Por em 14 de março, 2022 - 14/03/2022

Com aproximadamente dez anos de vivência profissional com a música eletrônica, Kobbaia tem delineado uma carreira consistente em seu eixo de atuação. Parte da segunda geração de residentes da famosa label party catarinense, Seas Label, ele trilha seu caminho através das vertentes e sub vertentes do Techno, Progressive ao House, com muita versatilidade, pesquisa musical e construções eufônicas.

Dentre suas tantas gigs, algumas de destaque trouxeram a ele um crescimento importante sobre as dinâmicas de uma pista como Clube Inbox, Pacha Ibiza on Tour, Cyclus Festival, At Home Brava, Injeção Eletrônica Festival, Terraza Praia Brava e o mais recente feito, sua aclamada noite no Surreal Park. 

Sempre buscando por novos territórios dentro da música eletrônica, ele fundou o selo The Bird Music, que conquistou Top 100 Worldwide Tracks e Top 10 Techno Releases, nos rakings mundiais do Beatport. Posteriormente, fundiu-se com o selo britânico Vintage Music Label, onde nasceu a sub-label Komplexa. 

Após sua estreia no Surreal Park, o artista sentiu na pele e na alma, o reforço de seu propósito em levar música para as pessoas e criar momentos inesquecíveis. Conversamos com ele para saber mais sobre essa noite e planos futuros:

Olá Kobbaia, tudo bem? Que bom falar contigo, como é nosso primeiro contato, gostaríamos que você contasse brevemente para nossos leitores, a sua relação da música eletrônica e como isso se transformou em ofício.

Eu cresci numa família cristã, onde tudo por lá envolvia música, instrumentos, canto entre outras atividades artísticas na igreja. Posteriormente a isso, me encontrei em 2009 com a música eletrônica através do então artista em ascensão na época, Skrillex. Desde então, os anos foram se passando, e minha curiosidade e fascínio só aumentavam. Até o momento que resolvi mergulhar de cabeça e por conta própria comecei a estudar produção musical em fóruns gringos que encontrava pela internet. Ao passar dos anos, fui amadurecendo minhas técnicas de estúdio até esbarrar com o Techno. Foi amor à primeira vista, inevitável eu diria. Não parei desde então.

Vimos que você é residente da Seas Label, explica pra gente, por que você considera importante que um DJ tenha uma residência? O que isso concede para os DJs?

Costumo dizer que uma residência é um abraço carinhoso de pessoas que acreditam no seu potencial artístico e na verdade do seu projeto. É algo até mais do que um título, gigs ou visibilidade, e sim um voto de confiança na sua essência e postura. A residência no Seas, com certeza foi um dos presentes mais verdadeiros que recebi durante a minha carreira e sou muito grato por isso.

Você também deu um passo adentro do universo dos selos musicais. Por que sentiu essa necessidade? E como foi essa transição com a Vintage Music Label? 

Eu sempre fui fascinado por música, me encontrei numa fase da carreira onde tocar e produzir já não era mais suficiente pra mim. Eu queria mais! Entrei numa onda de “preciso mostrar essa energia mágica para um número maior de pessoas e criar um grande ecossistema musical” … Então, nasceu a THE BIRD Sunset, um evento que teve 6 edições ao longo dos anos, alcançando média de 2 mil pessoas na sua maior edição. Em meio a isso foi se transmutando para o formato de gravadora onde lançamos alguns artistas por lá como Marcelo Oriano, Nineteen Sines, Hopper, Nevrau, Carlos Pires entre outros.  A Vintage Music Label e seu CEO Stark D, por anos apoiaram meu projeto principalmente durante as fases transitórias em que eu fui moldado musicalmente. Não existiria forma melhor de expandir ainda mais se não fosse com alguém que esteve sempre ao meu lado. Aí então, nasceu nosso collab a Komplexa que ainda é um pequeno projeto com um grande potencial futuro a ser explorado.

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Falando nisso, esse movimento gerou a fusão das ideias o que deu vida à Komplexa. Conte-nos sobre o projeto.

A Komplexa nasceu como um braço nacional da britânica Vintage Music Label. A ideia é trazer conteúdo de entrevistas dinâmicas e também captações de alta qualidade para DJs e artistas independentes. O projeto tomará uma forma mais sólida nos próximos meses. A pandemia chegou logo que iniciamos as execuções das idéias, isso acabou atrasando alguns planos, mas mesmo estando atualmente num “standby” ainda temos grandes planos para a Komplexa…

Já na faceta de DJ, você explora as sonoridades do Techno, Progressive ao Melódico, propriamente dito. Manter-se versátil é algo importante, mas não é uma regra. Por que você optou por essa estratégia?

A música é pura versatilidade. Imagina só, se todos ao longo da história fizessem os mesmos sons, se parecessem ou se portassem da mesma maneira. Seria estranho não? Eu percebi que a versatilidade sem perder a identidade era o melhor caminho para o projeto. Me encontrei numa fase, onde tive que explorar outras vertentes para me encaixar em determinadas pistas onde eu almejava tocar… Passava dias pesquisando novas músicas, gravadoras, artistas e comecei a expandir a sonoridade de uma forma que jamais imaginei. Isso com certeza me levou muito mais longe!

Quem são os artistas que você admira nesse contexto. Alguma mulher?

Admiro e me inspiro muito com trabalho de caras como Weval, Apparat, Max Cooper, Recondite, Overmono, Thomas Schumacher, Maceo Plex, Pan-Pot, Dubfire sempre numa linha hipnótica e repleta de texturas. E mulheres? Com certeza! Sempre digo que as mulheres são muito melhores do que nós homens em tudo que fazem. A atenção e dinâmica de uma mulher é múltipla, sutil e precisa, trazendo uma performance majestosa quando o assunto são mulheres nos pickups e no estúdio. Existem muitas mulheres que sou fã e acompanho há anos, como ANNA, Peggy Gou, Nastia, Anfisa Letyago, Lilly Palmer, Eli Iwasa, Aninha, Any Mello, Mari-Anna entre outras artistas incríveis que também já tive o prazer de dividir palco.

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Você fez sua estreia no Surreal Park, na pista Bells, que tem dado o que falar. Como foi esse momento? Sei que essa estreia, veio através do convite para tocar no aniversário de 50 anos do Ratier.

Foi um mix de emoções bizarro! Desde o momento que o Renato Ratier entrou em contato comigo no meio da madruga até o play nas CDJs. A pista encheu em pouco menos de 10 minutos em que iniciei o set, foi uma sensação doida. Já toquei em grandes festivais de 3 a 7 mil pessoas presentes. Mas, nunca senti uma pista tão conectada com cada track que eu tocava como a BELLS. Foi incrível, mágico! Minutos antes de entrar, não diferente de outras grandes datas, senti aquele típico frio na barriga, como se fosse uma criança esperando receber o presente numa festa de natal em família. Foi doido, por que geralmente durante o set, isso passa, mas lá não; foi constante, foi alegre, intenso e quanto mais o set progredia, mais isso ia me preenchendo de uma forma muito boa!

Soube que na apresentação durante o aniversário, você experienciou uma conexão profunda com a pista que foi sentida por muitas pessoas, o que acarretou no lançamento do seu set pela VML. 

As pessoas me olhavam no olho, com sede e curiosidade do que estava por vir, como se eu pudesse ouvir a pista falar “E aí, o que tem preparado pra nós nessa noite?” … Com certeza depois disso, meu gesto de gratidão com todos que compartilharam aquele momento e múltiplos sentimentos comigo, foi lançar meu set gravado na festa na ideia de trazer aquele famoso gostinho de nostalgia.

Você está produzindo um documentário, certo? Qual a temática e por que você decidiu criar um material assim? Por que é importante esse tipo de registro, em sua opinião?

Acredito que todo artista quer deixar sua marca no mundo, de uma forma atemporal. E essa é minha forma de eternizar meu trabalho, minha história e conquistas que tenho alcançado durante essa caminhada de quase uma década. Além disso, o documentário mostrará uma forma mais pessoal de conexão com as pessoas através da música e de coisas que eu acredito. Estamos trabalhando desde Setembro do ano passado nele, e virá muitas coisas legais quando lançar! Pensa num cara ansioso, sim esse sou eu.

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E para fechar: além dos projetos acima, o que mais podemos esperar vindo de você para 2022? Alguma novidade que possa nos antecipar? Obrigada!

Hmmmmmmm, com spoilers ou sem? hehehe … O lançamento do meu set de estreia no Surreal, foi o start de 2022 que eu precisava. A partir de agora, virão releases com selos Europeus, com remixes de amigos e grandes artistas ao longo dos anos. Posso adiantar que virá uma releitura produzida com muito carinho da “Bad Romance” na voz da minha querida amiga e grande artista Mari-Anna.

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