Por em 16 de setembro, 2021 - 16/09/2021

A música eletrônica reúne diversas pessoas ao redor do mundo em prol de diversão e cultura, mas para que isso tudo aconteça existe uma força de trabalho que reúne diversas pessoas, muitas vezes mulheres que sofrem diversos abusos e assédios dentro da cena e isso muitas vezes é abafado ou relevado, mas precisamos debater mais sobre o assunto para este ato ser extinguindo.

Em relatório a organização Musicians ‘Union do Reino Unido, mostrou que estes abusos continuam sendo proeminentes na indústria da musical mesmo com movimentos crescentes como o #MeToo e #ForTheMusic, que visa incentivar as mulheres a quebrar o silêncio sobre seus abusos e abusadores. No Instagram metoo.music, artistas como Rebekah, Candy Cox, Miss Kittin entre outras compartilharam relatos de abusos sofridos na cena eletrônica.

Em declaração, a organização declarou “Enquanto a indústria tenta se recuperar da pós-pandemia e aqueles que perderam empregos e renda procuram emprego com urgência, o MU avisa que muitos podem ficar mais vulneráveis à exploração”

O Sindicato dos Músicos do Reino Unido também revelou em uma pesquisa, realizada antes da pandemia do COVID-19, uma série de estatísticas chocantes: 48% dos músicos sofreram algum tipo de assédio sexual no trabalho e 58% testemunharam um incidente de assédio sexual durante o trabalho. 10% dos entrevistados na pesquisa disseram ter testemunhado incidentes de assédio sexual regularmente.

A indústria musical como um todo tem uma cultura gigante de abuso com algo normal que vão desde assédio sexual e agressão a bullying e controle coercivo por figurões da indústria. Na música eletrônica isso também é um fato, com figuras lendárias musicalmente com denúncias sexuais que são passadas despercebidas muitas vezes pelos seus fãs.

Um grande exemplo é um dos grandes nomes da House Music Derrick May, que teve 4 denúncias feitas por 4 mulheres em declaração à revista inglesa DJ Mag, em 2020. As vítimas Tania, Sofia, Lisa e Lara, declaram ter sofrido toque indesejado, tentativa de estupro, assédio sexual, assédio verbal e intimidação. O DJ negou as acusações, tendo mais três acusações surgindo este ano, sendo uma delas de um homem que alegou agressão física depois de defender uma de suas amigas dos assédios de May.

Diplo, outro nome da dance music, teve seu nome envolvido em acusações este ano, mas teve as denúncias retiradas por falta de provas. Outros nomes como Space Jesus, Bassnectar e Erick Morillo foram denunciados por agressão sexual abalando toda a comunidade da música eletrônica por um bom tempo.

Fato que existe uma cultura predatória enraizada dentro da comunidade musical que precisa ser extinguida. Não são vítimas apenas mulheres, mas a comunidade LGBTQI+, artistas, funcionários e freelancers que sofrem e acabam deixando a indústria e abandonando a música. É necessário uma união entre clubes, figuras de alto escalão e frequentadores da cena com uma tolerância zero para tais atitudes para garantir que a música seja o foco.

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