Música e design gráfico: conheça alguns DJs/produtores brasileiros que mandam bem nessas áreas

Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , ,
Por em 25 de fevereiro, 2022 - 25/02/2022

Na ciência das artes e da criatividade, é muito comum vermos pontos que se convergem durante a trajetória profissional. Por exemplo, não é difícil vermos músicos que partem para a discotecagem, ou então multi-instrumentistas que migram para a produção de música eletrônica. A verdade é que, se você nasceu com a veia artística, há diversas pequenas ramificações nas quais você poderá se aventurar no quesito criatividade. E se artistas já são seres ousados por si só, pode ter de tudo nesse passeio — indo muito além dos exemplos acima.

Adentrando mais a fundo nessa análise, uma outra interação que costumamos encontrar por aí é a persona do DJ/produtor e a do Designer Gráfico. Na antítese dos mundos entre criar o subjetivo (música) e o objetivo (design), essas pessoas equilibram lado esquerdo e direito de suas massas cinzentas e levam duas profissões de alta demanda criativa, lado a lado. Acredite, raramente isso é por escolha, mas sim necessidade, já que viver de sua arte no Brasil é quase sempre um sonho. 

Mas tirando o fator “sentir-se uma ameba” ao final do dia por lidar com duas profissões tão complexas, há também o lado bom de trabalhar com o que gosta e há quem diga que uma coisa puxa a outra. Nesta matéria especial, a gente traz pra você alguns DJs e produtores nacionais que se aventuram — ou até mesmo utilizam o design como uma fonte de renda — no mundo das artes gráficas.

Kommodo

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

Na verdade, a música sempre esteve ali, antes de mais nada. Quando entrei na faculdade de publicidade e propaganda já frequentava eventos de música eletrônica; mas posso dizer que profissionalmente o Design veio primeiro. Depois de me formar, quando já trabalhava em agências de propaganda, comecei a discotecar. Já tinha uma carreira como Diretor de Arte / Designer quando comecei a produzir música eletrônica, inclusive já estava trabalhando fora do Brasil.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

A rotina é super importante, normalmente nos dias de semana, no horário comercial, trabalho nos projetos de design e publicidade, são quando os clientes, principalmente as empresas estão funcionando, então nessa hora o WhatsApp não para. É quando eu faço as reuniões com clientes e foco bastante na criação. Depois, é quando eu consigo me dedicar mais na parte da produção musical. Já a pesquisa musical acontece o tempo todo, pois estou constantemente com meu fone de ouvido escutando música.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Com toda certeza. Posso dizer que a energia criativa é a mesma para ambas as atividades, o processo se assemelha bastante, porém com ferramentas diferentes. Normalmente quando flui bem pro lado do design acontece o mesmo para a música, quando estou inspirado é em ambas as direções. A maior diferença é que o design que eu crio é mais voltado para necessidades de terceiros, enquanto a música é mais voltada para a minha necessidade.

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

O design é algo que eu gosto de fazer, sem dúvidas; mas eu acho que existe uma grande diferença com relação à música. No design, sempre existe uma expectativa do lado de quem está me contratando, e isso gera uma pressão. Eu imagino que seja assim com qualquer atividade que, mesmo a gente gostando, acaba ficando maçante ao longo do tempo. A música é literalmente uma válvula de escape, é algo que eu faço pensando em mim, naquilo que eu gosto. Se eu não estou gostando, eu começo tudo do zero e parto pra outra. No design é diferente, normalmente eu crio em cima de um briefing que é passado pelo cliente, e meu desafio é atender às suas necessidades e resolver o problema dele.


E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Essa é outra grande diferença entre as duas frentes. Se na música rola um bloqueio criativo, eu simplesmente não abro a DAW. No design, eu trabalho com prazos, às vezes bem apertados, por mais que não tenha inspiração, eu acabo fazendo; mas aí eu acho que tem uma outra diferença que tem a ver com o que eu disse acima. A música é uma forma de me expressar e liberar a energia criativa. Se eu não tenho nada para dizer, não vale a pena tentar tirar algo da cartola. No design, eu não busco tanto me expressar, senão buscar soluções para um determinado problema. É claro que, às vezes quando eu estou inspirado, a resposta vem mais rápido; porém ela sempre aparece de um jeito ou de outro.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Posso dizer que dentre os meus trabalhos mais importantes está a reformulação da logo da House Mag, depois de 10 anos de lançamento da revista. Também teve a reformulação da logo do Federal Music Festival. Já criei toda a comunicação visual de eventos como Summer Music Festival, que aconteceu na Green Valley, Showcase da Timeless Moment. Também fui responsável pela parte visual do Instagram da Box Talent. Já trabalhei com artistas como Ashibah, Devochka, Sonic Future. Atualmente, estou desenvolvendo a identidade visual das redes sociais da Pimp Reset e criando a nova identidade da Boreal Agency / Music Academy. Além desses, trabalho com vários clientes que não são do universo da música como NSC Comunicação, OXXY Seguradora, Maza Investimentos, AM Construções.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Acho que a principal dica que eu posso dar é: tenha foco e não desista. Principalmente o caminho da música é longo e tortuoso. No começo, é difícil lidar com a falta de reconhecimento; mas é importante encontrarmos alegria nas pequenas coisas e nos mantermos caminhando. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Kommodo (@kommodomusic)


Fell Reis

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

Pergunta difícil, a música sempre foi a minha paixão desde criança quando tinha bandas. Mas o design foi o meu primeiro trabalho e desde ali nunca mais o abandonei também.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você? 

Sem sombra de dúvidas é bem difícil conciliar, devido estar no computador quase sempre para as duas atividades, você sempre tem que parar de fazer a música para resolver uma pendência de alguma arte que ficou para trás. Mas a maneira menos pior é tentar colocar horários mas quase nunca sai bem hahaha

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Pelo menos para mim não funciona assim, geralmente quando estão mais criativo na parte visual é quando estou menos inspirado na música. Algumas coisas podem ser aplicadas nas duas profissões, mas de formas abstratas. Como por exemplo as camadas no photoshop de after effects são como as pistas do projeto musical. Muitas vezes visualizo maneiras criativas de fazer meus arps utilizando meu sistema generativo de arte.

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Para mim não considero necessidade pois são duas coisas que faço por amor e não para fama sucesso e dinheiro. E hoje já encontrei uma maneira de integrar as duas juntas como o projeto que fiz para a second. No meu álbum que estou trabalhando teremos uma exibição audiovisual e fico muito feliz em conseguir materializar a música em outra sentido é uma sensação muito legal. Você realmente visualiza o som.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Para mim se não tenho ideia, não tenho. Confesso que no design é muito mais fácil de destravar devido a demanda comercial. Você segue um briefing por mais que você o tenha desenvolvido. Na música eu não tenho briefing, faço o que me dá na telha. Simplesmente tento ser o mais criativo possível.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Já trabalhei com muita gente da indústria da música, acredito que um dos mais importantes do último ano foi a campanha da Terminal V Festival, que é o maior festival de Techno Indoor do Reino Unido. Desenvolver toda a estratégia e comunicação para um festival desse porte é bem intenso. E de artistas e marcas hoje atualmente atendo: Adam Beyer, Amelie Lens, Andrea Oliva, Joseph Capriati, Sasha, Sam Wolfe, The Martinez Brothers… 

Labels faço e fiz trabalhos para All I Need Music, Atlantic Records, Boogeyman, Cuttin’ Headz, Drumcode Records, EXHALE, LNOE, Metamorphosis, Redimension e Second State, além de festivais como Broadwick Live, Drumcode Festival, Extrema Outdoor Festival, One Out Festival, Printworks, Terminal V, The One In The Woods Festival e ZENFest.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Faça arte por que ama não por profissão. Se não, quando ela virar uma profissão de verdade você não terá estômago para aguentar a indústria e apenas será mais um fantoche do mercado, copiando o que é hype para manter-se. Arte é quase uma doença, a síndrome da perfeição que nunca acaba, a vontade de fugir da curva o tempo todo e uma frustração  mesclada com orgasmo. Nunca deixe isso acabar senão eles sempre verão o mundo preto e branco…

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Fell Reis (@fellreis)


Frans

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

A música com certeza, mas, não muito tempo depois, e por meio dela, o design gráfico entrou na minha vida. Aliás, meu primeiro trabalho foi a identidade visual de uma label party por aqui. Pra mim os 2 sempre tiveram muito interligados.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Sim! Aliás sou bem crítico com a rotina, horários, prazos e afins. Na verdade, o design, a música e a produção cultural andam lado a lado na minha rotina diária, e é de extrema importância saber conciliar tudo. O dia a dia do designer geralmente já é um caos por si só, lidar com prazos, gestão de projetos. Então, é preciso ter atenção redobrada quando se concilia com outras coisas. É um desafio e tanto, mas não é impossível e é extremamente gratificante.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Completamente! O fato de eu trabalhar diretamente com clientes e artistas da música eletrônica diariamente ajuda muito. Não preciso nem falar que não trabalho sem aquele som no máximo né?

Cada vez mais tenho encurtado a linha que separa o design e a música. Para mim, tudo é arte. Tudo conversa e se amplifica entre si. Eu sou designer 100% do tempo, e estar imerso na música e no contexto dos projetos de forma intensa é uma ótima forma de amplificar as idéias.

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Felizmente, não é meu caso. O design está na minha vida antes mesmo de eu ter de pensar em ter uma profissão. Eu amo os 2 por igual! Sou maníaco por pesquisa em ambas as áreas. Esse amor se estende até no tempo livre, fora do trabalho. E sinceramente não sei o que seria de mim sem qualquer um dos 2. 

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Infelizmente, isso acontece e muito, e eu acredito que com todo mundo, em todas as áreas. Depois de um tempo, você entende que é preciso sim praticar outras atividades, quando isso acontece, que seja se distrair um pouco, dar uma caminhada, desligar tudo, fazer outra coisa e voltar depois…. Acho que cada um tem sua fórmula, mas é preciso ter uma e tentar criar uma rotina criativa sustentável. Saber conciliar os prazos, a demanda, os projetos em andamento e o atendimento aos clientes, saber dar pausas e não se cobrar tanto também ajuda muito.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Todos os projetos me ensinam muito! É difícil pontuar um mais importante. Tem alguns que eu tenho um carinho imenso, como o cartaz da exposição do Horihana, um dos maiores tatuadores e artistas de irezumi do Brasil e do mundo. Dentro da música eletrônica, já atendi e ainda atendo marcas e artistas, como Trommer, Barbara Boeing, Valentina Luz, Alataj e Alter Disco. E fora dela já atendi também gigantes, como Ambev, e costumo fazer direção criativa para as mais variadas marcas como Lewpitas, Yor, Cercle Blanc.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Não metam o louco! Vejo muita gente, principalmente pessoas novas, que tentam abraçar tudo ao mesmo tempo (been there, done that) e acabam não dando conta de nada. Às vezes desperdiçam um grande potencial. Façam as coisas com calma, com eficiência e de forma inteligente, se você é freelancer entenda que você precisa ser um gestor 100% do tempo, fique bom nisso. E importante: tenha uma vida social. Muita gente acha que ser designer freelancer e ainda conciliar outros projetos é trabalhar 7 dias por semana sem folgas. Vai pensando… Cuide desde já de sua criatividade e de sua saúde mental, se você quiser ter uma carreira saudável.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Luiz Felipe Murara (@franskk)


YOLA

YOLA

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

A música veio antes de tudo kkk. Comecei a ouvir meu avô tocar tango e depois qdo tinha uns 7 anos comprei uns instrumentos de percussão (surdo e repique) eu curtia muito Olodum e toda essa vertente.. com uns 10, 11 anos ganhei uma guitarra e herdei um violão do meu avô. O Design foi surgir na faculdade de publicidade como forma de expressão artística mesmo, não conseguia me encaixar em nenhuma outra área e acabei indo pra essa da direção de arte.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Na verdade é um pouco bagunçado, faço tudo junto e dependendo do momento, principalmente quando tenho muito trabalho de design e bastante música pra terminar, acabo ficando muito ansioso, não consigo ter uma rotina 100% igual. Minha criatividade não tem uma rotina, surge do nada e às vezes no meio do caos. O que tento fazer é acordar cedo pro dia render.. 

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Humm, não sei se uma inspira a outra… pensando em criação em si, no meu caso, uma acaba atrapalhando a outra, muitas vezes você tem que ser criativo o quanto antes porque tem um deadline e isso é uma merda. A criatividade não é algo que você liga e desliga. Quanto mais trabalho tenho de design, menos música eu faço, se eu fico o dia inteiro trabalhando com design, a noite estou esgotado pra sentar no estúdio e vice-versa.

Agora quando vou trampar só com design, gosto de ouvir outras músicas como fonte de inspiração.. 

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

A música eu amo desde as minhas memórias mais antigas, quando pego fotos de quando eu tinha 5, 6 anos já tinha música no meio, o design é por pura necessidade. Por mim largaria hoje o design e ficaria só com a música, mas no momento seria impossível.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Nem um pouco haha… preciso sair e fazer qualquer outra coisa, me desligar totalmente.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Pego freela de design faz mais de 10 anos.. já trabalhei com: Azul Linhas Aéreas, FitBank, Terno Rei, Surreal São Paulo, Mart, Luft Logísticas, CI Central de Intercâmbio, Band, vários restaurantes de São Paulo, Rio, Nordeste, empresas de tech, etc etc

Tem uns trabalhos aqui

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Não pegar muito trabalho de design se quiser fazer muitas músicas. Não começar muitas músicas se tiver muito trabalho de design pra entregar.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Y O L A (@yola.music)


FRITZZO

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

As duas coisas sempre andaram juntas na minha vida, sendo complementares. Na infância eu participava de um grupo de capoeira, em Canela, na cidade em que eu cresci. Eu desenvolvia todas as peças gráficas, aprendi a mexer sozinha no CorelDRAW, usava até o Paint e o Word para criar efeitos. Produzia materiais de divulgação, cartazes, vídeos, fotos, camisetas do grupo e até criei um blog. Fiz 11 anos de capoeira, com 18 voltei para Porto Alegre e entrei no mundo de DJ e produções de festas. Fiz algumas artes para os eventos que produzia. Mas só fui me aprofundar nos estudos de Design Gráfico quando entrei para a faculdade em 2020.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Não é fácil organizar a agenda, sou estudante de Design Gráfico, faço estágio na área e também atuo como DJ, produtora cultural e social media dos coletivos em que faço parte, a PLANO e a PANE. A rotina é importante para eu conseguir equilibrar tudo, me organizar e otimizar o meu tempo, mas também acho que é importante se permitir e quebrar a rotina de vez em quando.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Com certeza! Como eu disse, as duas coisas são complementares, a música carrega uma identidade, assim como uma peça de arte, e ambas têm o poder de transmitir conceitos, sensações e ideias. 

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

De fato! Eu amo fazer as duas coisas, amo fazer muitas coisas! Mas a produção de eventos e a música, “falam mais alto” na minha vida. Atualmente o meu trabalho como designer é o que tem sustentado o meu trabalho como DJ e produtora. E para muites essa é a realidade, jornadas duplas, triplas de trabalho… Porém, com os privilégios que eu tenho estas minhas escolhas se tornam mais fáceis.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Quando rola um bloqueio criativo eu tento ir atrás de referências e inspirações que me ajudem no processo, como assistir um filme, série, escutar música, ler um livro, navegar na internet, trocar ideias com amigues, sair de casa, pedalar, ir para uma festa… O ócio também é importante e necessário, a gente precisa de respiros para poder criar. 

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Esse universo faz parte da minha vida desde pequena, como profissional ainda estou engatinhando, mas tenho muito orgulho de ter feito diversas ilustrações e peças gráficas para os coletivos e festas independentes de música eletrônica de Porto Alegre, como também as que eu faço parte, o Coletivo Plano e a rádio function.fm. 

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Não se cobre tanto, respeite seus limites.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Fernanda Rizzo (@feferizzo)


Gab1

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

Quase juntos. Logo quando iniciei com o vj e o design gráfico, surgiu o interesse em produzir música eletrônica para os meus visuais, e a partir daí comecei a tocar e produzir profissionalmente

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Rotina é extremamente importante. Sempre administro meu tempo para cada coisa  e organizo o que preciso fazer no dia, pois são duas coisas que demandam muito tempo.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Com certeza uma puxa a outra. A música me inspira todos os dias para criar artes. Sempre que trabalho como design lá está eu e meu fone. Sim, esse dinamismo me ajuda bastante, principalmente porque posso levar as necessidades de design para minha carreira de artista. Agora inclusive (spoiler) estou criando uma identidade visual nova, com camisetas e várias novidades.

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Podemos dizer que sim. Gosto de design, de desenvolver minha criatividade e de ver o trabalho feito, mas a música é o que ocupa um espaço maior no meu coração.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Param geral! Geralmente quando rola algum bloqueio criativo, procuro parar com tudo, meditar, reorganizar as coisas, buscar inspirações e recomeçar.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Um dos trabalhos mais importantes que fiz foi desenvolver a identidade visual de uma marca de cosméticos. Foi muito desafiador porque quando se trabalha com rótulos, design de produto, um erro muito simples pode custar um prejuízo enorme depois de impresso.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Minha principal dica é não se cobrar tanto. Ser artista, trabalhar com criatividade é algo muito relativo, nem todos os dias você vai fazer a sua melhor música, ou seu trabalho mais elogiado pelos clientes, mas o importante é continuar tentando e evoluindo. Estude muito e busque referências. Se manter em constante aprendizado é essencial.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Gab1 (@avgab1)


Cris D.

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

Depende, acho que ambos chegaram juntos (risos). Meu primo era designer e sempre esteve ligado à moda. Eu gosto muito dele, sempre fui ligado à arte por meio dos quadrinhos. Estava terminando o ensino médio e já tinha meus primeiros contatos com a música (já tinha aprendido a tocar), quando vi ambos andarem juntos e estão até hoje aqui.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Acho que o primeiro passo é ter uma agenda, como pratico a tarde a parte do designer e a noite a de produtor, fica mais fácil. Rotinas são complicadas, sempre surgem convites de ambos que mandam, mas ter pelo menos um norte ajuda e muito isso tudo.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Sem dúvida alguma, amo ver documentários de frentes distintas do design e até vou atrás da trilha sonora as vezes (risos). Eu vejo cada vez mais essa criatividade andando juntos, clipes, nada mais são do que o trabalho de um produtor e o trabalho de alguém do audiovisual que também trabalha como designer às vezes. Profissionais que passam a “vibe” da festa por meio de flyers fazem esse papel também. 

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Hoje, ambos são meu trabalho, meu futuro, meus amores e fazem parte da minha vida, tanto que a minha namorada é formada em design de moda (risos). Trabalhar com algo que posso usar da criatividade, tanto para mim quanto para outros me motiva. Acredito que sim, há essa necessidade financeira, mas sou grato por poder ser algo que gosto muito.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Gosto quando as pessoas dizem que sou bem criativo, mas, às vezes, esse bloqueio vem, e eu até forço; mas desisto e vou ver algo que me ajude. Geralmente 1 dia de folga já me salva, mas tudo depende. 

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Como trabalho com loja já pude fazer coisas para a Vans Brasil e a Öus, atendendo artistas como Rodrigo Oggi. Foi bem da hora do processo.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Sim, não se prendam a nada. Tudo é válido, recortes de jornal, documentários ou até a capa do wetransfer (risos). Referências são a base para tudo isso.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Cris d. (@criiiis_d)


WLL

Conheça o DJ e produtor brasileiro WLL, que tem balançado as estruturas da costa oeste americana

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

O design entrou na minha vida como uma alternativa que eu encontrei , pelos meus 15,16 anos, para continuar sendo”artista”, mas ao menos fazer dinheiro… 

Brincadeiras à parte, foi meio por aí mesmo. Ao contrário, a música do sempre esteve na minha vida, e eu lembro meus primeiros “Bi-cordes”no violão quando tinha apenas 12/13 anos.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Rotina é essencial pra mim. Apesar do Design já não ser minha profissão principal há alguns anos, ainda recebo muita demanda para freelancer. Como profissional independente fica mais fácil organizar o calendário. Eu sempre busco dar prioridade a quem chega primeiro.  

Paralelo a isso, minha carreira musical é simples de administrar, já que é toda a hora. Eu não tenho muita pausa para minha carreira como produtor, então eu diria que 90% da minha carga de trabalho é voltada para a música música e que 10% são para outras fontes de renda/projetos.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Totalmente! Eu me tornei um melhor designer/diretor de arte, quando precisei resolver minhas próprias peças visuais. Mas também muitos dos projetos que trabalhei acabaram me inspirando para criar muitas das minhas tracks. Acho que um fator que me ajudou muito quando estava trabalhando como design era: eu podia ouvir música toda hora enquanto criava. Já quando você está criando música, não dá pra ouvir música. 

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Como falei na primeira pergunta, o design veio como algo que eu sempre gostei, mas o amor sempre foi pela música com certeza. Quando entrei na faculdade de publicidade, minha ideia sempre foi a de criar algo que eu conseguisse unir nesses dois mundos, de design e de música. Dessa forma, em 2014, meu TCC foi a criação de um APP para músicos e profissionais da música. 

Mesmo ainda trabalhando com design em algumas horas, em 2016, eu abandonei o título de “Designer”ou Diretor de Arte para me focar 100% na produção musical. 

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Ah, acho que depois que você sofre um bloqueio no meio de uma entrega com prazo urgente, assim como acontecia comigo toda hora, em agências, você aprende como a Hackear sua criatividade. 

Hoje eu sei que os segredos para qualquer bloqueio criativo, ao menos pra mim, são: 1) Consistência (criar algo diariamente); 2) Sempre consumir diferentes referências artísticas,  (artes, cinema, música); 3) Me aproximar mais da natureza (saber quando é importante desplugar, nem que seja por 5 minutos); 4) Entender a hora de terminar um projeto, pois você sabe que haverá revisões.

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Vish, faz tanto tempo! Mas acho que como designer foram Lacta, Nestlé, Brahma, Coca-Cola. Fora isso, foram tantas marcas e clientes que nem me lembro mais. Teria que abrir meu portfólio que está perdido em algum lugar na internet..lol

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

Sim! Faça os dois se você ama os dois!  Sei que o fator necessidade financeira implica muito na escolha, mas, no final do dia, você estará dividindo seu tempo e atenção em 2 caminhos, quando poderia focar em dobro em 1 somente. Eu escolhi os dois, e me serviram muito bem juntos; porém se eu voltasse atrás provavelmente escolheria dedicar todo meu tempo em me tornar um melhor produtor, do que um OK designer e um OK produtor. 

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por WLL (@wll_music)


DBEAT

Quem veio primeiro: a música ou o design gráfico?

Acredito que ambos tenham surgido num mesmo período, afinal de contas, tanto a música quanto o design em si são expressões artísticas de pessoas para pessoas e ambos tem uma relação muito próxima por conta de tudo isso. Mas se eu precisasse de fato afirmar quem veio primeiro, acredito que a música tenha surgido antes.

Como faz para organizar a agenda com duas frentes tão distintas? Rotina é importante pra você?

Sem rotina não há como conciliar as duas carreiras, impossível rs! Nem sempre é fácil manter as coisas dentro do cronograma, principalmente quando se trabalha para eventos, que é um mercado que demanda muita atenção o tempo todo, porém sempre tento deixar minha semana organizada para que eu possa ter tempo para as minhas pesquisas musicais e também me preparar antes de viajar para tocar. É claro que quando se trabalha baseado em criatividade nem sempre tudo sai conforme o planejado, mas ao longo dos anos a experiência me tornou muito mais preparado para lidar com as adversidades dessa profissão. É uma rotina bem cansativa em alguns momentos, mas muito compensadora em todos os sentidos.

Sendo duas profissões que demandam de criatividade, podemos dizer que uma puxa a outra nisso? Estar inspirado pela música te ajuda na criação de peças e vice-versa? O fato de ter esse dinamismo profissional amplifica as ideias?

Sem dúvidas! A música é minha companheira do dia-a-dia e por muitas vezes me pego pesquisando e ao mesmo tempo criando algo. São raros os momentos que opto pelo silêncio para criar algum material. Por muitas vezes estou com algum bloqueio criativo e é a música que ajuda a destravar as ideias. Como já diz aquela velha máxima, “música muda tudo”.

Sabemos que raramente essa jornada dupla é por escolha, mas por necessidade. O design é algo que você gosta muito de fazer e a música é algo que você ama?

Eu sempre falo que vivo de música pois além de ser dj, sou um designer focado principalmente em eventos, clubs e artistas. Minha carreira como DJ surgiu juntamente com a de designer há mais ou menos uns 15 anos atrás e pelo fato de já tocar e conhecer o mercado, acabei me inclinando como designer também para esse mercado. Se hoje eu precisasse optar em abandonar uma das carreiras, seria uma escolha extremamente difícil não só pelo fato financeiro mas também pela paixão que tenho por ambas. Cada carreira me traz uma satisfação diferente.

E quando rola um bloqueio criativo? As máquinas param geral ou você consegue separar bem as coisas?

Já sofri mais com isso no passado, mas hoje, com muito mais experiência consigo superar os bloqueios de forma mais tranquila. Normalmente quando tenho algum perrengue, deixo de lado o job e parto para outro, se o deadline permitir, caso contrário “segue o baile”. 

Quais os trabalhos mais importantes que você já fez como designer? Quais marcas/artistas já atendeu?

Seria clichê demais dizer que todos os trabalhos são importantes, mas realmente são. É claro que alguns trazem mais satisfação pessoal que outros, mas atualmente tenho uma carta de clientes tão legal que é difícil “desmerecer” alguém. Mas falando principalmente do universo da música hoje atendo nomes e marcas referência como Beehive Club, Amazon Club, Cultive, Cocada Music/Get Physical, D-NOX, Leo Janeiro, Zac, Warung Tour, enfim, tem muitos nomes legais que trabalho e que me trazem muita satisfação profissional e pessoal.

Alguma dica valiosa para quem leva essa vida dupla e vai ler esse papo hoje?

A principal dica que eu posso dar é: não tenha medo de trabalhar! Escolher ser dj e designer é algo que demanda muito esforço e, por muitas vezes sacrifícios, para se alcançar o tão desejado lugar ao sol. Trabalhe com amor, não faça simplesmente for fazer e busque o seu diferencial. E tudo isso vale a pena? Ô se vale! Não me imagino fazendo outra coisa. Sou dj. Sou designer. E com muito orgulho!

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por DBeat (Renato) (@dbeatmusic)

Tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , ,