Que o mês de março é o mês das mulheres não é novidade. Mas nada de flores e chocolates, o século é 21 e o que as mulheres de fato merecem nesta data pode até não ser material, mas tem um imenso valor: reconhecimento.
Também não é novidade nenhuma que a cena da música eletrônica vem evoluindo (e muito), mas os espaços ocupados por mulheres ainda está longe de ser igualitário, o que nos leva a refletir sobre o que podemos fazer para ver esse contexto mudar. Então, comecemos pelo básico, o dito anteriormente reconhecimento.
Para isso, em parceria com o Boiando na Pista e sua minuciosa curadoria e pesquisa, trouxemos algumas mulheres DJs que cravaram seu nome na história da música eletrônica (nacional e internacional). Vale a pena conferir:
ANNA
Anna Miranda, popularmente conhecida como ANNA é uma das grandes referências brasileiras do Techno globalmente. A DJ e produtora já lançou pelos selos mais concisos da esfera, bem como já se apresentou nos principais festivais do mundo — levando a bandeira verde e amarela mundo afora e dispensando maiores contextualizações.
Annie Nightingale
Nightingale é a primeira DJ mulher do mundo. Ela começou a carreira nos anos 70, tornando-se a primeira seletora feminina da BBC Radio 1. Sua capacidade de identificar artistas emergentes e impulsioná-los a rendeu o título de “queen of the breaks”, em livre tradução, “rainha dos breaks”. Entre os talentos que Annie amparou estão David Bowie, Eminem, Ian Dury e Primal Scream.
Sonia Abreu
A eterna Sonia Abreu foi a primeira mulher DJ do Brasil. Ela fez história promovendo um setup móvel criado por ela mesma nos anos 1980, montado dentro de um ônibus que rodou o estado de São Paulo. Em 1986, o projeto passou pelos litorais de SP e do Rio de Janeiro dentro de um barco. A DJ coleciona incontáveis apresentações e uma passagem icônica pelo Mais Você, de Ana Maria Braga. Sua história foi narrada por sua amiga e precisa jornalista Claudia Assef na biografia “Ondas tropicais – Biografia da primeira DJ do Brasil: Sonia Abreu”.
Eli Iwasa
Eli é uma das figuras fomentadoras de mais longa data no país. Em 1999, ela foi a responsável por uma das primeiras festas open air do Brasil, a Groove Nation, com Alex S., ao passo que um ano à frente seria a responsável pela tradicional Technova, no lendário Lov.e. Para encurtar, Eli trouxe pela primeira vez para São Paulo nomes como Ricardo Villalobos, Laurent Garnier e Luciano — em noites históricas que colaboraram para a cena que desfrutamos hoje. Ainda é uma super empresária por trás de grandes clubs como CAOS, em Campinas.
Ekanta
Através de seu repertório, experiência e intenção solidificados em mais de 20 anos de carreira, Ekanta, cada vez que sobe aos palcos, transmite força genuína para colocar o público no mesmo campo vibracional. A DJ foi pioneira e decisiva para o estabelecimento de uma cena que hoje dispõe de incontáveis artistas, gravadoras e marcas nacionais, além de integrar o time de idealizadores do Universo Paralello, um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo. A mãe de Alok e Bhaskar também é mãe do PsyTrance nacional!
Honey Dijon
Nascida em Chicago, berço da música eletrônica underground, Honey Dijon é uma mulher trans e negra, ativista LGBTQIA + e uma artista que dispõe de técnica simplesmente impressionante. Com singelos 12 anos, ela já estava envolvida na cena eletrônica, começando a carreira como DJ no final dos anos 1990 em Nova York. A partir dos anos 2000, Honey passou a atuar como produtora musical, se consagrando como um ícone global da House Music e de grande representatividade.