A história da refrescante Cocada Music, um dos selos brasileiros mais originais criados nos últimos anos

Tudo começou com a ligação, via BRMC, entre o polivalente Leo Janeiro e o alemão Roland Leesker, um dos nomes à frente da gigante Get Physical Music. A parceria deu vazão a uma série de EPs e compilações mixadas chamadas “Cocada”; a primeira, de fevereiro de 2018, trazendo 14 faixas de nomes brasileiros; a segunda, de maio de 2019, ampliava o leque para toda a América Latina.

Turnês com showcases percorreram o país, e o sucesso do projeto não tardou em dar origem a um novo selo. Nascia assim a Cocada Music, sublabel da Get Physical no Brasil, comandada por Leo e Roland para impulsionar e jogar luz à música eletrônica brasileira e latino-americana.

Primeira compilação lançada pela Get Physical em 2018 reuniu artistas como Mumbaata, HNQO, Digitaria, Gabe, Renato Ratier e Flow & Zeo

É claro que não estamos falando de qualquer música eletrônica. Desde os V.As assinados pela label alemã, ficava claro que o escopo sonoro era amplo, ao mesmo tempo que sob uma identidade muito marcante: sons que navegam pelo vasto espectro da house music e várias de suas vertentes (organic, deep, disco, minimal…), com forte ligação com as raízes musicais do continente.

Do EP de estreia da gravadora, “Liberdade” (que trazia a faixa original do duo carioca Bruce Leroys, presente no segundo V.A., com remixes de Villalobos e Trepanado), ao mais recente, “Run Free”, do veterano DJ e colecionador paraense Bernardo Pinheiro, com um remix de Carrot Green, a Cocada Music manteve-se fiel a esse conceito em todos os seus 16 releases. Originalidade, versatilidade, identidade e multiculturalidade são alguns dos seus pilares mais notáveis. Apesar disso, é evidente que o foco está nos artistas brasileiros.

“Run Free” chegou nessa última sexta-feira, 13

Dentre esses lançamentos, tivemos nomes já consagrados no país, como L_cio, Renato Cohen, Mezomo e o próprio Leo Janeiro; novas promessas, como Yola, Tha_guts, Seed Selector, James Saboia e Nu Azeite; e até DJs célebres e experientes que começaram a se destacar mais recentemente na produção musical, a exemplo do próprio Bernardo Pinheiro e de Mary Olivetti — que recriou a faixa “Black Coco” (primeiro sucesso do seu pai, o lendário Lincoln Olivetti) com a voz de ninguém menos que Mahmundi.