup!