Rodrigo Ferrari fala da importância de lançar tanto em labels nacionais quanto em internacionais

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Por em 22 de março, 2022 - 22/03/2022

Muito se fala sobre a importância de cultivar e alimentar uma base de contatos em sua carreira profissional. Afinal, já diria a clássica frase: quem é visto é lembrado, imagine então, as vantagens de quem mantém a troca de conversas ativa de maneira estratégica? Com um mercado fonográfico tão amplo e recheado de inúmeras opções entre labels, players, portais, coletivos, fica fácil buscar uma zona de conforto e se apegar. Mas o certo é estar sempre revisando esses movimentos, justamente pela dinamização do cenário. Isso vale para todo tipo de ação, incluindo os lançamentos musicais. 

Rodrigo Ferrari é um veterano em nossa cena nacional e tem um portfólio musical verdadeiramente invejável. Seus releases transpõem barreiras geográficas e ele já levou sua música a muitos lugares desse mundão. 

“Minha trajetória de lançamentos teve um começo bem difícil, afinal, era um momento em que o acesso à internet era bem diferente. O networking era ‘cara a cara’, ou então, via correios (isso mesmo!). Imagine gravar um CD com sua demo, conseguir o endereço físico do label na gringa, gastar uma grana com uma embalagem segura e postagem. Mas o pior era a espera, sem ter a menor ideia de que haviam recebido seu material e muito menos saber se alguém ouviu sua música. Tinha também o lance de proteger os direitos autorais de sua obra, afinal, seria fácil alguém pegar o CDe lançar com outro nome (acreditem, acontecia!). Com as possibilidades da internet, tive minha primeira faixa num label gringo em 2005. É claro que o mercado e o networking acompanharam essas novas facilidades, mas com isso, a disputa por um e-mail respondido também aumentou. Falar e conhecer os players do seu jogo é essencial, seja digitalmente ou pessoalmente. Só assim você vai criar as possibilidades de aumentar o alcance do seu trabalho”, reflete o artista.

Se antes existiam barreiras geográficas e limites tecnológicos que dificultavam o processo, hoje, vemos que os avanços mais que bem-vindos também tem suas dualidades, tornando o caminho é sinuoso e ao mesmo tempo difuso. Em outras palavras, são necessárias mais ações do que só ter a música boa em mãos. É preciso pesquisar selos em consonância com sua estética sonora e desbravar territórios que desafiam sua zona de conforto.

“Sem músicas lançadas em grandes labels, seu trabalho como DJ será mais difícil e provavelmente você não chamará a atenção do mercado. E se você acha que é impossível antes de tentar, já começou errado. Mire no grande label onde você sonha lançar e pergunte-se: ‘Minha música se encaixa no atual perfil do label?’ Se a resposta for sim, vá com tudo! Não vai ser fácil e na maioria das vezes você vai apenas ter acesso ao e-mail geral de contato, mas é aí que entra o networking. Mais uma vez, conhecer as pessoas é essencial e as redes sociais estão aí pra isso. Pesquise fundo, não pare no dono do label ou nos artistas que lançam nele. Os grandes labels normalmente tem um A&R responsável por uma primeira análise nas demos. Descubra quem são eles e tente contato”, adiciona Rodrigo.

E verdade seja dita: esse tipo de visibilidade pega bem para quem está estrategicamente posicionado para analisar nomes e quem bookar em rolês por aí. Manter as ramificações do networking é indiscutivelmente importante para a evolução da carreira artística e isso contempla desde o empenho de chegar nos selos que tem fit com seu som até verificar possibilidades viáveis de fazer com que essas conquistas cheguem na boca do povo. Em outras palavras, uma força puxa a outra e por essa razão, minimamente é preciso publicar isso em suas redes sociais e deixar tais informações sempre visíveis para que as pessoas certas fiquem sabendo.

“Vale ressaltar a importância dos labels nacionais também, pois são eles que movimentam a cena local. Se não tiver um bom relacionamento com eles, vai ficar de fora! E claro, o pequeno label de hoje, pode ser grande amanhã. Escolha bem suas parcerias, as que mais combinam com sua identidade musical, mas tenha um bom networking com todos. Muitos mudam constantemente e em algum momento sua música pode se encaixar”.

Resumindo galera: fica claro que o trabalho vai além do estúdio. Acreditem no seu potencial, pesquisem muito e mãos à obra!

Rodrigo Ferrari está no Instagram e SoundCloud

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