Saulo Ferraro de lançamento novo! Falamos com ele

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Por em 21 de outubro, 2021 - 21/10/2021

O DJ e produtor Saulo Ferraro está na vanguarda quando o assunto é House Music. Com uma pesquisa afiada voltada para grooves mais minimalistas e construções de set super coesas, ele já recebeu suportes de grandes nomes como Marco Carola e Stefano Noferini e carrega assinaturas de selos como The Purr (Sérvia), Hush Recordz (Portugal) e Get Physical (Berlim). 

Super versátil e engajado na cultura underground, Ferraro atua frente à produção de eventos e também como frontman da label miniclub, destacando a cultura minimalista e contribuindo com a manutenção da cena carioca. Seu próximo lançamento, o single Heartbreaker, com remix de Rodrigo Ferrari, vai acontecer com a gravadora conterrânea Me Gusta Records, então conversamos com ele para saber mais detalhes sobre este novo trabalho:

GRVE – Oi Saulo, tudo bem? Primeiramente obrigado por essa entrevista. Vamos lá, você atua com a música eletrônica há bastante tempo, como foi que isso começou pra você? Aconteceu no Rio de Janeiro mesmo? Sei que o cenário eletrônico ali por volta dos anos 2000 estava bem forte lá, conte um pouco sobre esse começo…

Saulo Ferraro – Olá, pessoal e leitores! Obrigado pelo espaço. É uma honra para mim estar aqui com meu realese single HEARTBREAKER

Bom, meu primeiro contato foi com os discos de vinil e CDs em 2002, quando a cena era mais aquecida de clubs, excelentes festas privates, onde artistas conceituais e o mainstream eram quase a mesma coisa. A música eletrônica era mais simples em sua essência, e os gêneros dentro da house music mais bem definidos. Aprendi a tocar com um amigo DJ (Rafael Abiramia) que fazia as aulas na saudosa World Music em Copacabana, e me convidou para a gente apreciar e aprimorar junto nosso ouvido/técnica. Foi onde tudo começou com a arte do DJing, e logo comecei a tocar nas privates de uma galera de Pendotiba (Niterói) super antenada e nos clubes locais do início da década como Touché e Le Village em 2004… E por aí foi….rs. 

O que me deu mais ouvido é que sempre frequentei todas as boas festas e festivais desde Skol Beats, Rio Parade, e até as festas locais dentro do RJ, onde entendi o conceito de uma boa dancefloor e tudo que envolve um bom evento. Vi muitos artistas renomados e locais incríveis se apresentando, ia sozinho para as noites cariocas durante a semana em diversos pontos do RJ quando não estava tocando.

Fazendo uma breve viagem no tempo: o que você sente fala sobre “aquela” cena para o que temos hoje – ou pelo menos até antes da pandemia? O que é melhor?

Minha nostalgia me leva longe… o início dos anos 2000 foram mágicos para mim, foi onde me conectei com a música de verdade. Os eventos eram mais conceituais e se comunicavam diretamente com seu público. Quem amava estava ali curtindo e desfrutando até não poder mais. Era mais transparente e genuíno. 

Tocar ainda é uma forte conexão com as pessoas, mas naquela época era mais profundo. A música era a principal questão de tudo. Não tinha tanto luxo e produções exuberantes, era somente a música em sua mais pura essência. Era mais bonito ao meu ver. Sem querer desmerecer a evolução da cena e seus conceitos de uma boa noite, mas naquela época era tudo mais purificado e transparente. Mais verdadeiro.

Sei que prever o futuro é difícil, mas como você enxerga a cena eletrônica da cidade a partir de agora? Percebemos que há alguns players em busca dessa movimentação de forma mais forte ultimamente… pela multiculturalidade do Rio, essa é uma missão mais difícil?

Acho que temos como artistas e agitadores, uma forte missão pela frente em re-construir novamente os alicerces da cultura do entretenimento noturno. Com ajuda de parceiros externos melhor sempre, óbvio, porém os pequenos movimentos em simplesmente mostrar o que o mercado da música pode fazer para fomentar cultura, lazer e empregos nos diversos tipos de nichos/tribos, é a grande questão. 

Reconstruir com solidez a essência de sua label/marca, trabalhando a música com um cunho social, cultural, senso de coletividade, e com transparência, é o grande desafio em minha opinião. Vai ser seguramente mais difícil daqui para frente, tentar ser quem não é verdadeiramente. 

Agora falando sobre novidades, em breve você lança o single ‘Heartbreaker’ na Me Gusta Records, selo que também está focado em fomentar o cenário nacional e o carioca. Conte-nos um pouco sobre a faixa e o que ela representa pra você.

Esta faixa foi produzida há quase 1 ano atrás, onde a pandemia estava bem forte e os corações apertados, agonizados com tudo que estava acontecendo no Brasil e no mundo, e tive um desejo de produzir algo que tocasse o coração partido das pessoas com um simples encaixe de synths, uma textura de pads e uma melodia mais densa. E obviamente que o groove da bateria tinha que ser dançante fazendo toda a intenção de pista e atmosfera da faixa. 

Quando essa conexão aconteceu? Porque você já havia lançado por lá em outras oportunidades…

A Me Gusta sempre foi uma parceira desde 2017, quando comecei a produzir as festas junto ao Fernando Deperon e a label, lançar em sua gravadora, foi natural e muito prazeroso para mim. 

Há também o remix do Rodrigo Ferrari. Vocês já haviam trabalhado juntos? No que se difere a original e o rework?

Sou fã do Rodrigo já tem alguns anos. Posso dizer que há uns 10 anos que acompanho o trabalho dele e sempre o admirei como artista antes de conhecê-lo. Nos conhecemos em uma oportunidade dele vir tocar em um tema meu pela miniclub na Fosfobox aqui no RJ, e a partir daí, a afinidade veio com tudo… começamos a trocar figuras em nossas produções, ele curtiu esta faixa em particular, adorou a linha musical e disse que ia fazer um rework, e eu adorei a news, óbvio!

Finalmente com uma luz no fim do túnel cada vez mais forte, quais são os planos para esse futuro recente que vem por aí? Obrigada!

Obrigado a vocês pela oportunidade de estar aqui nesta matéria e lançamento do meu single junto ao Rodrigo Ferrari. Muitas novidades virão sim. Vou investir em meu pequeno movimento que é a minha label miniclub., onde hoje também ela é uma gravadora especializada em minimal e deep tech, irei fazer lançamentos apoiando novos e veteranos artistas do gênero. 

Também estou estudando incessantemente para melhorar minha técnica e minhas produções musicais fazendo a minha música ecoar nos quatro cantos do mundo. Este é o meu grande desejo em relação aos meus projetos como DJing e Produtor Musical. 

Um grande abraço a todos e vamos juntos ouvir este single que me fez tão feliz! 

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