Para alguns ócio, para outros produção: a pandemia para LuizFribs foi momento de muita criação

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Por em 7 de fevereiro, 2022 - 07/02/2022

Os últimos anos foram imensuravelmente desafiadores para a humanidade, nem precisamos explicar os motivos. Mas olhando por uma ótica um pouco mais específica, a vida do artista foi um caso complexo. Tirando toda a questão econômica que impactou a cadeia de profissionais de um segmento totalmente congelado e que, está caminhando lentamente, ainda foi necessário destilar criatividade para manter a engrenagem girando em tempos de crise. 

Mas, se para alguns adentrar um estúdio para criar foi algo difícil de digerir, para outros, essa fase estranha foi força motriz para novas ideias ou, minimamente, ter tempo de tirá-las do papel. LuizFribs é um desses casos, o produtor e DJ teve os maiores destaques de sua carreira justamente em meio à pandemia e ele não foi o único. 

Ele lembra que em março de 2020, quando começou a primeira quarentena (que todo mundo, ingenuamente, achou que duraria apenas 15 dias), aproveitou o tempo em casa para começar a tirar do papel a ideia de evoluir o live act. “Nessa época, meu ‘estúdio’ era no meu quarto e a bancada era bastante desconfortável para treinar em pé, então peguei todos os equipamentos, levei para a mesa da sala e passei os 40 dias seguintes dedicando quase 100% do meu tempo ao live. Durante esse período, estava tão focado nisso que não senti tanta falta das festas e do convívio social”, recorda.

Depois dos ensaios, ele voltou a produzir e pensou bastante em quais direções iria tomar. “A identidade sonora que minhas novas produções estavam tomando não batia com a linha de som que os selos de techno peak time vinham seguindo. Produzi mais de 15 músicas em menos de 2 meses, mas não consegui fechar nenhuma delas com nenhum dos vários selos que mandei demos. Além disso, começaram a pesar psicologicamente a falta de convívio social, a saudade dos amigos e da família, e das pistas”, foi aí que veio a frustração e (daquelas que te fazem pensar duas vezes se realmente é isso o que você quer da vida) e consequentemente, uma sensação de bloqueio criativo, segundo ele.

Fribs então se afastou do estúdio e começou a consumir outros tipos de gêneros, filmes e séries, refrescando a mente. Aos poucos, resolveu acelerar os BPMs e buscou inspiração em alguns dos gêneros musicais que consumia no seu dia-a-dia: o Synthpop, o Techno e Trance dos anos 90/2000, o Hard Techno e o Acid Techno. Então mudou o estúdio para outro lugar da casa, organizou os equipamentos e começou uma nova fase no seu processo criativo.

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Com a criatividade nutrida e as mangas arregaçadas, o produtor entrou em estúdio, se encontrou e o resultado não falhou. “Raver Dynasty”, lançado via Autektone, foi a responsável pelo primeiro grande suporte que obteve: Deborah de Luca. A italiana reverberou a faixa em pelo menos duas ocasiões, inclusive. Outro destaque é o EP que Luiz lançou pela gravadora brasileira [RE]SET, recebendo suportes concisos de nomes como D.A.V.E. The Drummer, Kobosil e Marika Rossa. E aparentemente, Fribs engatou uma sexta marcha que segue o permitindo um prolífero passeio pela indústria. “Aproveitei o período também para fazer alguns edits, como o da faixa ‘Killing In The Name’, do Rage Against The Machine, que recebeu suporte da SPF DJ, e de ‘Toxic’, da Britney Spears, que foi lançado pela The Meaning of Rave e chegou bem mais longe do que eu poderia imaginar, já tendo atingido mais de 130 mil plays nas plataformas e sendo tocado por nomes como Clara Cuvé, Cera Khin, etc”, ressalta.

Amante declarado do Techno em sua intensidade maior, Luiz saiu do eixo criação-maturação de sua carreira para a prática nas cabines se apresentando por Goiânia e Curitiba no momento de retomada. 2022 também já começou com ritmo de trabalhos acelerados, visto que o produtor integrou o VA da TMOR com a faixa “Krossonoma”, lançado na primeira semana de janeiro.

Com perspectiva para robusta colheita diante dos férteis períodos de cultivo, LuizFribs encerra os comentários deixando grandes expectativas aos apreciadores de seus sons, com direito à leve spoiler: “quem sabe, até o final do ano saia o meu primeiro álbum. Fiquem ligados para mais novidades”, recomenda o produtor.

Its All About Groove!

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